Alves 06/12/2021
Rachel Walsh mora em meu coração
Férias foi meu primeiro contato com a autora Marian Keyes e posso dizer que, com toda certeza, esta foi uma das leituras mais marcantes de 2021. Gosto de um bom chick lit (o que não é novidade para ninguém, visto que cresci apaixonada por Cecelia Ahern), contudo acompanhar a história (hilária e muito, muito triste) de Rachel Walsh me fez refletir sobre inúmeros pontos.
Rachel mora em Nova York com sua melhor amiga Brigit, elas dividem um apartamento até que nossa protagonista acorda em um hospital, após passar por uma desintoxicação estomacal depois de ter quase morrido por uma overdose de drogas. Sim, Rachel é uma toxicômana e não admite por nada nesse mundo que precisa de ajuda. Inclusive no começo da narrativa, quase acreditamos na sua ilusão de que, ela é mandada para um centro de reabilitação na Irlanda, pela família, conhecido como O Claustro, por pura capricho de seus pais.
O tempo de Rachel no Claustro é hilário, conhecemos outros personagens importantes com diferentes dependências (drogas, comida, jogos) e ao mesmo tempo entendemos, através dos flashes backs da protagonista o quanto sua vida estava ferrada e triste. Rachel namorava Luke Costello, um irlândes charmoso (do seu jeito único), mas sua insegurança era tão absurda que ela botou tudo a perder. Absolutamente tudo mesmo, desde suas amizades, namoros, empregos, estabilidade financeira e psicológica.
A jornada de Rachel no Claustro me fez querer abraçá-la, socá-la, esgoelá-la, acolhê-la, tudo isso ao mesmo tempo. Rachel despertou em mim inúmeros sentimentos, pois, apesar de não ser uma toxicômana como ela, entendi que “fui Rachel” em muitos aspectos da vida, inclusive no vazio que ela admitia (muito raramente) sentir. O tipo de oco interno que te desespera e te abraça e que não se pode fugir dele.
Férias é um chick lit com um final lindo, realista e humano. Rachel passou a ser uma das minhas protagonistas favoritas da vida e espero revê-la nos outros livros das irmãs Walsh que com certeza lerei.