Meninas da Noite

Meninas da Noite Gilberto Dimenstein




Resenhas - Meninas da Noite


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Ariadne 03/04/2011

Meninas da Noite
O livro antes de tudo é um grito de protesto. O jornalista brasileiro Gilberto Dimenstein por meio de uma linguagem realista (e principalmente, bem humorada)nos leva em uma rota exótica e desconhecida através da Amazônia Legal, compreendendo principalmente os estados de Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. O objetivo principal nada mais é investigar o tráfico de meninas na Amazônia. Durante a narrativa cada detalhe é explorado, com ele nos contando as impressões, os medos e as causas que trouxeram as garotas ao submundo da prostituição infantil. Desde a narração do pouso "dramático", no aeroporto de Itaituba (Centro-Oeste do Pará)até a libertação de algumas garotas, o livro nos prende de maneira impressionante. Diante de tamanha mediocridade, o jornalista não se mantém imparcial. O que mais me chamou a atenção, foi a maneira com que descreveu fatos corriqueiros, como a pergunta de uma adolescente de Imperatriz: [..]Mas se você não fosse casado, casaria comigo?[...] O diálogo nada mais é a esperança de encontrar um "príncipe encantado", onde muitas apaixonam-se com facilidade por um cliente mais delicado e compreensivo. É claro que a presença de Gilberto também causa suspeitas, inclusive sua "masculinidade". [...] Esse rapaz é veado? no caminho de volta, o motorista conta o diálogo. Suspeito que ele próprio está desconfiado de mim - afinal, ali não é um lugar de conversa, nem para homens casados que adoram a mulher[...]. Um livro bastante informativo, que acima de tudo nos mostra que a escravidão ainda está longe de "ser abolida".
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Regy 06/08/2024

A Triste realidade de meninas em meu país
Eu chorei com esse livro. Choro pelo fato de todos esse percurso do autor ser quando eu era uma garotinha e não fazer ideia das maldades dos seres humanos. Na época eu tinha uma casa que era um lar de amor enquanto essas meninas estavam sendo usadas como objetos e tratadas com lixo!
Como um ser humano pode tratar outro assim? Como alguém pode pegar uma criança e fazer com ela esses males? Que tipo de gente é essa? Dói por dentro. Fico me perguntando se essas meninas ainda são vivas, se elas encontraram um lar...
Odeio a maldade humana. Odeio ler coisas assim porque me tiram da minha zona de conforto..a realidade é muito crua.
Ainda bem que eu vou morar no céu e não mais verei esses monstros maltratando crianças.
Deus me leva logo!!
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Maria1691 10/08/2022

O livro-reportagem Meninas da Noite, do jornalista e escritor, Gilberto Dimenstein fala sobre tráfico e aprisionamento de meninas escravas, descrevendo com detalhes a investigação que começou em julho de 1991. O jornalista levou aproximadamente sete meses para ter em mãos todo o material necessário, como fitas com gravações, fotos, documentos da polícia e entrevistas com testemunhas e vítimas do tráfico.

Ele descreve cada interação com as meninas e cada relato das mesmas, elas eram audaciosas e poderiam falar qualquer coisa que Dimenstein quisesse ouvir, ele relata também a forma como eram desrespeitadas e maltratadas, vivendo em situação de abandono, angústia e miséria.

Acredito que para explicar alguns relatos, Dimenstein tenta usar do mesmo linguajar ou ao menos deixar o leitor a par dos termos usados pelas meninas. De início ele se aproximava fazendo perguntas básicas, nome dos pais, onde nasceu, onde trabalhava, quais eram suas lembranças da infância e qual sua percepção da violência.

Eram mais de 500 mil meninas prostitutas e inúmeros os cativeiros criados em torno das zonas de garimpo, na selva onde quem tem mais armas e melhores pistoleiros ditava as regras.

Durante o livro, em diversas situações como por exemplo, quando uma das meninas implora por ajuda e para ser libertada, Dimenstein nos mostra seu lado sentimental e que diz que além de jornalista é um ser humano.

Meninas da noite, conta com relatos não apenas de vitimias da prostituição, escravas e testemunhas, conta com educadores de rua, padres, psicologas e membros de instituições que tentam auxiliar e remover crianças e mulheres que estivessem nessa situação precária. Um exemplo disso é Maria de Lurdes Araújo Barreto, que conduziu e introduziu Dimenstein na rota do tráfico de meninas e nos labirintos da prostituição infantil.

Ao decorrer da leitura, me pego pensando em quantos privilégios tenho em relação a realidade dessas crianças, é chocante descobrir que, o que elas carregavam de mais valioso naquela região, era a virgindade, e que possivelmente seria arrancada na marra ou na esperteza.

O autor explica com clareza como funciona a dívida das meninas, mas basicamente são obrigadas a fazer salão, vender o corpo para pagar pela passagem de ida até o garimpo, pela alimentação precária e pela sua estadia, ou seja, elas sequer viam a cor do dinheiro e quando se recusavam a trabalhar, eram trancafiadas no quarto sem direito a alimentação.

Considero esse, um dos livros mais interessantes e reveladores que já li e que para estudantes de comunicação é uma leitura essencial. Do início ao fim do livro, Dimenstein descreve todo o ambiente com diversos detalhes, o que nos situa dentro da história e nos leva até o local, apresentando uma realidade onde a população literalmente pagava pela segurança pública (que a propósito, é direito e dever do estado) onde a polícia, políticos instituições públicas estavam diretamente ligadas ao tráfico de pessoas, prostituição infantil e ao tráfico drogas.

Por fim, acredito que as fotografias de Paula Simas contribuíram ainda mais para a credibilidade do livro, com imagens que mostravam a promiscuidade do mundo onde diversas crianças viviam, e como a pobreza e a miséria tornavam essa realidade algo normal.
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Juliana Cardoso 03/10/2020

Escravas sexuais
Apesar da história ser antiga, nos dá uma boa noção a respeito das escravas sexuais nos confins do Brasil. Indico.
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