Ivanete.Bampi 16/04/2018
Aqui e agora, meu tempo e meu ritmo.
O rio corre sozinho, vai seguindo seu caminho.
Não necessita ser empurrado.
Para um pouquinho no remanso.
Apressa-se nas cachoeiras.
Desliza de mansinho nas baixadas.
Precipita-se nas cascatas.
Mas, no meio de tudo isso vai seguindo seu caminho.
Sabe que há um ponto de chegada.
Sabe que seu destino é para a frente.
O rio não sabe recuar.
Seu caminho é seguir em frente.
É vitorioso, abraçando outros rios, vai chegando no mar.
O mar é sua realização.
É chegar ao ponto final.
É ter feito a caminhada.
É ter realizado totalmente seu destino.
A vida da gente deve ser levada do jeito do rio.
Deixar que corra como deve correr.
Sem apressar e sem represar.
Sem ter medo da calmaria e sem evitar as cachoeiras.
Correr do jeito do rio, na liberdade do leito da vida, sabendo que há um ponto de
chegada.
A vida é como o rio.
Por que apressar?
Por que correr se não há necessidade?
Por que empurrar a vida?
Por que chegar antes de se partir?
Toda natureza não tem pressa.
Vai seguindo seu caminho.
Assim também é a árvore, assim são os animais.
Tudo o que é apressado perde o gosto e o sentido.
A fruta forçada a amadurecer antes do tempo perde o gosto.
Tudo tem seu ritmo.
Tudo tem seu tempo.
E então, por que apressar a vida da gente?
Desejo ser um rio.
Livre dos empurrões dos outros e dos meus próprios.
Livre da poluição alheias e das minhas.
Rio original, limpo e livre.
Rio que escolheu seu próprio caminho.
Rio que sabe que tem um ponto de chegada.
Sabe que o tempo não interessa.
Não interessa ter nascido a mil ou a um quilômetro do mar.
Importante é chegar ao mar.
Importante é dizer "cheguei".
E porque cheguei, estou realizado.
A gente deveria dizer: não apresse o rio, ele anda sozinho.
Assim deve-se dizer a si mesmo e aos outros: não apresse a vida, ela anda sozinha
Deixe-a seguir seu caminho normal.
Interessa saber que há um ponto de chegada e saber que se vai chegar lá.
Esta reflexão está reproduzida em alguns sites e blogs. Uns informando tratar-se de autoria desconhecida, outros afirmando ser de autoria da escritora e psicoterapeuta norteamericana Barry Stevens. Li o livro infinitas vezes, achei o texto muito adequado, contém toda a essência do livro de Barry, que por sua vez remete ao existencialismo, humanismo e terapia comportamental, foi um livro "amigo de cabeceira" por muitos anos, me ajudou a compreender alguns processos internos em períodos difíceis da vida, aprender que tudo tem seu tempo e tudo tem seu ritmo.
Recomendo para as pessoas interessadas em Gestalt-terapia, que tem seu enfoque clínico no conceito de aqui e agora, com ênfase na responsabilidade de si mesmo.