Resenhas - A Samurai

Sô 14/12/2015

Achei que ia ser uma coisa meio Mulan, mas me surpreendi.

Michiko é uma garota que foi abandonada em uma okiya (casa de geishas) ainda bebê pelo seu pai. Ela cresce com essa ânsia de encontrar a sua verdadeira família e pra isso, resolve treinar kendo com seu melhor amigo para que possa se virar caso surja algum imprevisto pelo caminho. Nesse meio-tempo acaba se tornando uma geisha também.

O final achei meio doido e inesperado, mas funcionou. O lance é que ela pula no tempo, e vai parar em universos paralelos em busca de sua família. E em cada um desses universos há alguns obstáculos que ela deve superar. A impressão que dá é que já estava determinado que ela nunca teria um final feliz com a família, tanto que em cada universo acontece algo de errado, mas que ela procura de todas as formas ir contra o que já está traçado no destino dela.

A arte é um pouco confusa a princípio, já que cada capítulo foi elaborado por um artista diferente, mas depois fica bastante interessante acompanhar como cada artista visualizou os personagens e isso acabou enriquecendo ainda mais a obra.

Isabelle 06/12/2015

A Samurai e o protagonismo feminino
O que mais me chamou atenção em A Samurai foi o uso das cores. Cada artista escolheu uma cor específica para contar sua parte da história. No primeiro capítulo, chamado “A Gueixa”, temos a predominância do rosa, que transmite uma sensação de estarmos cercados de cerejeiras, enquanto lemos. Em um momento onde ocorre uma batalha na floresta, temos a predominância da cor verde, associada com a vegetação local. No período de raiva da protagonista Michiko, há um capítulo com a predominância do vermelho. Cada artista soube associar positivamente a construção do ambiente com o momento vivenciado pela protagonista.

A protagonista Michiko é uma mulher que ignora o destino imposto pela sociedade de sua época, dominada por homens, e resolve lutar por suas escolhas independentes, não medindo esforços para alcançar seu objetivo: encontrar sua família.

Gostei muito da forma como a protagonista foi construída. Nenhum artista objetificou a Michiko, construindo uma guerreira humana, com roupas normais e confortáveis para suas batalhas, fugindo dos estereótipos que buscam objetificar o protagonismo feminino nos quadrinhos para o público masculino.

Não pude deixar de notar a semelhança da protagonista Michiko, no capítulo “A Memória” – desenhado por Mika Takahashi – com a protagonista da animação da Ghibli “The Tale of the Princess Kaguya”, cujos traços são marcantes e semelhantes.

A Samurai traz uma mensagem forte sobre a importância de lutar por aquilo em que acredita, independente dos obstáculos impostos pela sociedade. Tudo acompanhado pelo primoroso roteiro da Mylle Silva e pelos belíssimos traços de cada artista; além da grande surpresa na narrativa final, que somente quem ler descobrirá.

(Resenha completa no link abaixo)

site: https://deliriumnerd.wordpress.com/2016/01/24/quadrinhos-a-samurai-e-o-protagonismo-feminino-resenha/