Capitão América: Renascimento

Capitão América: Renascimento Ed Brubaker...




Resenhas - Capitão América: Renascimento


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_Jorgeft 28/09/2024

Vida, morte, esquecimento e legado...
Em Marvel Deluxe: Capitão América ? Renascimento, somos levados a uma trama que não apenas narra o retorno de um ícone, mas também explora questões profundamente humanas, como o sacrifício, a liderança, o legado e o conflito entre ideais e a realidade. O Capitão América, um dos pilares do Universo Marvel, retorna após sua "morte" nos eventos de Guerra Civil, mas esse retorno vai muito além de uma simples ressurreição física. Ele simboliza a luta do espírito humano diante de uma realidade que muitas vezes busca destruí-lo.

O Peso do Legado e a Responsabilidade do Herói

Steve Rogers, como Capitão América, sempre carregou o peso de ser mais do que um homem. Ele é um símbolo, uma personificação dos ideais de liberdade, justiça e moralidade. Em Renascimento, esse peso é explorado de forma mais intensa, à medida que o personagem luta, literalmente, contra as forças que buscam distorcer e corromper seu legado. O fato de sua "morte" não ser apenas física, mas também uma tentativa de destruir sua essência, mostra como o Capitão América transcende o corpo físico. Ele é, em sua totalidade, a manifestação dos ideais de uma nação e, por extensão, da humanidade.

Essa dualidade entre o homem e o símbolo evoca uma reflexão sobre o que significa carregar o fardo de ser algo maior que si mesmo. Como seres humanos, todos nós, em algum grau, enfrentamos a tensão entre nossas falhas e fraquezas pessoais e as expectativas que a sociedade ou nossos próprios ideais nos impõem. O Capitão América, em Renascimento, mostra a importância de nunca abandonar esses ideais, mesmo quando confrontados com uma realidade que tenta nos derrubar.

A Luta Contra o Esquecimento

A trama do Renascimento envolve um elemento central: o tempo e a memória. Steve Rogers é deslocado no tempo, revivendo momentos-chave de sua vida, enquanto luta para retornar à sua linha do tempo "real". Isso é emblemático de uma luta filosófica contra o esquecimento. O que é a memória, senão a única maneira de manter nossa identidade viva? A ameaça de perder essas memórias, ou de tê-las manipuladas, é uma ameaça à própria existência de Steve Rogers como indivíduo. No entanto, é justamente por meio de suas memórias que ele encontra força para resistir e, eventualmente, voltar.

Nesse sentido, o enredo levanta questões sobre o papel da memória em nossas vidas. Nossas experiências passadas nos moldam e nos definem, mas também são fonte de sofrimento, pois nos lembram dos erros e das oportunidades perdidas. O Capitão América é forçado a enfrentar seu passado repetidamente, revivendo tanto vitórias quanto derrotas, e isso nos leva a questionar: até que ponto nosso passado nos define? Somos prisioneiros de nossas memórias ou podemos transcendê-las e, de alguma forma, reescrever nossa história?

Sacrifício e Liderança

O Capitão América sempre foi um líder relutante, alguém que nunca buscou o poder pelo poder, mas que, ao mesmo tempo, reconhece sua responsabilidade. Em Renascimento, a narrativa sublinha a importância do sacrifício na liderança. Steve Rogers "morre" em um ato de sacrifício, e seu retorno é marcado por essa mesma disposição de se entregar pelo bem maior.

Essa ideia de sacrifício voluntário é central à filosofia do Capitão América. Ele sabe que, como líder, sua vida não lhe pertence completamente. Ele serve a algo maior ? seja a sua nação, seus amigos ou os princípios em que acredita. Isso levanta uma questão mais ampla: até que ponto devemos nos sacrificar por aquilo que acreditamos? E qual é o limite entre o sacrifício necessário e a autodestruição? Em um mundo onde o egoísmo muitas vezes domina, o Capitão América nos desafia a pensar sobre nossa disposição em abrir mão de algo pessoal pelo bem coletivo.

O Conflito entre Ideais e Realidade

Outra questão que emerge fortemente em Renascimento é o eterno conflito entre ideais e a realidade. Steve Rogers, como Capitão América, é um idealista. Ele acredita firmemente nos princípios de liberdade, justiça e igualdade. Contudo, o mundo ao seu redor está longe de ser ideal. Seu próprio retorno é um lembrete disso, pois ele está sendo "resgatado" de uma conspiração sombria que distorce e corrompe tudo o que ele acredita.

Essa tensão reflete um dilema comum no mundo contemporâneo: como manter a integridade de nossos ideais em um mundo que muitas vezes os rejeita ou subverte? Rogers nos mostra que, embora seja difícil, é possível. Seu retorno em Renascimento não é apenas físico; é também o retorno de seus princípios inabaláveis, que continuam a guiar suas ações mesmo diante das adversidades. Ele nos lembra que, embora o mundo possa ser imperfeito, isso não significa que devemos abandonar a busca por algo maior.

Renascimento como Metáfora Existencial

No fim, Capitão América: Renascimento é mais do que apenas uma história de retorno de um herói. É uma metáfora para os desafios que todos enfrentamos em nossa jornada existencial. Todos nós, em algum momento, experimentamos "mortes" e "renascimentos". São momentos em que nossas crenças são desafiadas, quando nos sentimos perdidos ou fora de lugar, e quando precisamos lutar para redescobrir quem somos.

O retorno de Steve Rogers é também um retorno ao que é essencial nele. A narrativa nos convida a refletir sobre o que é essencial em nós. Quais são os princípios e valores que, independentemente das circunstâncias externas, devem permanecer inabaláveis? E, quando tudo parece perdido, de onde tiramos a força para continuar?

Renascimento é uma história de resiliência, não apenas física, mas moral e espiritual. O Capitão América, em sua essência, é uma figura de esperança, que nos lembra que, mesmo quando o mundo parece estar em seu ponto mais sombrio, ainda podemos lutar para trazer à tona o melhor de nós mesmos.

Conclusão

Marvel Deluxe: Capitão América ? Renascimento é uma obra que vai além de sua superfície de ação e aventura. Ela se aprofunda em questões filosóficas sobre identidade, memória, sacrifício e a luta contínua entre ideais e a realidade. É uma história que ressoa com todos aqueles que, de alguma forma, já se sentiram perdidos ou derrotados, mas que, como Steve Rogers, encontram a força para renascer e continuar lutando pelo que acreditam.
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Davi.Pontes 29/09/2023

Mas já voltou?
Surpreende a história do Renascimento de Steve Rogers ser algo tão rápido e sem peso, parece que ele nunca tinha deixado. Os vilões parecem de desenho animado sem peso e bobos que são derrotados de forma fraca
Já no arco da mensal uma baita história sobre grupos terroristas domesticos, noções de que esse ultranacionalismo sempre pende pra um lado fascista onde eu mando você obedece e essa evocação ao passado é só para glorificar o status quo, nesses contextos um personagem como o Capitão América que viveu a guerra e que vive até hojê é o personagem ideal para se contrapor a esse estilo americano
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anne marie 25/04/2021

Perfeita, 0 defeitos, amei demais.
Eu não sou uma pessoa que tem costume de ler histórias em quadrinhos a muito tempo, eu estou começando a ler com mais frequência agora e eu sempre tive curiosidade de ler esse arco do capitão América e estou muito feliz por ter lido pois é sensacional.
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Julião 06/04/2021

O ponto mais fraco dessa edição é justamente a história principal: a volta do Capitão América.

Várias pontas soltas e etc. mas depois, cheia de histórias boas. Quem vai vestir o escudo é uma história DO CARALHO!

Duas Américas tem um peso filosófico e político muuuuuuito locooo!! História boa pra porra!
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