Cinquenta Páginas 12/12/2015
Acabei de ler mais um livro fascinante da minha lista
"A Prostituta Errante" foi escrita por Iny Lorentz, porém esse é apenas o pseudônimo de um casal alemão de escritores, Iny Klocke e Wohlrath Elmar.
O livro tem como cenário a Alemanha Medieval, mais exato entre 1400 e 1410. A estória é narrada dentro da história. Ou seja, aborda um romance fictício utilizando como pano de fundo fatos que realmente aconteceram. Não gosto de fazer um resumo do livro, prefiro colocar para as pessoas as minhas reflexões sobre ele, e a partir daí, que isso os deixe com aquela mega curiosidade para ler também.
A obra, é um romance recheado de aventura, traição e intrigas. Nos é apresentado Marie, nossa heroína. Uma garota de apenas 17 anos, cheia de sonhos e que espera pra si, uma vida tranquila dentro de um casamento bom, como mandava a tradição. Por ganância do Magistrado Ruppetus Splendidus, filho bastardo de um nobre importante e que era o noivo prometido de Marie, um grande golpe é armado para roubar o pai da donzela, um importante comerciante de Constança. Esse golpe consistia em incriminar Marie como "prostituta" e desestabilizar seu pai e amigos a ponto de tirar tudo o que eles tinham e tomar para si como "recompensa" por danos morais por te sido "enganado" e quase ter se casado com uma meretriz. Pois bem, ai começa toda a desgraça e as desventuras de Marie, que de início desejou ardentemente a morte, mas com o tempo, preferiu enfrentar a vida e sobreviver. Da-se início sua vida como uma prostituta errante.
Os autores abordam, muito bem por sinal, como era a vida das pessoas durante o período medieval, as descrições são bem colocadas e fica fácil imaginar como era a realidade nessa época tão treva da história. Eles enfatizam ainda mais quando descrevem o "sistema" de prostituição da época, e como vivia as tais "prostitutas errantes", ou seja, prostitutas nômades. Muitas partes do livro, fiquei chocada com relatos sobre violência e as condições de vida. Realmente, viver era um ato de coragem, porque o perigo, principalmente para as mulheres, estava presente a todo momento. Estupros e espancamentos eram algo constante. E claro, não podemos esquecer da influência religiosa que existia, tão cega, tão hipócrita e tão suja.
Em suma, esse livro trouxe a tona, reflexões sobre nós mulheres, sobre nossas fragilidades, sobre os desafios que nos são impostos todos os dias, e claro, no quanto somos incríveis e capazes de crescer e nos fortificar em nossas desventuras. A questão da violência, discriminação e opressão, não só sobre mulheres, mas dentro de uma sociedade como um todo, que tinha claramente dividida as suas classes (Clero, Nobreza e Pobres) é muito bem colocada e descrita.
Eu gostei muito! Esse foi mais um livro comprado em um sebo, mais um livro que poucos leram e que não faz parte dos roll dos "famosinhos". Gostei da Capa, achei limpa e elegante, além de representar todos os elementos importantes presentes na obra. A escrita é clara, de boa compreensão e que flui facilmente. As páginas são brancas e grossas. A editora eu não conhecia, Suma de Letras, mas me surpreendeu.
Enfim, já me prolonguei demais, porém, espero que tenham gostado da minha, digamos, super indicação de livro. Adorei ler e confesso que sou apaixonada por grandes histórias que abordem cavalheiros, heroícas donzelas, espadas e tudo que o período medieval tem a oferecer, porém, que não seja um conto de fadas.
Um grande beijo, caros leitores ;*