Resenhas - 95 TESES DE LUTERO

TalesVR 15/12/2019

Indulgências
A partir da leitura do texto original das 95 Teses é possível afirmar que a ruptura de Lutero com a Igreja Católica se deu muito mais pela questão das indulgências do que necessariamente por divergências teológicas. O preço que o Papa pagou pela construção da Basílica São Pedro foi o cisma da cristandade na Europa, que teve como pano de fundo o interesse dos príncipes alemães de se verem livres dos altos ''impostos'' que eram pagos à Roma.

Em algumas teses há ainda certa reverência ao poder papal concedido pela Bíblia (as chaves ), mas Lutero também fala em tom de desafio, dizendo que o Papa não possui poderes sobre o purgatório, por exemplo, então como as indulgências salvariam qualquer alma que fosse.

Enfim, estou convencido que a Reforma Protestante foi muito mais um movimento político-econômico do que teológico. Isso há 500 anos atrás; no século XXI o protestantismo mudou bastante.

Jonathas dos Santos Benvindo 13/07/2022

Livro ok, bem simples, tem realmente apenas o essencial para entender o contexto e o texto, leitura rápida? mas esse assunto não é um dos meus favoritos. Li mais para conhecer mesmo.

itsmarianita 22/05/2023

Documento clássico e reformador
Foi com essas 95 teses que Martim Lutero transformou o ideal predominante da Igreja Católica de enriquecimento através das indulgências e levou ao surgimento do Protestantismo.
Nunca havia pensado em ler essa obra, leitura de uns 5 minutos, até me deparar com o fato de que é o domínio público, ou seja, disponível gratuitamente para qualquer um ler.
Gostei bastante da interpretação de Lutero da situação vivida na época. É fato que ele afrontou um sistema forte da época desmascarando comportamentos anti bíblicos. Para quem tem interesse por História, Religião ou a mistura delas, acho válido ter esse conhecimento.

Aqui deixo algumas teses que achei interessantes:


27. Pregam doutrina humana os que dizem que, tão logo tilintar a moeda lançada na caixa, a alma sairá voando [do purgatório para o céu].
28. Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa, podem aumentar o lucro e a cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus.

36. Qualquer cristão verdadeiramente arrependido tem direito à remissão pela de pena e culpa, mesmo sem carta de indulgência.
37. Qualquer cristão verdadeiro, seja vivo, seja morto, tem participação em todos os bens de Cristo e da Igreja, por dádiva de Deus, mesmo sem carta de indulgência.

43. Deve-se ensinar aos cristãos que, dando ao pobre ou emprestando ao necessitado, procedem melhor do que se comprassem indulgências.
44. Ocorre que através da obra de amor cresce o amor e a pessoa se torna melhor, ao passo que com as indulgências ela não se torna melhor, mas apenas mais livre da pena.
45. Deve-se ensinar aos cristãos que quem vê um carente e o negligencia para gastar com indulgências obtém para si não as indulgências do papa, mas a ira de Deus.

53. São inimigos de Cristo e do papa aqueles que, por causa da pregação de indulgências, fazem calar por inteiro a palavra de Deus nas demais igrejas.
54. Ofende-se a palavra de Deus quando, em um mesmo sermão, se dedica tanto ou mais tempo às indulgências do que a ela.
55. A atitude do papa é necessariamente esta: se as indulgências (que são o menos importante) são celebradas com um toque de sino, uma procissão e uma cerimônia, o Evangelho (que é o mais importante) deve ser anunciado com uma centena de sinos, procissões e cerimônias.

62. O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.
63. Este tesouro, entretanto, é o mais odiado, e com razão, porque faz com que os primeiros sejam os últimos.
64. Em contrapartida, o tesouro das indulgências é o mais benquisto, e com razão, pois faz dos últimos os primeiros.

94. Devem-se exortar os cristãos a que se esforcem por seguir a Cristo, seu cabeça, através das penas, da morte e do inferno;
95. E, assim, a que confiem que entrarão no céu antes através de muitas tribulações do que pela segurança da paz.