Meninas da Noite

Meninas da Noite Gilberto Dimenstein




Resenhas - Meninas da Noite


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Regy 06/08/2024

A Triste realidade de meninas em meu país
Eu chorei com esse livro. Choro pelo fato de todos esse percurso do autor ser quando eu era uma garotinha e não fazer ideia das maldades dos seres humanos. Na época eu tinha uma casa que era um lar de amor enquanto essas meninas estavam sendo usadas como objetos e tratadas com lixo!
Como um ser humano pode tratar outro assim? Como alguém pode pegar uma criança e fazer com ela esses males? Que tipo de gente é essa? Dói por dentro. Fico me perguntando se essas meninas ainda são vivas, se elas encontraram um lar...
Odeio a maldade humana. Odeio ler coisas assim porque me tiram da minha zona de conforto..a realidade é muito crua.
Ainda bem que eu vou morar no céu e não mais verei esses monstros maltratando crianças.
Deus me leva logo!!
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Maria1691 10/08/2022

O livro-reportagem Meninas da Noite, do jornalista e escritor, Gilberto Dimenstein fala sobre tráfico e aprisionamento de meninas escravas, descrevendo com detalhes a investigação que começou em julho de 1991. O jornalista levou aproximadamente sete meses para ter em mãos todo o material necessário, como fitas com gravações, fotos, documentos da polícia e entrevistas com testemunhas e vítimas do tráfico.

Ele descreve cada interação com as meninas e cada relato das mesmas, elas eram audaciosas e poderiam falar qualquer coisa que Dimenstein quisesse ouvir, ele relata também a forma como eram desrespeitadas e maltratadas, vivendo em situação de abandono, angústia e miséria.

Acredito que para explicar alguns relatos, Dimenstein tenta usar do mesmo linguajar ou ao menos deixar o leitor a par dos termos usados pelas meninas. De início ele se aproximava fazendo perguntas básicas, nome dos pais, onde nasceu, onde trabalhava, quais eram suas lembranças da infância e qual sua percepção da violência.

Eram mais de 500 mil meninas prostitutas e inúmeros os cativeiros criados em torno das zonas de garimpo, na selva onde quem tem mais armas e melhores pistoleiros ditava as regras.

Durante o livro, em diversas situações como por exemplo, quando uma das meninas implora por ajuda e para ser libertada, Dimenstein nos mostra seu lado sentimental e que diz que além de jornalista é um ser humano.

Meninas da noite, conta com relatos não apenas de vitimias da prostituição, escravas e testemunhas, conta com educadores de rua, padres, psicologas e membros de instituições que tentam auxiliar e remover crianças e mulheres que estivessem nessa situação precária. Um exemplo disso é Maria de Lurdes Araújo Barreto, que conduziu e introduziu Dimenstein na rota do tráfico de meninas e nos labirintos da prostituição infantil.

Ao decorrer da leitura, me pego pensando em quantos privilégios tenho em relação a realidade dessas crianças, é chocante descobrir que, o que elas carregavam de mais valioso naquela região, era a virgindade, e que possivelmente seria arrancada na marra ou na esperteza.

O autor explica com clareza como funciona a dívida das meninas, mas basicamente são obrigadas a fazer salão, vender o corpo para pagar pela passagem de ida até o garimpo, pela alimentação precária e pela sua estadia, ou seja, elas sequer viam a cor do dinheiro e quando se recusavam a trabalhar, eram trancafiadas no quarto sem direito a alimentação.

Considero esse, um dos livros mais interessantes e reveladores que já li e que para estudantes de comunicação é uma leitura essencial. Do início ao fim do livro, Dimenstein descreve todo o ambiente com diversos detalhes, o que nos situa dentro da história e nos leva até o local, apresentando uma realidade onde a população literalmente pagava pela segurança pública (que a propósito, é direito e dever do estado) onde a polícia, políticos instituições públicas estavam diretamente ligadas ao tráfico de pessoas, prostituição infantil e ao tráfico drogas.

Por fim, acredito que as fotografias de Paula Simas contribuíram ainda mais para a credibilidade do livro, com imagens que mostravam a promiscuidade do mundo onde diversas crianças viviam, e como a pobreza e a miséria tornavam essa realidade algo normal.
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Aline 26/12/2021

Desesperança
Livro de 1992, mas infelizmente narra uma tragédia ainda muito atual... Fala sobre a prostituição infantil na Amazônia Legal, onde crianças são vendidas pelos próprios pais ou atraídas por falsas promessas para o trabalho como escravas sexuais em garimpos. O autor traz muitos depoimentos e fotos, mostra que as 18 anos as meninas já encontram-se repletas de doenças, o que faz com que crianças cada vez mais jovens sejam recrutadas. Mostra ainda que a polícia (e também os políticos locais) são coniventes, o que dá uma pontada de desesperança. Livro pesado e sem final feliz!

"Fui cutucado também pelo desafio do modismo ecológico. Toda aquela região entrou na moda mais por suas florestas desvastadas do que pelos seus seres humanos devastados. O fervor ecológico fez com que o mundo conhecesse melhor os espécimes animas e vegetais do que os humanos. A menina prostituta é um vigoroso contraponto a esse desvio."
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Kemi 18/08/2021

Tive que ler para a aula de história e confesso que no começo foi uma leitura difícil, o livro não tem filtros e faz com que a gente sinta aquela agonia conforme lê sobre a realidade das meninas...
Entretanto é uma leitura que vale muito a pena.
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Lena 22/06/2021

Uma leitura bem pesada, porém muito necessária!!
A autoria de Gilberto Dimenstein relata sobre a prostituição entre menores de 9 e 17 anos que ocorre na Amazônia Legal. É um livro com uma leitura bem pesada cheia de fatos chocantes, tristes e com certeza vão deixar qualquer um que leia com muita raiva e indignação.

Os relatos são muito completos, dizem nome, idade e história das meninas, alguns até mesmo tem as fotos delas.
O livro é muito abrangente quando fala da violência que as crianças sofrem, e não se limitam só no abuso sexual, mas também no físico e mental.

O livro é muito humano, mesmo que apresente bastante fatos ele dá um apelo para olharmos para a nossa realidade e para a realidade dessas meninas, apresenta como o olhar de uma família pobre da capital de São Paulo, por exemplo, é totalmente diferente do olhar de uma família pobre de Belém ou Rio Branco.

A forma como para algumas pessoas no mundo é normal uma criança se submeter a violência e prostituição em troca de um prato de comida e alguns trocados mostra que o meu "normal" não é o mesmo "normal" de outra pessoa. Acredito que esse tenha sido um dos livros mais necessários que eu já li, todos deveriam ler essa obra e não só para entender a história de outros cantos do Brasil, mas como também tentar ajudar a livrar pessoas e crianças desse ciclo vicioso que o capitalismo nos coloca, em que devemos vender nosso corpo e alma por meio prato de comida.
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Augustus 27/04/2021

Revelador
Tive de ler este livro para Faculdade, achei muito interessante os relatos, na maneira que trazem as histórias reais dessas meninas sofridas, seus esforços para sobrevirem. É marcante, de rápida leitura, mas muito interessante! Vale a pena ler!
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Karol 16/03/2021

É um livro muito difícil e pesado de se ler, não pela linguagem, mas sim pelos relatos contados ao longo das viagens de Dimenstein com o intuito de expor a escravidão e exploração realizada contra meninas (9-17 anos) e mulheres no ramo da prostituição na área da Amazônia Legal.
O relato de vida dessas meninas/mulheres é algo surpreendente e triste, a cada momento faz você se perguntar: como alguém é capaz de fazer algo desse tipo contra uma criança? E pior ainda, quem consegue encobrir tudo isso e se tornar cúmplice de tudo o que acontece?
Dimenstein foi uma pessoa de extrema importância para que essas meninas pudessem ser livres de seus "donos" e pudessem viver suas próprias vidas, porém é possível que muitas delas futuramente recorram novamente a prostituição pelo fato de não terem uma certa escolaridade ou profissão definida, o que torna tudo ainda mais triste, infelizmente.
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Laura 25/10/2020

para repórteres ou para pessoas
livro essencial para estudantes de Comunicação Social, sobretudo de Jornalismo. mas não somente.

as histórias narradas por Dimenstein doem, apesar de achar que em alguns trechos ele não sabe como expressar a dor e a tristeza daquelas situações, por diversos motivos, principalmente por ser homem.

entretanto, o repórter mostra que aplica seus métodos jornalísticos sempre pautando a alteridade. esta leitura certamente me inspirou bastante na profissão que escolhi seguir.

que bom poder ler Dimenstein, enquanto repórter, enquanto pessoa.
oiinatalia 25/10/2020minha estante
Livro incrível




Juliana Cardoso 03/10/2020

Escravas sexuais
Apesar da história ser antiga, nos dá uma boa noção a respeito das escravas sexuais nos confins do Brasil. Indico.
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Locimar 04/09/2020

Historicamente há injustiças que o Brasil nunca enfrentou com coragem. Brasil: políticas públicas. O Gilberto sempre as denunciou! Grande homem!
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R...... 03/02/2018

A obra é de 1992, mas a realidade apresentada, apesar dos anos que se passaram, é algo que persiste na sociedade.
Contextualizando, é uma reportagem investigativa sobre a prostituição infantil na Amazônia, passando por várias cidades em um período de seis meses, com a metodologia de encontrar as adolescentes dando voz ao que vivenciavam. A abordagem não se prende a referencial teórico na área sociológica. Os relatos das meninas são provocativos a essa percepção nas causas e consequências.

Entre as causas, evidenciam-se fatores como a desestruturação familiar (violência, ausência dos pais, conflitos gerados pelo alcoolismo, conivência com a corrupção); o abandono do poder público em garantir direitos essenciais (como a educação e proteção) e a falta de oportunidades em um cenário de carências diversas, suscetível a ação de aliciadores.
Nas consequências, a constatação de uma realidade que escraviza e destrói (física e emocionalmente), predispondo desdobramentos para o tráfico de mulheres, drogas, violência, gravidez precoce, abortos, doenças e mortes.

Os relatos chocam, falando de venda de crianças pelos pais, leilões de virgindade, participação de elementos da polícia e do exército, e impunidades diversas.
O que me pareceu mais melancólico foi a visão de mundo forçada nas meninas, que muitas vezes veem nesse meio a única forma de sobrevivência.
Há muita coisa deprimente sobre exploração e o objetivo do livro é instigar a transformação do impacto, na sociedade e autoridades, em ações contra essa realidade.
Quando trabalhei em uma instituição governamental voltada a crianças e adolescentes (durante 5 anos) tive oportunidade de presenciar e ouvir relatos muito parecidos.

Tem muitas fotos, que falam por si mesmas ao contrastar a inocência da infância com a perversidade do mundo da prostituição.
Registro também uma observação que chamou minha atenção, sobre a Amazônia ser conhecida internacionalmente em movimentação contra a sua devastação, mas ser pouco conhecida quanto a vidas devastadas que nela habitam,

Do ponto de vista sociológico, é uma obra importante de ser difundida. O conhecimento expresso é ainda realidade presente e não se restringe ao cenário de cá.

A única coisa que não me pareceu coerente e importante é que o autor, no ponto de vista histórico, baseou algumas conclusões em considerações pejorativas, irreais com a verdadeira identidade dos fatos. Não por ser amapaense, pois reconheço a realidade descrita, mas "fazer redução do antigo Beiradão para cidade criada para fornecer mulheres para o Projeto Jari", segundo a visão do autor, é desconhecer e ignorar a história. Chega a ser até mesmo um tanto irresponsável. É como dizer que as favelas foram criadas para o tráfico e que todo brasileiro é malandro (em face da visão pejorativa no exterior). Não se trata de bairrismo, pois a mesma observação em relação a realidade dos fatos também aplico a Rondônia, que teve sua economia e desenvolvimento associados, em sua maior parte, ao tráfico de drogas em registro do autor.
Não é o aspecto principal do livro, mas achei importante expressar no que quero guardar em percepções sobre a obra. Só a esses aspectos não concordei.

Leitura importante, principalmente pelo tema ainda ser presente, seja na Amazônia, seja no país como um todo: a prostituição infantil.
Thalys.Zica 07/05/2021minha estante
Olá boa noite! Poderia me explicar essa frase por favor?

"Não por ser amapaense, pois reconheço a realidade descrita, mas fazer redução do antigo Beiradão para cidade criada para fornecer mulheres para o Projeto Jari é desconhecer e ignorar a história."


R...... 08/05/2021minha estante
Oi! A frase é de contestação à exposição pejorativa, sensacionalista e equivocada do autor em dizer que o Beiradão foi criado como reduto de prostituição. Destoa da historicidade do lugar, que cresceu a partir da vinda de migrantes em busca de emprego no Projeto Jari. Discordei nesse aspecto do autor, não por ser amapaense (como se apenas fosse bairrista e não tivesse gostado da colocação), mas por conhecer a história, em que reconheço a existência da prostituição, mas não é, em alguns aspectos, como o autor foi taxativo. Meu texto é de fato ruim, mas espero que tenha esclarecido a dúvida..




><'',º> 01/02/2018

O jornalista Gilberto Dimenstein, durante seis meses, investigou a rota do tráfico de meninas na Amazônia, viajando pelo submundo da prostituição infantil. Esse inquérito tece como resultado o livro "Meninas da Noite". E tem um subtítulo bem apropriado ao tema: "A prostituição de meninas-escravas no Brasil".

Com bastante propriedade, o autor usa a expressão meninas-escravas, visto que se trata de um mercado de gente. O que acontece nesse submundo da sociedade é tão-somente uma caricatura do que acontece em todos os outros planos: a mercantilização humana. Absolutamente tudo tem seu preço hoje em dia, inclusive seres humanos.

O livro de Dimenstein explica os motivos da prostituição. Como não se trata de um livro científico, e sim de um livro de relatos apresentados de uma forma jornalística, não há uma seção do texto que se pode chamar de “Causas e motivos da prostituição". Esses motivos não são elevados de forma sistemática, mas soltas ao longo de todo o livro.

Cada passo da investigação é relatado com detalhes, mostrando como é a vida dessas meninas e um pouco de sua história, e como foi possível encontrar traficantes e um cativeiro de meninas-escravas protegidos pela selva amazônica.

Fonte: Ramon no blog Resumo Literário.
Texto na íntegra em

site: http://resumoliteral.blogspot.com.br/2009/12/gilberto-dimenstein-meninas-da-noite.html
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Dardânia 21/02/2016

Impactante!
Impactante é a primeira palavra que vem a minha cabeça quando me lembro que li "Meninas da noite", eu era imatura e que pouco sabia da vida, me choquei ao ler aquelas palavras. Não estava preparada para aquelas histórias!
Meninas da minha idade ou até mais novas passando por situações que eu não conhecia, que os jornais não noticiavam e que eu não tinha lido em lugar algum.
Abandonadas, conduzidas por adultos a uma vida a que criança nenhuma deveria conhecer! Como uma criança que nunca segurou uma boneca, poderia agora ter em seus braços uma criança? Como existem pessoas capazes de abusar da inocência delas em busca de um doentio prazer?
Esse livro foi o meu primeiro contato com esse assunto e com o jornalista (renomado e premiado) Gilberto Dimenstein e que passei a admirar e a seguir seu trabalho desde então.
Aconselho a leitura a todos, talvez não aos tão jovens como eu era quando li, mas a todos que buscam por relatos sobre esse assunto tão pouco noticiado, mas que necessita de toda a atenção do mundo.
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anaclarapras 28/11/2012

choque de realidade
a investigação de Gilberto Dimenstein , traz em cena a realidade, de anos atrás do norte e nordeste do Brasil. Seu trabalho é primordial, levando várias meninas escravas e prostituídas a salvação. Desmascarando um esquema de crueldade que suja a historia do norte e nordeste do Brasil. Vale muito a pena lêr. Super indico.
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