O amor nos tempos do AI-5

O amor nos tempos do AI-5 Ricardo de Moura Faria




Resenhas - O amor nos tempos do AI-5


9 encontrados | exibindo 1 a 9


matheusu__ 16/03/2024

Senhor, que livro ruim. comprei pensava que iria se aprofundar na época da ditadura, mas foi só um livro pornô que a cada dois parágrafos os personagens tavam transando e falando as frases mais esdrúxulas e vergonhosas que já li. pqp
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Bia 07/07/2022

Definitivamente, não era o que eu esperava
Quando vi esse livro em uma feira, imediatamente, achei que seria baseado na ditadura e o amor seria um "pano de fundo" para o enredo. Como me enganei, o livro se baseia na descoberta e libertação sexual dos protagonistas e o "pano de fundo" é a ditadura. A leitura em si, durante as 542 páginas fala sobre as mesmas coisas e é monótona, desnecessário a quantidade de páginas para uma história que é muito cíclica. Porém, nas 42 últimas páginas o enredo vai se transformando e o contexto da época vem sendo mais trabalhado. Entretanto, somente as últimas 4 páginas que atendem às minhas expectativas sobre a leitura, é nelas que vem o plot twist que eu tanto aguardei. Sinceramente, não é um livro que eu me interessaria em ler mais de uma vez, foi maçante, repetitivo e mal trabalhado.
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Roberta.Souza 15/12/2017

Parte da reenha
O livro conta a historia de Afonso e essa história se passa nos tempos da ditadura, precisamente nos anos de 1971 e 197. Era uma época em que vocês sequer sonhavam em nascer! Naqueles anos o país vivia sob a ditadura e pelo que senti durante a leitura era bem severa. Coloca severa nisso! Existiam livros e revistas que não podiam ser lidos por serem considerados subversivos. Naquele época as pessoas respeitavam ou melhor tinham medo por que se sai-se da linha eram punidos e podiam até pagar com a própria vida o que não era nada bacana né?
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Arca Literária 21/01/2017

resenha disponivel no link http://www.arcaliteraria.com.br/o-amor-nos-tempos-do-ai5-ricardo-de-moura-faria/

site: http://www.arcaliteraria.com.br/o-amor-nos-tempos-do-ai5-ricardo-de-moura-faria/
JUNIOR OMNI 12/03/2017minha estante
Livro cheio de Mentiras, que defende a DEPRAVAÇÃO e a IMORALIDADE como se fosse um "direito". Mas devemos lembar que, Deus destruiu com fogo, SODOMA e GOMORRA, exatamente por causa da Imoralidade Sexual !!!!
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Quem apoia a imoralidade, vive em busca de filmes, novelas e livros que dão apoio ao seu estilo de vida pecaminoso. E muitos jovens "ALIENADOS" caem nos contos dos Comunistas Mentirosos, fanáticos pelo falso profeta "Karl Marx".
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E após lavagem cerebral comunista, aprendem a defender Ditadores Assassinos e criticam os Militares.
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CuraLeitura 03/11/2016

O livro fala sobre: amor. E não aquele amor que prende, mas o amor que deixa livre.
Como eram as relações no tempo da ditadura militar? Se você acha que este livro vai contar a história de um casalzinho sem graça inibido pelas proibições da época você está completamente enganado! O livro fala sobre: amor. E não aquele amor que prende, mas o amor que deixa livre.

Afonso e Celina são casados há quinze anos, tem dois filhos e se amam muito. São um belíssimo casal. Ambos são professores: Celina de crianças e Afonso leciona história para universitários. Levam uma vida razoavelmente boa para a época: têm carro (um fusca, que era luxo!), casa, empregada e viajam todas as férias para a praia. Eles moram em Minas Gerais, então a viagem é longa.. Hahaha

Em uma das turmas para as quais leciona, Afonso conhece Haydée. Linda, olhos azuis e de personalidade forte, ela logo se apaixona por ele, mesmo sabendo que é um amor proibido. Encantado por ela, Afonso se aproxima cada vez mais da moça e oferece a ela uma oportunidade única: ler uns livros proibidos pelo governo! Como ela não pode levar os livros para casa, pois se for pega cai na chibata e sabe-se lá mais o quê poderia acontecer, ela tem de lê-los na biblioteca de Afonso, em sua casa.

O resultado, acho que vocês já imaginam. Sim, eles se rendem à paixão avassaladora que os consome.

O interessante, principalmente para aquela época, é que Celina descobre, mas só pede uma coisa ao marido: não destrua nosso casamento!

Só que Celina é uma mulher tão maravilhosa e Haydée uma jovem tão espirituosa que elas acabam se tornando amigas!

Enquanto isso, um colega de trabalho de Celina se vê completamente atraído por ela que, mesmo depois de dois filhos, tem um corpo escultural. Ela também se sente atraída por ele e conta tudo para Afonso, que dá o maior apoio para que ela viva esse romance, pedindo apenas o mesmo que ela: não destrua nosso casamento!

Eu confesso que eu não teria a mesma cabeça que eles, mesmo sendo jovem e vivendo no século XXI. É uma coisa que eu não sei se aceitaria; não vou dizer que não aceitaria porque nunca passei na pele. A própria Celina não acreditava que reagiria dessa forma até passar por isso.

Afonso é um cara muito bacana, extremamente respeitador e nenhum pouco machista! Adorei ele.

Já a Haydée representa a juventude feminina de hoje também: jovem, determinada, que sabe o que quer e luta pelos seus ideais.

Não vemos muito da personalidade do Toninho, namorado da Celina. Mas pelo pouco que vi, dá para perceber que ele é um cara de caráter também, pois sempre respeitou as vontades de Celina e faz tudo por ela!

O livro tem uma leitura muito fluida porque a escrita do autor é maravilhosa. Clara, sem enrolação e deliciosa de ler. Eu confesso que quando li que ele (o autor) é professor universitário pensei que tivesse diante de mim um livro com escrita acadêmica, tipo monografia. Ainda bem que não! Hahaha

Sobre o final: eu gostei e não gostei. Não posso falar porquê senão revelaria o que acontece. Mas posso dizer que, como o livro se passa na ditadura militar, tem algo a ver com isso.. Nós temos uma jovem batalhadora e um sistema opressor. Dessa parte eu gostei - muito! -, afinal foram as muitas Haydée's do passado que nos proporcionaram o mundo de hoje.

Sobre o livro em geral: é um bom livro! É bom saber como eram as coisas antigamente. Eu ri muito com as gírias, ainda não me acostumei com "bicho". E agradeço por ter nascido em tempos melhores, com mais liberdade (mesmo não conseguindo aceitar muito essa questão dos relacionamentos abertos e das relações extra-conjugais). É um livro que eu considero inapropriado para menores de 18 anos, pois contém muitas cenas de sexo e palavras de baixo calão.

No mais, agradeço ao autor por me proporcionar esta viagem bacana para a década de 70! Foi demais, bicho!


site: https://curaleitura.blogspot.com.br/
Jessica.Badullack 14/01/2018minha estante
Muito boa sua resenha. Gostei demais. Talvez eu ganhe esse livro do meu marido como presente de aniversário, então sua resenha me deu uma visão panorâmica da história. Parabéns




Conchego das Letras 10/06/2016

Resenha Completa
Oi, tudo bem?

Eu nem sei como começar essa resenha, já escrevi e apaguei tantas vezes. Vamos lá, né?! Peguei para ler esse livro sem saber o que iria encontrar. Eu tenho mania de não ler a sinopse, mas depois deste livro vou ter que parar com isso.

Sinceramente, odeio traição de casamento. Se a pessoa não está mais feliz com o seu companheiro, então termine e vá curtir a sua vida. Para mim, nesse livro nem foi a traição o que me deixou de "boca aberta", foi a esposa aceitar aquela situação sem nenhuma briga, sem nenhum choque, sem nenhuma surpresa, como aquela fosse a ideia original do casal desde sempre. Quando ela descobriu, só fez três pedidos ao marido Afonso:

1 - não ter nada com a amante dentro da própria casa;
2 - não destruir a família; e
3 - não deixá-la saber das intimidades com a amante.

Eu vou deixar bem claro que não sou ciumenta, não sou mesmo! Mas ler em uma parte do livro Afonso dizer que a esposa aceitou aquela situação por não ser ciumenta me deixou tipo... "Hein??", "Oi??", "Como assim???"

O autor, não satisfeito com a traição somente por parte do marido, também faz com que a esposa sinta algo por seu colega de trabalho.

Celina é seduzida por Toninho, mas ela não sabe o que fazer. Eles passam por uma situação dentro do ônibus, ela fica impressionada com a ousadia do colega e fica na dúvida sobre como agir. Ela não tinha uma amiga para conversar, então para quem ela conta todos os detalhes e os seus conflitos? O marido, claro! Afinal de contas, que mulher não vai pedir conselho ao marido quando está em dúvida se deve ou não traí-lo?


E qual o conselho que ele deu? Aquele que todo homem que se preze daria: seguir o coração dela. Mas, claro, ele não era assim tão submisso, então foi firme e pediu para não destruir a família no processo, da mesma forma que ela havia pedido a ele.

Outra situação que me incomodou bastante foi que a cada virada de página existia uma cena de sexo bem apimentada. No começo era somente o marido que era um foguete, tinha relação com a esposa e a amante, e sempre queria mais. Depois, claro, a esposa relatava todos os seus momentos picantes com o amante. Assim, é formado dois triângulos amorosos, que segundo a sinopse "quebra tabus da época da repressão política em que se vivia o país naqueles anos de chumbo" (?).

Agora falando sério... Uma coisa que realmente gostei nesse livro foi trazer momentos marcantes nos anos de 1971 e 1972, a repressão política que o Brasil vivia no tempo da ditadura militar... Isso sim foi importante para mim, pois não tinha tanto conhecimento e aprendi muito sobre a história do nosso país. Os jovens daquela época passaram por momentos tensos e sombrios, um golpe duro a democracia que fez o regime militar ter tantos poderes.

Também gostei de conhecer algumas músicas daquela época, mostrando a rejeição àquela opressão. O autor tem uma narrativa bem detalhista, que foi muito útil para conhecer essa época marcante (partindo do princípio de que ele foi fiel à história, claro).

Se você ama um romance erótico e não tem esse problema de traição ou relacionamento aberto, vai gostar bastante desse livro. =)

site: http://conchegodasletras.blogspot.com.br/2016/06/resenha-o-amor-nos-tempos-do-ai-5.html#more
JUNIOR OMNI 12/03/2017minha estante
Livro cheio de Mentiras, que defende a DEPRAVAÇÃO e a IMORALIDADE como se fosse um "direito". Mas devemos lembar que, Deus destruiu com fogo, SODOMA e GOMORRA, exatamente por causa da Imoralidade Sexual !!!!
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Quem apoia a imoralidade, vive em busca de filmes, novelas e livros que dão apoio ao seu estilo de vida pecaminoso. E muitos jovens "ALIENADOS" caem nos contos dos Comunistas Mentirosos, fanáticos pelo falso profeta "Karl Marx".
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E após lavagem cerebral comunista, aprendem a defender Ditadores Assassinos e criticam os Militares.
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Léo 22/02/2016

Magnífico, genial, histórico
1971, este é o ano em que a história acontece. Em meio as revoltas ocorridas no Brasil e toda a repressão política que envolvia as pessoas naquele tempo da ditadura militar, Afonso, professor de 42 anos conhece na universidade a jovem aluna Haydée, segura e independente, que gostava de contestar as investidas políticas e mostrava-se da esquerda. Afonso era casado com Celina, que também era professora. O casal tinha dois filhos, Nelson e Beatriz, de dez e oito anos, respectivamente. Naquela década, devido aos atos de repressão política que o país vivia, muitos livros eram proibidos em escolas do país pois iam contra as regras da ditadura militar. Haydée envolve-se com Afonso após as suas idas na casa do professor para a leitura de um desses livros proibidos que ela tanto queria. Para sua felicidade, o professor tinha um exemplar em sua casa. Foi então que toda a história começou a se desenrolar...

''Haydée pegou o livro. Estava emocionada pela situação. Iria ler um livro que era proibido. Sentia-se um pouco transgressora mas, ao mesmo tempo, vitoriosa. Estava vencendo a censura. Era emocionante!''

A obra é completa, o autor conseguiu unir diversos assuntos no contexto geral. De início cita-se o seu alto índice de valor histórico. Talvez seja esse o ponto mais importante do livro. Mostrar aos jovens da atualidade o verdadeiro terror dos tempos da ditadura militar no país, como o próprio autor deixa claro em sua dedicatória.

''Este romance é dedicado à juventude brasileira que não viveu o tempo da ditadura, mas que precisa conhecê-lo para não desejar a volta de tempos tão sombrios. Para "transformar o distante em algo próximo, possível e visível".''

O livro de Ricardo Faria relata estes fatos históricos internacionais e nacionais de maneira muito racional e deixa claro a sua vontade em querer transmitir os conhecimentos dos dias sombrios envolto aos estrangeiros e brasileiros na década de 70. Retrata o pavor da população em relação ao AI-5 (Ato Institucional número 5), quinto decreto emitido pelo governo brasileiro. Golpe mais duro na democracia que deu poderes quase absolutos ao regime militar.

Mas enquanto isso, e lá fora, o que acontecia? Guerras, desentendimentos políticos, invasões, assassinatos... Será que o Brasil poderia se tornar um Vietnã? Vestígios das guerras poderiam eclodir por aqui? As personagens, por sinal muito bem elaboradas pelo autor, transmitiram todas as suas dúvidas e medos de forma real durante o romance. A ideia de que um mundo pior pudesse surgir circulava a cabeça de muitos. Os questionamentos sobre a ciência, a fome, a miséria, a política e todas as mudanças possíveis causadas na década, eram comuns. Lembra-se também do abuso de poder, da destruição entre as nações, dos bombardeios e ataques a outros países, pessoas e grupos. Tudo isto é muito bem abordado dentro da obra ''O Amor nos Tempos do AI-5''.

Um ponto que vale a pena frisar é que certamente não seja comum se encontrar em livros de história por aí, uma explicação tão portentosa sobre a Guerra Fria.

''- As guerras, geralmente, são "quentes", no sentido de que um país ou um grupo de países, enfrenta outro, diretamente, invadindo, bombardeando, etc. No caso da Guerra Fria, quem é que está lutando contra quem? Os Estados Unidos e seus aliados, de um lado, contra a União Soviética, de outro. Você sabe muito bem que um não ataca o outro, um não joga bombas no outro (...) Na verdade, se for examinar os arsenais nucleares dessas duas potências, verá que se elas se enfrentarem diretamente o planeta desaparece (...) Pra que fabricam, então? (...) Pra mostrar seu poderio ao outro... tendo as armas, eles evitam o ataque do inimigo.''

Adentrando ao romance da obra, nota-se um alto grau da exposição do sexo. Não demora-se muito para encontrar as primeiras cenas descritas pelo autor. Após o envolvimento da aluna com o professor, e abalados pela repressão autoritária que o pais passava, as personagens parecem lançar no sexo todas as suas ansiedades e desejos desvairados, talvez como um ponto de escape diante da situação que viviam e também para conflitar o autoritarismo apresentado pelo AI-5. O autor relata a ''descoberta'' do relacionamento aberto, que na época, para muitos ainda era uma situação anormal, confusa e inaceitável. Foi a este ponto que os encontros de Haydée com Afonso chegara, pois Celina, a esposa, teve conhecimento e aceitou que o marido continuasse de caso com a amante. Dessa forma, em meio ao grande paradigma institucional da época, Afonso e Haydée quebravam barreiras, afinal, se o autoritarismo existia lá fora, a liberdade existia na cama.

''O sistema político é moralista? Pois quebremos isto, dentro de nossas casas, de motéis ou de hotéis: quebremos essa moralidade da tradicional família mineira.''

As cenas de sexo descritas no livro são perfeitas. O autor foi genial ao descrevê-las. Tais atos se repetem inúmeras vezes no livro e acreditem, todas elas são descritas de forma diferentes, sempre com uma coisinha ou outra variada, isto quando o ato sexual não era mesmo descrito todo de forma nova, diferente. O autor as descreve tão bem que dá até vontade de...

... sair colocando vários desses trechos aqui para vocês. Bobinhos, pensaram em quê, hein? Ricardo Faria exibe, por exemplo, as descobertas da personagem Celina quanto aos outros tipos e posições de sexo ainda não experimentadas por ela, mesmo após anos de casamento.

''- Acho que estou ficando sem-vergonha... Falar nisso, que coisa maravilhosa foi aquela que você fez quando eu comecei a te chupar?- Aquilo é o que chamam de 69. - Hummmm... isso é que é o tal do 69? Minhas amigas vivem falando que fazem... Por que nunca fizemos antes?- Tem pouco tempo que você passou a gostar de sexo oral, esqueceu?- É verdade! Que tempo eu perdi, hein?''
''(...) Tiraram a roupa e se deitaram... ela acariciou o pênis do marido, sentou-se nele e abaixou o corpo, oferecendo seus pequenos seios para os lábios famintos (...) apoiou-se na cama com uma das mãos e cavalgou-o, bem devagar, sem fazer ruído para não acordar os filhos no quarto ao lado.''

Os trechos são primorosos, impecáveis, e nada é forçado, tudo acontece de forma natural diante das personagens. É impossível não recomendar este livro. Agora, após a leitura, sinto que o meu conceito sobre o que é ''um bom livro'' está um pouco modificado.

Mas, muitos devem se perguntar, por que Celina deixou que Afonso a traísse com Haydée? Bom, a partir do momento em que ela toma conhecimento da amante e permite que o marido continue com os encontros amorosos com Haydée, a traição deixa de existir. Talvez em sua mente, a personagem já pensasse em direitos iguais. E se caso aparecesse um amante para ela também? Ela poderia aproveitar da mesma forma que o marido estava aproveitando com a amante, não é mesmo? Bem, mas foi o que aconteceu e também com a aceitação de Afonso...

Em ''O Amor nos Tempos do AI-5'', as personagens esbanjam a independência de pensamentos, que era refletida também em suas ações. O amor ''proibido'' tornava-se, na verdade, a reflexão de toda aquela liberdade de pensamento que o AI-5 buscava prender e moldar. Se tal decreto proibia manifestações populares de caráter político e determinava a censura antecipada para jornais, revistas, livros, músicas, televisão e outros tipos de mídia, não poderia então censurar os pensamentos dos indivíduos representados em ações, mesmo que escondidas.

É apontada a vida sexual diversificada do ser humano. Os pensamentos presos, as novas experiências, sensações, o prazer em dobro. Demonstra o alto grau de desejo sexual que o ser humano pode apresentar retido em si. Mas, e quanto a questão da ausência do ciúme entre o casal? Como responder isso? O narrador deixa claro que a marca de tantas uniões é o egoísmo a dois e por isso ele diz:

''Por que só podemos amar uma pessoa? Não, nós podemos amar mais de uma, fraternal ou eroticamente. A experiência fascinante de ter filhos já lhe demonstrava, sobejamente, que o amor não pode se restringir à pessoa com quem nos casamos. A nossa capacidade de amar é imensa.''

Apesar das transformações que o país sofria, o casal central da história soube educar os filhos de maneira muito adequada transmitindo excelentes valores familiares e sociais. Nelson e Beatriz eram crianças adoráveis e bem-educadas.

As gírias usadas pelas personagens na obra identificaram ainda mais o local e o ano em que se passava o romance. Os diálogos são espetaculares.

Durante a história, há diversos trechos relacionados a música, muitos cantores deixavam claro suas rejeições contra as repressões, mesmo que fossem censurados, e outros preferiam apenas seguir cantando mas refletiam em suas músicas a política que o país vivia na época hippie, como o caso de Chico Buarque e seu LP ''Roda Viva''. Vinícius e Elis Regina também foram citados na obra de Ricardo Faria.

Mesmo com as 544 páginas, o livro não traz ao leitor uma leitura cansativa, ao contrário disso, Ricardo Faria mostrou sua enorme capacidade e talento. A leitura é charmosa, deveras sedutora. Um livro de fácil apelo para ler e reler várias vezes. Quem lê se envolve de maneira fácil com as personagens e a história.

O título do livro é muito sugestivo e representa muito bem todo o conteúdo que o romance abrange. Se em tempos de militarismo e repressão censuram tantas coisas do povo retirando dele a capacidade de expressão e opinião individual, causando ferimentos, represálias e mortes, impedindo-o em muitos momentos de exercer até mesmo o ato de amar, busca-se então o sexo, como forma de resposta. A capa é linda e o livro apresenta 85 capítulos em uma diagramação bonita.

O ato sexual é uma ação normal feita no mundo todo por todo o mundo. É praticado à procura do prazer ou reprodução. No livro, foi tratado de forma assegurada, legítima. Finalizo com um trecho muito inteligente do livro:
''Valores se modificam com o passar do tempo (...) O simples fato de estarmos aqui conversando educadamente sobre esses assuntos mostra como somos diferente de seus pais.''

Quanto ao final do romance, é inteligente e profundo. O livro de Ricardo Faria é genial e além de ser recomendado por mim, o classifico com 5 estrelas pelo fato de ser a classificação limite, pois do contrário, seriam mais. Ricardo Faria merece o nosso prestígio, o cara é fantástico. Parabéns! Finalizo deixando para vocês uma frase que aprendi na obra, CARPE DIEM meus amigos, que significa ''vivam o momento presente meus amigos.''

site: http://leootaciano.blogspot.com.br/
JUNIOR OMNI 12/03/2017minha estante
Livro cheio de Mentiras, que defende a DEPRAVAÇÃO e a IMORALIDADE como se fosse um "direito". Mas devemos lembar que, Deus destruiu com fogo, SODOMA e GOMORRA, exatamente por causa da Imoralidade Sexual !!!!
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Quem apoia a imoralidade, vive em busca de filmes, novelas e livros que dão apoio ao seu estilo de vida pecaminoso. E muitos jovens "ALIENADOS" caem nos contos dos Comunistas Mentirosos, fanáticos pelo falso profeta "Karl Marx".
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E após lavagem cerebral comunista, aprendem a defender Ditadores Assassinos e criticam os Militares.
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Capella 06/11/2017minha estante
kkkkkkkk




Ricardo.Faria 17/02/2016

O amor nos tempos do AI-5
Resenha escrita pelo professor Antônio de Paiva Moura

Ricardo de Moura Faria, o autor de “O amor nos tempos do AI-5”, nasceu em Dores do Indaiá, cidade do Centro-Oeste de Minas Gerais. Sua formação acadêmica foi na área de história, na UFMG. Sua experiência profissional tem continuidade no campo da história, no ensino superior. O tempo de estudante e o tempo de magistério superior ocorreram, em grande parte, na vigência do período ditatorial no Brasil (1964-1984). Do relacionamento amistoso e profissional nesse período, Ricardo extraiu os elementos básicos para tipificar os personagens e tecer a trama do romance.
A historiografia formal ainda não havia avaliado as consequências da mudança do sistema de cátedra acadêmica para o sistema departamental nas universidades brasileira. Ricardo percorre os meandros burocráticos da universidade através dos diálogos e debates dos personagens, mostrando como os detentores do poder manipulam dados e alteram resultados, salvando seus interesses. Paralelamente à anatomia das instituições de ensino, o autor desenvolve a questão do erotismo entre alunos e professores. Ao contrário de telenovelas e outros programas que exibem a libido máxima dos personagens e participantes reais, “O amor nos tempos do AI-5” trata a sexualidade como uma forma de crescimento mental e progresso cultural. De um lado, os mentores e atores do regime ditatorial se caracterizavam pelo falso moralismo e do outro, intelectuais, artistas, poetas e prosadores procurando tornarem-se extrovertidos em suas relações sexuais.
Os personagens de “O amor nos tempos do AI-5” não ambicionam riquezas financeiras, como os personagens dos romances de Honoré de Balzac, mas buscam o enriquecimento intelectual. Foi a fome de saber que atraiu Afonso e Haydée para encontros na biblioteca. Em seguida os encontros para estudos tornam-se simples pretextos para encontros amorosos. Mas há uma identidade com Balzac: o detalhismo de situações e de objetos no entorno dos personagens.
A literatura é documento, pois corre em sintonia com os momentos históricos. Ficher esclarece a ligação entre a história e a literatura, dizendo que o escritor revela o mundo em que ele vive. O que é histórico e o que é social não podem estar ausentes da obra de arte. Nesse sentido, vale lembrar “Cem anos de solidão” de Gabriel Garcia Marques, que com narrativa ficcional, redunda em excelente documentário histórico.
Kant achava que tanto os sentidos quanto a razão eram muito importantes para a nossa experiência de mundo. Os racionalistas atribuíam uma importância exagerada à razão. Nunca seremos capazes de saber com toda a certeza, como as coisas são em si. Só podemos saber como elas se mostram a nós e como são percebidas pela razão. Os tratados teóricos e pesquisas nas ciências sociais tendem à redução do social ao objetivo. O conhecimento produzido pela literatura parte da subjetividade para entender o mundo pela sensibilidade.
Se um historiador, um sociólogo ou antropólogo tentassem abordar cientificamente o erotismo no âmbito das universidades, não sairia da quantificação, apontando percentuais de professores que se envolvem com alunas; de professores com professoras e de funcionários com suas colegas. Falariam da frequência de professores e professoras que se desfazem de seus casamentos para viver uma nova aventura amorosa nos intramuros da universidade. Provavelmente, não geraria interesse de estudiosos, além de depreciar o comportamento sexual da comunidade acadêmica.
“O amor nos tempos do AI-5” traz à vista o que é comum e normal na vida de um casal, mas que na boca de moralistas é perversão sexual. Se quiser saber, na verdade, o que é perversão leia o livro “Os 120 dias de Sodoma” de Marques de Sade. O que Ricardo de Moura Faria diz, através das palavras e ações dos quatro personagens principais, é que o conhecimento e a consciência proporcionam a liberdade e o respeito, sem os quais os atos sexuais são indignos.
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