Hildeberto 19/12/2015Luís Fernando Veríssimo é um autor que dispensa apresentações. Com um olhar perspicaz, irônico e cheio de humor, suas crônicas são conhecidas por todo o Brasil. Inclusive, ele participou da criação do programa "Comédia da Vida Privada", exibido na rede Globo entre 1995 e 1997.
Pessoalmente, tenho uma relação especial com o autor. O primeiro livro que eu realmente me apaixonei foi "Festa de Criança", de sua autoria. Foi a partir desse livro que despertei para o desejo de ler. E nos anos iniciais, todas minhas leituras foram destinadas a encontrar um livro parecido com ele.
Dessa forma, a humor inteligente e contagiante de "As Mentiras que as Mulheres Contam" não me surpreendeu. A começar pela própria forma de escrita de Veríssimo deixa a leitura graciosa e divertida. Só a forma como o autor descreve algumas situações já me fazia sorri.
Não sei se o título diz reflete bem o teor das crônicas, visto que ela tratam mais de situações do cotidiano (ou nem tão do cotidiano assim) do que propriamente mentiras femininas. De todo modo, o livro não perde em qualidade por esse pequeno detalhe. E embora nem todas as crônicas tenham parecido-me realmente engraçadas, todas possuem um grande grau de crítica. Pode-se não perceber isso em um primeiro momento devido a leveza da narração. De todo modo, uma reflexão mais apurada pode relevar análise interessantes da atual sociedade brasileira.
"As Mentiras que as Mulheres Contam" é ideal para aquelas pessoas que procuram um livro divertido, de bem com a vida e de fácil leitura. Pode-se devorar o livro em um dia, ou aproveitar as crônicas como um degustador, demorando-se em cada uma para absorver e refletir sobre todo o seu significado.