Isabelalalala 22/07/2023
Deixa-te repreender de quem bem te ama
"...que, ou te aproveita ou quer aproveitar-te". Precisei colocar no título dessa resenha essa frase dita pelo autor no começo do livro porque ela foi, sem dúvida, fundamental para eu de fato ler a obra com carinho e poder pontuar coisas aqui e ali.
Primeiramente, não se nega que, de fato, Joaquim Manuel de Macedo fez um perfeito exemplar do romantismo na prática. Emoção e drama puro, fantasias e mitos...chega a ser bonito o quão esse livro aborda tais conceitos e é, sem dúvida, uma relíquia nacional. Me senti envolvida com os personagens e o desenrolar dos fatos, mesmo a história não sendo longa. Grifei muito, poesia atrás de poesia.
Sendo um clássico, o cenário e os costumes são análogos a época abordada, o que entra, aí, no título dessa resenha e no pedido do autor no começo da obra : criticar e aconselhar. Sempre importante, no momento de ler esse tipo de livro, enxergar a evolução social que sofremos do período da obra até o momento em que vivemos. Augusto, sendo um estudante de medicina, apaixonado por uma menina de 14 anos que brinca de boneca, é, no mínimo, perturbador, visto que justamente a infantilidade e a inocência que o cativava. Esse tipo de situação é incabível atualmente, mas era perfeitamente aceitável no momento vivido. Talvez isso afete sua experiência de leitura, como eu vi que atrapalhou de muita gente. Mas, levando o pedido do Joaquim a sério, de ver o carinho que ele teve ao escrever isso, eu me senti perfeitamente capaz de entender as circunstâncias e apreciar o livro como documento, eu quis mesmo aproveitar!
Acredito que muitos, de fato, precisam ler esse livro, mas poxa, recomendo muito você ler por interesse próprio também! Fiz isso e tenho certeza que apreciei muito mais do que teria se tivesse lido quando a escola me recomendou. Apreciem a literatura nacional!
"Amor?...amor não é efeito, nem causa, nem princípio, nem fim, e é tudo, tudo isso ao mesmo tempo".