Gisele 09/08/2021
?Apenas na personalidade há vida?
?Falar em sua própria língua é, antes de tudo, ter coragem de enfrentar os problemas que a filosofia nos traz, sem medo de sermos obrigados a pensar em coisas de que não gostamos. É desistir de agradar quando se pensa. É ser (quase) indiferente a quem tem qualquer expectativa sobre quem você é ou o que você pensa.?
O livro ?Filosofia para corajosos? de Luiz Felipe Pondé tem como objetivo ajudar quem lê a falar com a própria língua e a pensar por si só, torná-la relevante no cotidiano - sendo um manual para corajosos. Para tal, a leitura é separada em três partes e aborda não só a visão filosófica do autor, como também alguns dos ?grandes tópicos da filosofia ao longo do tempo? e também a opinião do autor a cerca do mundo contemporâneo.
O que eu queria obter com a leitura era uma síntese filosófica de assuntos importantes ao longo da história, com ideias de nomes relevantes no mundo da filosofia, para que assim, eu tivesse uma base ampla para ler outras obras filosóficas posteriormente. O livro atingiu minhas expectativas e eu indico para aqueles que têm objetivos semelhantes aos meus. No entanto, para essa leitura você tem que estar disposto a enfrentar assuntos problemáticos e que podem disto ar daquilo que você acredita ou acha. O autor possui opniões fortes, cruas e faz comentários sarcásticos ao longo do livro, os quais podem não agradar algumas pessoas. Além disso, no livro já muitas verdades nuas e cruas das quais nem fazia ideia de que precisava tanto ler/ouvir - isso nem sempre pode ser considerado agradável para alguns; como disse Pondé no livro, a filosofia pode não te fazer mais feliz, mas sua vida será menos medíocre.
Na minha opinião, o importante aqui não é concordar ou discordar do autor, e sim perceber, que independente do que você pense dele e de suas ideias, as opiniões que você exprimir da leitura são suas e portanto, o objetivo do autor com o livro já está sendo atingido, fazer com que o leitor pense com a própria cabeça e fale na própria língua, sem medo de agradar ou desagradar pessoas com opiniões divergentes. Afinal, filosofia é isso. Quando percebi isso, pensei: ?genial?. O livro me fez pensar e refletir bastante, formular meus próprios conceitos sobre determinados assuntos e por isso, o indico.
A parte que considerei mais interessante e construtiva foi a Parte II do livro, e a que menos gostei/mais tive dificuldade de concluir a leitura e absorvi menos coisas foi a Parte III.