A Bússola do Escrever

A Bússola do Escrever Lucídio Bianchetti...




Resenhas - A Bússola do Escrever


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G.Bay 06/03/2019

Estranho
O livro é estranho do começo ao meio (não cheguei até o fim).
No inicio, o prefácio é uma espécie de auto-justificação. Como se o livro ou os autores precisassem deixar explicito a motivação para existência do livro, ora se precisam fazer isso com tanta ênfase e tantas palavras é porque ao longo do livro isso não fica claro.
Ou porque não é um assunto de interesse da comunidade acadêmica, e se for este o caso não esta implícito que quem busca ler o livro tem justamente esse interesse? Me parece desnecessário...

De maneira geral o livro é voltado para área da educação, da pedagogia, fica difícil extrair muita coisa para quem é de outras áreas. Isso não é necessariamente um ponto negativo, nem positivo, apenas deixo aqui como observação.

Logo nos primeiros capítulos o viés ideológico do prefacio se repete. A culpa aparentemente é do sistema, do governo, da CAPES e do CNPq.

Chega a ser contraditório, pois uma das reclamações (e alguns artigos parecem ser só lista de reclamações) dos professores é a pressão do CNPq para publicar, mas justamente um dos capítulos ressalta que uma (não a única) maneira de melhorar a escrita dos alunos (e professores) é justamente... forçar a publicar mais!

Um dos poucos capítulos que se salva é o artigo escrito pelo Cláudio Castro: Memórias de Um Orientador de Tese.
Se tens interesse o livro, leia primeiro este artigo (tem o pdf pela internet afora), e se gostar saiba que o resto do livro não é tão bom.

O livro tem um belo valor histórico, e como documento de época é uma fonte preciosa. Fora isso é antiquado, muitos artigos incluídos são dos anos 90, 80 e até 70. Alguns dos problemas salientados já foram resolvidos em muitas universidades, o que torna a leitura um pouco tediosa.

O espanto com as áreas humanas. Ao tomar conhecimento de que os alunos dos cursos de pedagogia (e outros das áreas humanas) escrevem pouco e leem menos ainda tomei um susto. Pensava eu que este mau afligia apenas os alunos de exatas, que passam a graduação a fazer contas e resolver equações...tendo pouco tempo e interesse pela leitura. Pois aí me pergunto, se os estudantes (da década de 80, narrados no livro) de pedagogia escrevem pouco, leem pouco, e obviamente fazem menos contas e não resolvem equações... o que diabos eles fazem durante a graduação?
Lógico que isso é um generalização, mas me parece que a resposta é auto-evidente ao avaliarmos a qualidade do ensino no país...

Por mais que se tenham transcorrido décadas da publicação dos artigos usados no livro, algumas das sugestões (óbvias) ainda não foram implementadas... justamente naqueles cursos que são os mais fracos. Por exemplo a obrigatoriedade de apresentar um trabalho de conclusão de curso ao fim da graduação. Algo que só fui descobrir que não era o padrão a pouco tempo.
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