Léia Viana 03/03/2024
Clube Tatiana Feltrin e sua Biblioteca 📚
Livros como este nunca são inúteis.
14 anos após a primeira leitura e a emoção só aumentou. Que livro lindo, amo todos os detalhes, as digressões e para mim não tem furo algum (pode escrever que estou passando o pano para VH porque estou mesmo).
A intenção não é escrever aqui uma resenha, e sim minha impressão de leitura em alguns pontos. Na realidade, passaria horas conversando sobre esse livro, seus personagens e tudo o mais. Mas a emoção aqui está latente, então quero apenas abordar alguns pontos.
O valor dessa obra é intangível! Toda a ambientação, seus personagens e a maneira que a pobreza, a miséria, a degradação moral, a exploração da criança, o abandono dos idosos, a ignorância, os analfabetos, os sem oportunidades e as mazelas de um mundo ingrato com pessoas "cegas" a dor e a necessidade alheia, estão inseridas nessa obra sem floreio, sem entrelinhas, é tudo direto e de uma tristeza constrangedora.
Seguem sendo inesquecíveis para mim, os personagens: Bispo de Digne e Jean Valjean, esse último é de uma beleza e emoção. Tanto da primeira vez quanto agora, nunca esqueci Jean Valjean, ele é inesquecível e único. Faz o leitor ter várias emoções ao longo da história: amor compaixão, medo, raiva (não dele), emoção.
Dessa vez entendi Marius e também Cosette. Aceitei o final de Thernadier, aliás, achei esse final bem crível e não poderia ter um melhor que esse. É a vida e nem sempre ela é justa. A primeira vez quando li fiquei com muita raiva de Marius e achei Cosette ingrata, agora percebo vários pontos: a mulher naquela época era criada para obedecer o pai e quando casasse ao marido; Cosette estava deslumbrada e encantada com a nova vida, aliás sabia bem pouco das mazelas da vida, mesmo passando o que passou, ela guardou no fundo e não pensou mais nisso. Quanto a Marius, tinha senso de justiça e lealdade, era preso nessas convicções. Devemos lembrar também que Jean Valjean não facilitou as informações porque vivia em permanente punição de si próprio.
Sigo aqui emocionada com o término dessa leitura, as páginas finais, em meio ao choro e cheguei a soluçar. Chorei feito criança, admito, e pela segunda vez. Segue sendo um dos meus livros favoritos da vida e Jean Valjean, meu personagem do coração.