Un océan d

Un océan d'amour



Resenhas - Un ocean d'amour


2 encontrados | exibindo 1 a 2


R...... 20/10/2017

Inovadora, filosófica, ambiental, terna, dramática, romântica, sensacional... Uma HQ super especial em sua principal característica: a ausência de narrador e balões de textos, desenrolando-se em mais de 200 páginas com um silêncio em palavras desafiador ao leitor. Nem onomatopeia apresenta e as únicas manifestações de escrita resumem-se ao texto de placas, bilhetes e outras nomeações cotidianas do universo material.

Em linhas gerais, acompanha as aventuras e desventuras de um simpático casal idoso. Pessoas humildes e, de certa forma, desconhecedoras da realidade do mundo, com vivência cotidiana simples. Um velho pescador e uma empregada doméstica (o que me pareceu).

Em certo dia o cotidiano é abruptamente interrompido por uma inusitada separação no mar. A partir daí temos histórias paralelas da simpática senhora (Maria?) e do veterano pescador.

Por um lado, dá para interpretar como metáfora sobre o amor que permanece inabalável e esperançoso. A simpática senhora percorre vários cantos (como Cuba, onde encontra o Fidel) em busca de seu esposo, e ao mesmo tempo vai descobrindo um mundo que não conhecia, sendo instigada a um deslumbramento e perda da identidade. Mas a tenacidade e constância em seus ideais acabam fazendo diferença onde passa. Essa parte ressalta a firmeza do amor.

E no outro paralelo, o veterano pescador, perdido no mar, exemplifica história de luta pela sobrevivência. A exemplo da esposa, também vai descobrindo um mundo novo, que lhe impacta pelas injustiças e destruição provocada pelos homens. A humanidade parece cruel e egoísta em seus interesses, representados na pesca destrutiva, descaso com o meio ambiente, poluição. Ele contempla essas coisas, que instigam também o leitor a uma conscientização e repúdio.

Um ponto inusitado de ligação na história é a lata de sardinha. Parece representar a humanidade em seus atos agressivos à natureza. O impacto em seu destino final, na visão do pescador, e a alienação ao fato, na referência à senhora. Um produto, um enlatado, pelo qual são capazes de passar por cima de tudo. Claro, pensando de forma metafórica na situação.

Enfim, vou terminar com pontos de destaque entre os paralelos.
Na busca da senhora, logo no início, a esperança quando tudo parecia findado, e a permanência em seus ideais.
Na parte do pescador perdido, a contemplação da ação predatória do navio pesqueiro, o achado de uma panqueca que lhe trouxe a lembrança da esposa, e as cenas da passagem pelo mar de lixo.

A história está sujeita a diferentes interpretações. Para mim foi assim.
comentários(0)comente



Matheus G. 04/12/2016

Uma das coisas mais bacanas que já li!
comentários(0)comente



2 encontrados | exibindo 1 a 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR