Larissa1260 01/07/2024
Miriam, uma afegã, mora com sua mãe em uma kolba longe do centro da cidade de Herat, elas não saem de casa, tendo como companhia uma a outra e a frequente visita de seu pai. A garota vive com o dilema de ser uma harami bastarda.
Quando ela fica órfã aos 15 anos, sem ter estudado, sem uma renda e sem conhecer os perigos da vida, ela foi dada em casamento para Rashid, um sapateiro de 45 anos residente de Cabul, a capital da República Islâmica do Afeganistão, uma cidade a 600 km de sua cidade natal. Ela é obrigada a viver uma vida completamente diferente da antiga com um estranho.
Sua história continua sendo contada durante os anos mediante os acontecimentos históricos e principalmente os regimes políticos e as guerras.
Laila é uma jovem nascida durante o golpe do governo socialista no país, uma estudante super aplicada com milhares de possibilidades na vida, ela nos traz uma nova narrativa, uma nova visão sobre a gurra em seu país. Até o encontro das duas no pior momento da guerra.
Realmente uma história muito emocionante sobre guerra, amor, renuncia, sonhos e sobre nascer mulher em um país onde culturalmente o sexo feminino é visto como inferior e submisso.
Essa narrativa é muito rica em simplicidade, seu objetivo é mostrar a realidade da vida de pessoas em um país em guerra, esse livro faz emergir em nós uma grande gama de sentimentos e principalmente a indignação com a realidades diferentes da nossa.
Khaled Hosseini, se tornou um dos meus escritores favoritos, a escrita dessa obra-prima é perfeita, nunca li nada tão potente em seu conteúdo e tão delicado na escolha de palavras.
É difícil acreditar que convivi com Miriam e Laila somente por páginas de papel, mas elas sempre terão um espaço no coração de todos que leram essa livro, pois as palavras e ações dessas mulheres jamais perecerão. Pelos olhos delas vemos a repressão, a violência, também amor, renuncia, sonhos e carinho.
Um livro que não passa por nós sem nos fazer refletir e mudar e principalmente ele marca nosso coração e nossa alma.
Esse livro merece muito mais reconhecimento. Vale muito a pena mergulhar nessa narrativa, recomendadíssimo.