Flavinha 14/11/2011
Férias - www.chatadoslivros.blogspot.com
ALERTA SPOILERS!!!
Este livro da Marian conta a história de Rachel, (irmã da Claire que nós conhecemos em Melancia), e sua tentativa de se livrar das drogas, por livre e espontânea pressão de seus pais e amigos.
A princípio ela aceita muito bem esse fato, porque acha que a clínica em que ela irá se internar é na verdade um SPA, onde ela será mimada, fará tratamentos de beleza e uma bela dieta.
Pensando assim, fica muito fácil superar qualquer problema não? Ainda mais aquele que achamos que não temos. Mas quando ela se dá conta de que não é nada daquilo que ela imaginava, a coisa se agrava, e ela tem que enfrentar a dura realidade de um vício que ela realmente encarava como um simples ato de diversão, mas que na verdade era uma relação tóxica que ela tinha com ela mesma.
É um livro forte, diferente de Melancia, ele nos abre os olhos pra um problema que existe na casa de muitas pessoas que conhecemos, e às vezes até nas nossas, afinal, quem nunca teve um parente acusado de fumar um baseado ou tomar porres além da conta?
Duas coisas me impressionaram muito neste livro, a primeira é o fato de ele ser autobiográfico, a autora passou realmente por isso e nos mostra o problema da visão de alguém que viveu todas aquelas emoções conflitantes e angustiantes que só um viciado pode viver.
A segunda foi uma atitude que todos nós temos e às vezes não nos damos conta e que é bem acentuada no comportamento dos personagens desse livro, mentir pra si mesmo.
Acredito que essa seja a pior mentira, nos enganar, negando uma situação pelo simples fato de não querer encarar a realidade. Criar ilusões que camuflam sentimentos e nos ajudam a adiar o fato de ter que lidar com uma situação incômoda é mentir pra si mesmo, e uma mentira muito doida. Afinal, quem nunca fez isso?
Apesar do ritmo deste livro ser mais lento, ele vale a pena toda a paciência desprendida na sua leitura, porque é um livro de aprendizado valioso, que nos ajuda a identificar através personagens, atitudes de pessoas que nos são próximas, além de nos ensinar também a não julgar o comportamento de pessoas que não conhecemos, porque a profundidade da dor de alguém não se pode ser medida e muito menos julgada por alguém que não a sentiu.
Cinco estrelinhas.
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