Luiza Helena (@balaiodebabados) 16/10/2018Originalmente postada em https://balaiodebabados.blogspot.com.br/Gemina é a continuação de Illuminae. Diferente do livro anterior, a história aqui se passa na estação Heimdall, alguns momentos antes da nave Hypatia, com os sobreviventes do ataque a Kerenza IV, chegar no local.
Visando uma queima de arquivos, a super corporação do mal BeiTech - liderada por Leanne Frosbisher - contrata um grupo de mercenários de elite para a missão de exterminar qualquer pessoa que saiba sobre o ataque ordenado pela corporação. Logo, eles também vão em direção para Heimdall.
Enquanto na estação, Hanna Donnelly, Niklas Malikov e todos os residentes se preparam para o Dia da Terra, sem saber que o perigo se aproxima da estação. Porém, o que nem os residentes de Heimdall e nem o esquadrão imagina é que tem um perigo nascendo dentro da estação.
De início, Hanna pode parecer mais uma filha mimada e sem muita ambição na vida. Hanna é bastante mimada pelo seu pai, mas ela também tem suas inseguranças e medos, juntamente com um grande coração. Porém não pense que ela faz o tipo de donzela indefesa; Hanna é treinada em várias artes marciais e defesa pessoal, super estrategista e inteligente. Isso se deve ao fato que o tempo pai e filha era dedicado a jogos de ação, estratégia e militar. Quando o grupo de mercenários contratados pela BeiTech aterrissa em Heimdall, ela faz tudo menos fugir e dá muito trabalho, disposta a não se render facilmente.
“[...]Você pode ter apenas um tiro. Então atire. Você sabe quem disse isso?
O rifle bate no chão sangrento.
"Hanna FUCKING Donnelly. Foi ela."
Nik é aquele tipo de personagem com todo ar de charme e comentários espirituosos, quase sempre passando uma cantada, mas por baixo de todo esse bravado, há um cara aterrorizado pelo seu passado. Nik não pediu para nascer em uma família de mafiosos e, à medida que vamos o conhecendo, percebemos que sua personalidade e pensamentos são de uma pessoa que quer distância do negócio da família.
“Paciência e Silêncio tiveram uma linda filha. E o nome dela era Vingança.”
Uma personagem que se destaca muito é Ella Malikova, prima de Nik. Por conta de uma doença, Ella vive com aparelhos que a ajudam a respirar e afins, porém não pense também que ela é indefesa. Ela não pode se defender com o corpo, mas ela faz isso brilhantemente com a mente. Assim como Kady, Ella é uma ótima hacker e se Nik e Hanna sobreviveram o tempo que sobreviveram, tudo foi graças a Ella. A relação entre ela e Nik é muito fofa e maravilhosa. É uma relação bem fraternal e, apesar de Ella adorar encher o saco de Nik, ambos são melhores amigos.
“Os traços de preocupação, tristeza, medo, todos eles se suavizaram enquanto ela entra no código, na rede, no mundo em que ela não precisa de um par de pernas para correr. Ela solta suas defesas, o deus da aranha em suas costas vomitando um milhão de lacaios reluzentes em suas paredes de dados, defendendo a camada de sua dona com espadas e escudos de uns e zeros.”
As interações entre Hanna e Nik são engraçados e divertidos. Desde o início, Nik não esconde seu interesse por Hanna, sempre dando em cima dela quando pode. Não fica uma coisa forçada; é até engraçado vê-la dando os fora nele. Mas é quando a situação em Heimdall fica feia é que os dois se aproximam e começam realmente a conhecer um ao outro.
Eu achei o ritmo aqui bem mais dinâmico e rápido que em Illuminae. A ação já começa um pouco antes da metade do livro, com a chegada do esquadrão de mercenários contratado pela BeiTech, com a responsabilidade de dar cabo de todo mundo na estação Heimdall e assim queimar todas as pontas soltas do ataque a Kerenza. Mas o plano não sai bem como previsto.
Assim como Illuminae, também acompanhei esse com o audiobook. Os efeitos sonoros são maravilhosos, principalmente em uma cena em que os mercenários invadem a sala de comando. Eu me senti dentro de um videogame da vida. Melhor ainda é o fato que um vírus faz com a música ambiente da Heimdall seja um pop farofa bem grudento. Então, quando a gente menos espera, ele começa a tocar na história e realmente é bem grudento, mas bacaninha.
Visto que Gemina se dá algumas horas antes da nave Hypatia conseguir alcançá-la, nossos sobreviventes de Illuminae demoram a dar as caras. Aqui é a verdadeira definição de “se juntas já causam, imagina juntas”. Se Hanna e Nik já estavam atrapalhando os planos da BeiTech, com a ajuda de Kady, Ezra e AIDAN, é quase uma injustiça com os mercenários remanescentes. Faltando umas 100 páginas para o final, que os personagem de Illuminae aparecem, fazendo as histórias se interligarem, criando o clímax para o desfecho em Obsidio.
Gemina é aquele livro de transição na série, ao mesmo tempo que insere novos elementos, personagens, nos deixando ávidos para a conclusão. Tudo isso sem cair na maldição do segundo livro.
* Traduções feitas por mim
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