Eduarda Graciano do Nascimento 21/11/2018Um cabelo como protagonista Saída de Luanda, Djaimilia narra sua chegada à Lisboa e toda sua infância através de sua relação e da relação dos outros com seu cabelo crespo.
Acredito que seja óbvia a real intenção desse livro: enxergar nas entrelinhas uma história sobre racismo, padrões de beleza e aceitação. O cabelo da autora é o protagonista dessa aventura, pois dele parte essa narrativa que, apesar do assunto sério que aborda, transmite um frescor típico da infância.
O padrão de beleza escraviza o ser humano, principalmente mulheres, e quando você, em essência, não atende esse padrão, sofre uma pressão gigantesca para se encaixar. Desde crianças nós somos ensinadas que sofrer para ficar bonita é algo normal. Esse livro, de forma quase pueril, explora as situações constrangedoras pelas quais uma jovem garota passa apenas por ser quem é.
O dia de hoje está longe de deixar de ser necessário. Muito pelo contrário... ultimamente vimos que falta muito do que ele visa: conscientização!
Ainda hoje homens e (majoritariamente) mulheres negros investem tempo, muito dinheiro e até mesmo saúde em troca da aprovação da sociedade. É disso que se trata esse livro: um relato de racismo, um sutil “rebele-se” e um atestado de paz de uma garota consigo mesma.
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