Gabriela 22/11/2023
O livro de autoajuda da bell hooks
Vou começar apontando os aspectos positivos do livro: é bom pra quem está começando a pensar sobre essas questões de amor próprio, relacionamentos, feminismo, patriarcado e etc. Ele traz algumas reflexões interessantes perdidas ali no meio que dá pra destacar e ficar pensando sobre depois. Talvez faça bem para alguém que nunca fez terapia. Foi legal ver o quanto a bell hooks teima na ideia de que amor é a coisa mais forte e poderosa do mundo, quase uma magia - coisa que sempre acreditei também.
Dito isso...
O livro é uma grande coletânea de mensagens de autoajuda. Ele fala muito e não diz muita coisa. Ele se propõe a discutir sobre o amor, e realmente tenta, porém igual a um disco riscado que permanece sempre tocando o mesmo trecho da música. Poderia facilmente ter 100 páginas, e não 300.
Sem exagero, achei o livro extremamente chato, repetitivo, insistente em ideias básicas de feminismo e patriarcado. Um livro que nos diz "é importante se amar, é importante se abrir para o amor, o amor é a coisa mais importante do mundo", e se mantém apoiado apenas nisso. Com um assunto desses, uma proposta dessas nas mãos, entregar SÓ isso? Que tristeza. Cadê a poesia? Cadê o realismo? Amiga, você está num limbo.
Talvez se eu tivesse lido quando tinha uns 17 anos, ele teria me cativado mais. Mas com 27 ele me pareceu uma introdução da introdução ao que é o feminismo e o amor próprio. Me questionei algumas vezes se talvez o livro simplesmente não foi escrito pra pessoas da minha idade. Mas depois lembrei que são reflexões de uma mulher bem mais velha que eu... Então não sei bem o que pensar. Talvez ela engatinhou pra que nós pudéssemos correr? Não sei. E isso não justifica a escrita repetitiva e sem sabor.
!!! E nem vamos falar sobre as partes que falam de espiritualidade, alma, anjos... PELO AMOR DE DEUS BELL HOOKS, O QUE FOI AQUILO??? Um show de horrores.
Eu vi uma moça falando "acho que eu deveria gostar mais da bell hooks porque ela é feminista", e eu sinto o mesmo. Bate uma certa culpa de criticar tanto, porque parece que estou contra alguém do meu próprio time. Mas quando não dá, não dá. É uma tristeza? Sim. O livro não é bom, ponto.