Guilherme Ramos 03/01/2018
Não é um livro qualquer, é um livro abençoado !!!
Chico, diálogos e recordações não pode ser taxado como um simples livro, é um documentário de um período da última encarnação do espírito Chico Xavier até então em Pedro Leopoldo – MG. Sim, o livro limita-se em Pedro Leopoldo, não trazendo detalhes sobre a vida dele na abençoada Uberaba – MG, o que nada diminui esse exímio documentário narrado pelo querido amigo para sempre Arnaldo Rocha.
Arnaldo Rocha foi sim a melhor escolha do autor para trazer à conhecimento do público as recordações, os diálogos, todas as lembranças com o nosso saudoso Chico Xavier, pois somente ele detinha de fabulosas lembranças, narradas e descritas com simplicidade, amor e com riqueza de detalhes, que mostra o verdadeiro carinho e alegria com o qual o amigo verdadeiro fez questão de não se esquecer de cada momento vivido ao lado do amigo, mesmo depois de idoso e de alguns anos do desencarne do Chico.
Não é um livro fácil de ler, não por complexidade de escrita e etc, mas, pelas recordações que são tão gostosas de ler que me vi perdido nas lembranças por diversas vezes, era como se eu estivesse lá, vivendo também aqueles momentos de ternura e também os momentos difíceis. Minha amiga Sol Neves, me presenteou com esse livro e presenteou a pessoa certa, esse livro não veio ao meu conhecimento, ás minhas mãos por acaso, pois há exatos 12 meses atrás eu estive na pequena Pedro Leopoldo atrás de histórias do nosso querido Chico Xavier, vivi momentos inesquecíveis na Fazenda Modelo, hoje uma sede da escola veterinária da UFMG, local onde Chico trabalhou por longos anos, onde psicografou o livro Paulo e Estevão. Um lugar lindo, hoje quase abandonado por visitantes e poucos moradores e pouquíssimos funcionários, local cheio de recordações onde foi aberto um espaço exclusivo que não chega a ser um museu, mas, um espaço para lembrar à época que o Chico viveu ali, o lugar dos lindos bambuzais citados neste livro documentário, que não se cobra pra entrar, mas, quase ninguém conhece ou sabe disso... Enfim, acredito que também por esse motivo eu tenha me perdido gostosamente nos diálogos e recordações registrados nesse livro abençoado, as lembranças se mesclavam... Leitores, chorei muito, muito... De alegria na maioria dos momentos e as pouquíssimas lágrimas de tristeza que derramei, também fui consolado pelo entendimento que somente o Chico Xavier poderia passar por momentos tão cruéis como ele passou e por provações tão sufocantes como ele passou com tamanha disciplina e força, verdadeiro servo de Cristo pegou sua cruz e o seguiu verdadeiramente, não me espanta no seu desencarne ter sido recebido diretamente por Jesus Cristo.
O Arnaldo Rocha foi um homem abençoado, também narrado neste documentário o registro do primeiro encontro dele como o Chico na minha cidade Belo Horizonte das Minas Gerais, na Av. Santos Dumont, comparo este encontro com o encontro de Jesus com Saulo na estrada de Damasco, sem querer exaltar Chico à altura do Cristo e sem querer rebaixar Arnaldo à Saulo, que era um perseguidor e assassino de Cristãos, vindo depois à ser Paulo, convertido ao cristianismo. Arnaldo nada mais era do que um simples ateu materialista como ele mesmo se descreve nesta obra, mas, meus amigos; existe algo mais vazio do que o ateísmo? Quanta tristeza não ter esperança, não ter perspectiva de vida futura. Assim era Arnaldo, seu mundo desabou quando Meimei partiu para o mundo dos espíritos. Sabia que a-amava ainda, mas, não sabia como, pois para ele, estava morta. E é nesse encontro que assim como Saulo cai do cavalo ao se deparar com a Luz intensa de Jesus, a descrença de Arnaldo também é derrubada, abatida com o carisma de Chico e com o amor de Meimei que acompanhava Chico em espírito, não quero falar mais para não dar spoiler sobre este encontro, leiam, simplesmente leiam, é indescritível, é lindo, mas, como não é surpresa para ninguém, é nesse encontro que Chico mostra a luz da vida para Arnaldo e esse querido amigo vem ser um dos amigos para sempre e exímio trabalhador e divulgador da doutrina espírita.
No primeiro parágrafo, citei que Chico, diálogos e recordações, limita-se as lembranças de Arnaldo Rocha na cidade de Pedro Leopoldo com a alma querida (como ele bem o-chamava) Chico Xavier e os amigos para sempre, porém o que não citei lá em cima é que esse livro também é um livro didático, que todo colecionador deveria ter em sua estante, mas, principalmente os pesquisadores espíritas ou pesquisadores que e interessam pela vida de Chico Xavier e suas encarnações. O livro apresenta registros das encarnações passadas do Chico, obra didática para pesquisas sérias e elucidações sobre sua vida missionária nesta terra.
Um breve trecho do livro sobre uma existência de Chico:
“ Chico Xavier foi Joana de Castela (06/01/1479 a 12/04/1555), Rainha filha de Fernando e Isabel. Os laços que vinculavam na presente reencarnação do casal Joviano com Chico Xavier, na verdade, representam a reedição do lar Aragão e Castela.”
Outro apontamento positivo nessa obra é a narração do Arnaldo Rocha para o autor Carlos Braga sobre algumas reuniões internas, das quais eles (Chico, irmãos, amigos, médiuns e obreiros no geral) realizam de portas fechadas, na maioria das vezes após reuniões públicas. Arnaldo narra que em algumas dessas “sessões fechadas”, os médiuns manifestavam presença de entidades horrendas, perturbadas, vingativas, obsessores e etc, com intuito de encaminhá-los para a luz da verdade cristã. Tais manifestações eram tão grotescas que se manifestadas em sessões públicas, poderiam assustar as pessoas presentes tão tal forma que isso poderia impactar negativamente no psíquico das mesmas. Essas sessões se deram em Pedro Leopoldo principalmente no Grupo Meimei e também no Centro Espírita Luiz Gonzaga (Existente até os dias de hoje junto à um memorial do Chico) e para deguste, deixo também alguns trechos r-e-s-u-m-i-d-o-s para instigá-los a ler essa magnífica obra:
“Recordo-me de outro episódio em que a entidade apresentou seu sofrimento decorrente de muitas torturas que praticou, na Idade Média, em nome da Inquisição. No plano espiritual apresentou para o médium Chico Xavier apoiada na própria cabeça, pois essa era a forma que ela encontrou para amortecer, em parte, as dores que ainda sentia.”
“Após alguns minutos, uma médium do grupo entrou em transe e uma entidade que se apresentava, também no plano espiritual, com a forma de uma serpente, ofereceu outro fenômeno de transfiguração fácil do intermediário, o que muito nos chocou.”
Por fim, é um livro que não é surpresa por tudo que descrevi aqui, recomendo à todos, é uma obra completa, é um documentário como citei, é didática e doutrinária também pois, o exemplo de vida que o Chico viveu é uma doutrinação para nós todos, é um verdadeiro exemplo à ser seguido.
Agradeço à editora O Clarim por disponibilizar essa incrível obra à nós leitores, ao autor Carlos Alberto Braga Costa por um trabalho tão minucioso e rico e a minha amiga Sol Neves pelo presente.
Leitura demorada para quem gosta de pesquisar, de ler e reler todos os pequenos detalhes, muito rico em detalhes, abraço fraterno!