Jô 13/09/2024
Esse não é um livro com uma história, tão pouco um livro de autoajuda. É uma reflexão de um filósofo com seus pensamentos sobre o mundo, sempre baseado no estudo feito sobre outros filósofos. Os capítulos são divididos por perguntas feitas e respondidas pelo autor. As questões focam na existência humana, fala do mundo e para o mundo.
Descobri que filosofar é falar a língua dos outros, e logo no começo do livro já temos um pouco do filósofo Friedrich Nietzche. Depois, o Luiz Felipe Pondé passa a falar sobre o Romantismo, o mal-estar com a modernidade, e o fato de ganhar dinheiro para sobreviver é o que compete a maioria, pois poucos podem se dar ao luxo de trabalhar com o que amam.
?Outro exemplo fácil disso é a desvalorização da maternidade. Ser mãe não paga salário; logo, pouco vale. Não é à toa que as mulheres emancipadas não querem ser mães de muitos filhos porque preferem ter uma inserção maior na cadeia produtiva de bens.?
Eis dos temas abordados pelo autor e que também devemos refletir: O que estamos fazendo no mundo? Existe vida após a morte? Se Deus não existir, tudo é permitido? Existe evolução moral na humanidade? Dinheiro compra amor verdadeiro?
Mais uns capítulos a frente me deparei com uma análise sobre Platão e Aristóteles. Para Platão, as imperfeições do mundo e da vida seriam fruto de incompetência do demiurgo. E passamos para a Metafísica de Aristóteles, que explora o mundo das verdades eternas e não materiais.
Também é explorada a questão ?Deus existe??, tida pelo autor como uma das perguntas mais inúteis. Mesmo assim ele faz sua tese através do pensamento do filósofo Blaise Pascal.
?Enfim, não existe esse eu verdadeiro a não ser como mais um produto nas prateleiras do mundo contemporâneo, que há muito desistiu de qualquer ideia de personalidade em favor de uma ideia com menos ônus, que é a de estilo e de felicidade a todo custo.?
Outro assunto abordado no livro é a moral ou ética, que para o autor seriam sinônimos. E que para Aristóteles deveriam ser praticados a ponto de serem espontâneos. E depois de refletir sobre esse assunto, vamos direto para o hedonismo, ou viver segundo o prazer.
Tem uma parte do livro que diz que a maioria das pessoas é um mero número da cadeia reprodutiva. E que a felicidade como meta de todos é o que destruirá o mundo. Talvez o autor esteja sendo um pouco pessimista, mas ao meu ver, essa é a mais pura realidade e o que acontece nesse momento é que surge a carência por uma espiritualidade.
No fim, a leitura fluiu de forma rápida, é um livro curto, que não se aprofunda muito, é uma leve pincelada sobre a filosofia, de forma pra que mesmo para pessoas que não sabem muito sobre o assunto (como eu) consigam ler e parar pra pensar por si mesmo.