A história do Romanée-Conti

A história do Romanée-Conti Maximillian Potter




Resenhas - A história do Romanée-Conti


7 encontrados | exibindo 1 a 7


Danilo Vicente 26/05/2024

Vale pela história, não pelo suspense
A história por trás do Domaine de la Romanée-Conti, que produz o melhor vinho do planeta. É o que mais cativa neste livro do americano Maximillian Potter. A trama de suspense fica devendo - na verdade, não há suspense. Fica a vontade de conhecer a Borgonha e degustar o melhor vinho do mundo, o Romanée-Conti.
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Giovani 28/03/2024

Gostei bastante da leitura, mesmo com uma escrita bem ?jornalística?, que as vezes é exagerada sem precisar. Gosto da abordagem de contar a história do vinho/vinhedo através das pessoas que estiveram por ele, durante séculos. O foco é maior na gestão atual, claro. O título me levava a crer que a obra seria algo que, para mim, não foi, ou que pelo menos me deixa dúvidas sobre. O crime referido é bem explicado, e muito mais simplório do que parecia. Isso por si só, interessante. E sim, da vontade de tomar vinho, mas como não tenho uns milhares de reais pra me dispor desses?
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Estela.Mayra 08/09/2023

Recomendo
Está ê uma história verídica sobre um crime em um dos vinhedos de maior prestígio do mundo. Um livro de mistério para os apreciadores de vinho. Diria que é um livro legal para férias ou de final de semana.
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Andrey.Moser 20/01/2023

A história do Romanée-Conti, o melhor vinho do mundo
Era dezembro de 2018. A high society paulistana recebia com alvoroço a notícia de que mais de 800 vinhos de uma das adegas mais cobiçadas do mundo haviam sido postos à venda. O montante de garrafas empoeiradas compunham a nata dos vinhos, provenientes, em sua maioria, do centro oeste francês, mais especificamente da região da Borgonha. O processo de compra não era nada simples.
O vendedor exigia a mais alta discrição e o sortudo comprador precisaria levar o lote inteiro e, ainda, em dinheiro vivo. Tratava-se de um dos políticos mais conhecidos do país, cujo mandato recém havia sido cassado pela mais alta corte por suposto envolvimento com superfaturamento de obras nos anos 90. Ex governador do estado e ex-prefeito da capital paulista. O vendedor era um dos maiores colecionadores do Romanée Conti, conhecido como o melhor vinho do planeta. Seu nome era Paulo Maluf.

Um dos melhores hábitos que 2022 me proporcionou, foi o de dar uma nova chance aos vinhos. Não sei dizer ao certo porque decidi dar essa chance, mas sei exatamente porque o evitei por tanto tempo. A quase totalidade dos vinhos que eu havia tomado na minha vida, antes do ano passado, eram vinhos engarrafados em plástico, em temperatura ambiente, com alta concentração de açúcar e vendidos em quantidades exageradas a valores realmente muito acessíveis. Sua única finalidade era o entorpecimento rápido e barato.
Naquele tempo todos os meus amigos, assim como eu, não tinham grana, apesar de haver raras exceções. E justamente por isso talvez essa tenha sido uma das melhores épocas da minha vida. Gostávamos de frequentar as festas nos bairros boêmios da cidade. Terça feira era o largo dos açorianos. Quinta feira era uma festa com entrada franca no Beco da Independência. Sexta, sábado e domingo eram incertos, mas costumavam ser mais caros. Sempre havia a opção de ficar na rua. Porto legre vivia um momento único em que toda noite tinha algo pra se fazer nos arredores do centro da cidade e, por vezes, ficar na rua era sim a melhor opção.

Só alguém com muito dinheiro ou muito estúpido (as vezes ambos) deixava para começar a beber dentro das festas, onde os valores eram absurdamente altos. É ali que os donos do local faziam seu dinheiro, achacando os coitados que se dispõe a gastar mais para impressionar alguém e amenizar a dura verdade de não conseguirem manter uma conversa por mais de cinco minutos com outro ser humano sem que este perdesse todo o interesse pela companhia. Comprar a bebida dentro da festa era uma forma de atrair alguma atenção e para isso pagava-se o seu preço. Eu imaginava que os coitados sabiam disso, e, mesmo assim, estavam dispostos a pagar.

Se um de nós, os sem grana, quisesse tomar umas cervejas dentro do local, precisaria abrir mão de sair em algum dos outros dias. Não valia a pena. Nunca se conversou sobre isso, mas era aquele tipo de verdade que simplesmente não se questiona. A solução para isso era geralmente um vinho vagabundo. Ele não precisava de acompanhamentos como as outras bebidas. Também não precisava de gelo. Simplesmente era o melhor custo benefício.
O duro era enfrentar aquele vinho. O cheiro e o sabor eram duvidosos, mas a garrafa de plástico tinha o seu charme. Talvez porque ela ia se tornando ergonômica à medida que o líquido se esvaía. Aos poucos ela ficava levemente amassada, tornando-se perfeita para a degustação direto do bico. Nossa preferida. Mas o vinho vagabundo é egoísta. A chance de dar problema quando se mistura com qualquer outra coisa é muito grande e nas nossas noites a incerteza imperava. Nunca se sabia quando alguém ia surgir com alguma outra bebida. Apesar disso, eu bebi muito vinho nessa fase. Éramos dois vagabundos, o vinho e eu. Quando ela passou decidi que bastava. Era hora de deixar o vinho de lado por um tempo.

Descobri o livro do jornalista Maximillian Potter ?A história do Romanée-Conti e a trama para destruir o melhor vinho do mundo? ouvindo um podcast. Eu costumo ouvi-los enquanto trabalho. É um excelente passatempo para quem não faz trabalhos que precisam necessariamente de algum tipo de raciocínio elaborado. É o caso dos meus. Também é uma boa oportunidade de não ficar com aquela sensação de que o tempo está sendo completamente desperdiçado enquanto você realiza atividades entediantes, repetitivas e estagnadas. Apesar disso, há algo grandioso nessas atividades.
A sinopse do livro foi muito bem descrita por um dos hosts do programa e me convenceu a procurá-lo. Aproveitei a época em que minha mãe estava vindo passar uns dias por aqui e solicitei que ela trouxesse alguns livros para mim. Entre eles estava o de Potter.
Antes de viajar para a França e provar o melhor vinho do mundo, Potter era um experiente escritor de algumas importantes revistas nos Estados Unidos. Nascido na Filadélfia, sua vasta experiência jornalística contrastava com sua absoluta ignorância a respeito de vinhos - algo havia em comum entre nós - especialmente os renomados vinhos da Borgonha, lar do lendário Domaine de la Romanée Conti, o vinhedo que dá nome ao melhor vinho do planeta. Um pinot noir Grand Cru.

Pinot noir é a uva que um agricultor romano de nome Columella optou por cultivar na região ainda no século I. A decisão provou-se acertada, tanto que os monges beneditinos que se estabeleceram na região mil anos mais tarde deram continuidade ao cultivo da mesma espécie de uva por entenderem ser a melhor opção. Chame de sorte ou de destino, mas os monges beneditinos eram seguidores da vida monástica baseada no trabalho e na oração, e justamente por isso, consideraram divina a desafiadora tarefa de fazer vingar seus vinhedos numa encosta rodeada por uma densa vegetação.
Torroir é o termo em francês que designa a mística no sabor do vinho que se dá na alquimia da natureza a partir do sabor da terra e das condições climáticas. O ditado ?As tempestades mais fortes é que fazem os melhores marinheiros? valia para os monges, e a tarefa de cultivar vinhedos naquela região - que eles batizaram de Côte D?or (encosta dourada) - era uma tempestade e tanto. Mas no mundo das vinhas não existem marinheiros e sim vignerons.

O trabalho de vigneron equivale ao trabalho de um CEO do vale do silício, mas ao invés de comandar uma startup que com o tempo vai precarizar um bocado de trabalhos, o vigneron comanda os principais assuntos dentro de um vinhedo. Ele é quem toma as principais decisões que vão influenciar na safra de um ano. Quando colher as uvas é sua principal atribuição. Pode não parecer, mas não há nada de trivial nessa decisão.
Optar por aproveitar as brisas de setembro para secar a umidade nas uvas e espantar os fungos para um final de maturação que exalta o equilíbrio de doçura no vinho ou colher antes que o tempo vire para as tempestades e a umidade que trazem consigo estrague tudo é uma decisão que somente um experiente vigneron poderia tomar com assertividade. E o vigneron encarregado pelo domaine RC era uma lenda. Era a terceira geração dos De Villaine, conhecido por todos como um expert no que fazia, herdou a difícil tarefa de administrar o domaine e toda sua história.


Diferente de nós, sem grana e cheios de juventude querendo fazer nossa história pelas madrugadas da capital gaúcha, o Romanée Conti é um vinhedo de tradição. Depois de ser cultivado pelos romanos e mais tarde pelos monges, a nobreza francesa reconheceu o exímio trabalho que as mãos dos religiosos haviam feito. O vinho era esplêndido. Não demorou muito para que Versalhes fosse o palco de uma disputa envolvendo a Côte D'or.
O príncipe de Conti, disputou com a amante do seu primo e rei da França Luís XV - que a fez duquesa - uma batalha pelo controle dos vinhedos. A trama no mais famoso palácio do mundo tem de tudo para amarrar uma boa história. Fofocas, intrigas, traições e rebeliões. Como se não bastasse, o príncipe de Conti se relacionou com algumas das principais figuras da época, como Rousseau, Voltaire e Mozart. Todos tiveram uma relação direta com o vinho que leva seu nome. Conhecer a história da França através do vinho é certamente um dos pontos mais altos do livro.

A trama para sequestrar o vinhedo, uma praga que quase destruiu os vinhos franceses, a história do surgimento dos vinhos californianos, a expulsão do maior crítico de vinhos da região da Borgonha, a reportagem do Time que cobriu uma disputa entre vinhos franceses e americanos em solo parisiense e tantas outras histórias são magicamente amarradas por Potter nesse sucesso de crítica que venceu a categoria de melhor livro sobre vinhos no ano de 2014 pelo New York Times.
A história do Romanée Conti não é apenas um livro sobre vinhos. É uma visita ao coração dos vinhedos da Borgonha e um passeio por Versalhes do século XVIII e enquanto viajamos entre um e outro um crime vai sendo desvendado nas páginas que, se bem aproveitadas, ao final da trama estarão com algumas manchas cor de uva pelos cantos.
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Fernanda 24/12/2022

Bom
Confesso que o livro não me prendeu, demorei para ler para a quantidade de páginas. Ele conta muito mais sobre a história da vinícola do que sobre a tentativa de sequestro. Confesso que li esperando saber mais sobre a investigação, mas não deixou nenhuma dúvida, apenas contou bastante sobre a história da Borgonha e da Romanee-conti.
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Karin 16/01/2021

Delicioso aprender mais sobre a Borgonha e seus vinhos fabulosos.
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Jansen 27/06/2016

Maravilha...tim... tim
Muito bom. Às vezes peca pela falta de uma certa organização que um livro policial deve ter. Isso é perdoado dado que foi no império romano que se plantaram os primeiros vinhedos na região e o livro trata mais da história do melhor vinho do mundo, desde suas origens, passando pelas trocas de dono até cair em mãos de um personagem interessante, lá pelo século XVIII, o príncipe de Conti. Tempos depois passou para a família dos atuais proprietários que mantiveram o padrão do DRC (Domaine Romanée Conti). A área destinada à produção do melhor vinho do mundo são meros 1,8 ha, tratados com carinho e devoção, optando pela produção "massal" em vez de "clonal". A primeira é "uma estratégia enraizada tanto no mercado quanto no solo". Leva em consideração a diversidade no vinhedo onde são estabelecidas regras naturais para cada palmo de solo "significava mais complexidade, mistério e magia na garrafa" frente à clonal onde eram desenvolvidos clones de vinhas e repetidas pelo terreno cópias absolutamente idênticas. Mais cômodo, mas menos artesanal. Mais igualdade mas menos arte.
Entrelaçado com a história do Romané Conti tomamos conhecimento do fato ocorrido em 2010, de uma tentativa de "sequestro" do Domaine e a prioridade nacional frente ao atentado. Sem que o fato tivesse ampla divulgação na imprensa, o que poderia prejudicar a imagem desse patrimônio francês. O comportamento da imprensa e das autoridades mostra bem o respeito às tradições, típicas do europeu e, principalmente do francês.
Um bom livro para os milhões de brasileiros que aprenderam a curtir um bom vinho e para aqueles que ainda pensam no assunto.
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