@thereader2408 11/08/2010O Mulato de Aluízio de AzevedoAcho que todos nós um dia tivemos que ler as benditas leituras obrigatórias para o vestibular, e que antes as nosssas queridas professoras de gramática e redação tentaram apaziguar isso tudo nos recomendando aqueles livrinhos de aventura infanto-juvenil para que dali a alguns anos, nos viessémos ter acesso (obrigado mesmo)ao creme de la creme da literatura brasileira e portuguesa. É nós fomos enrolados, e comigo deu certo, eu lia tudo o que me recomendavam, obrigado ou não obrigado.
O Mulato não chegou a ser uma leitura obrigatória para mim, ele veio de carona. Eu me apaixonei pelo linguajar rocambolesco dessas obras e tentei ler todas as obras do Romancismo ao Naturalismo, e como toda meta que tracei para mim aos 12 anos de idade eu fracassei miseralvelmente, mas antes disso eu consegui ler muita coisa de muitas escolas literárias, entre elas o Mulato, que sinceramente me deixou confusa caso eu tivesse que fixar a obra em um único estilo literário, a obra tem de tudo um pouco, romantismo, realismo, naturalismo e o Tio lulu errou em cheio ao tentar explicar a pele branca e os olhos azuis do moço descendente de mãe negra.
A história começa antes mesmo do mulatinho nascer, a propósito ele chama Raimundo, o pai dele era casado com uma moça branca e como tantas histórias de senzala acabou de chamego com uma escrava.
Assim nasceu o Raimundinho, que logo despertou fortes desconfianças na mulher do sinhozinho da fazenda, que cheia de ódio no coração e dor nos cornos mandou fazer uma baita de uma maldade na escravinha danada (só lendo o livro pra saber).
Para salvar o menino mulato das maldades de sua esposa, José Pedro da Silva carrega o pequeno consigo para casa de seu irmão, Manoel Pescada. Assim que retorna a fazenda para se acertar com a mulher, eis que ocorre um imprevisto... o tal do José Pedro não consegue passar a galhada no vão da porta, é meu caro sua mulher não deixou barato e foi se vingar do marido rezando um pai nosso no colo do padre, o ruim é que ela foi pega em flagrante.
Dizem que chumbo trocado não doi, mas na verdade doi mais em quem atingir primeiro. José Pedro em um rompante de raiva mata a mulher mas deixa o padre viver (Eu não entendi.. acho que é porque deve ser pecado grave matar um padre... sei lá). Como os dois tinham o rabo preso, o Padre por ser padre e o José por ser corno, não puderam se delatar... e por um tempo ficou por isso mesmo, mas eis que no meio do caminho José encontrou uma pedra. Morreu atocaiado.
Alheio a isso tudo Raimundinho cresceu e recebeu boa educação, com seu tio como tutor. Foi morar em Lisboa e ao retornar é bem recebido na casa de seu tio, e ainda mais bem recebido por sua prima Ana Rosa. O Romance ficou por ai, a partir dai vem o real. Por mais que Raimundinho insistisse com seu tio para lhe ceder a mão de Ana Rosa, o tio não cede de jeito nenhum devido as suas origens. Não só o pai da moça é contra, a avó bruxa, o caixeiro Dias (pretendente da moça)e... quem, quem ? O Padre, sim.. o padre safado do inicio da história que acabou se aproximando do irmão de seu ... sócio.
Nada da certo para o casal de amantes, nem a tentativa de fuga. O livro termina e ficamos com um gostinho de injustiça na boca, os maus se safaram e os mocinhos não ficam juntos no final. A história toda faz jus a sua escola literária, o Mulato de Aluízio de Azevedo marca o início do Naturalismo no Brasil.