Aione 18/01/2017As inúmeras recomendações positivas sobre À Procura de Alguém e menções a sua história deliciosamente envolvente fizeram com que eu me rendesse à obra de Jennifer Probst publicada pela editora Paralela, mesmo sabendo de seu conteúdo hot, que geralmente me desagrada. E, confesso, sua premissa encantadora também atiçou minha curiosidade e me fez colocar os receios de lado.
Kate tem um dom transmitido há diversas gerações de sua família: ela é capaz de descobrir almas gêmeas, sentindo uma espécie de eletricidade ao tocar duas pessoas que são destinadas a ficarem juntas. Por isso, ela e mais duas amigas fundaram uma agência de relacionamentos. Contudo, ela mesma tem um enorme azar nessa área amorosa, já que encontra pares para os outros, mas não para ela. Quando Slade, advogado de divórcios, resolve procurar, furioso, a agência, acreditando que sua irmã, uma das clientes, está sendo enganado pela empresa que ele considera uma fraude, Kate se vê na obrigação de encontrar a alma gêmea dele, e assim provar a seriedade de seu trabalho.
Com narrativas alternadas em terceira pessoa, a perspectiva de cada um dos protagonistas é passada ao leitor por meio de uma linguagem simples e de rápido envolvimento, que permite uma leitura fluida e agradável. O ar de leveza predomina na escrita de Jennifer Probst, e aliado aos momentos ora divertidos e ora recheados de paixão, produz uma narrativa que desperta singelas risadas e sorrisos encantados.
Apesar desses elementos propícios, À Procura de Alguém não foi a leitura que eu esperava. Desejei todo o encantamento que ela é capaz de proporcionar, mas, ao contrário, me vi simplesmente virando as páginas, sem me sentir contagiada pela narrativa. Não que eu tenha feito uma má leitura; simplesmente foi uma experiência mediana, sem algo que fizesse o livro se destacar para mim.
Acredito que boa parte do que me distanciou de À Procura de Alguém e impossibilitou um maior apreço de minha parte esteja ligado à característica erótica do livro. Não acho que as cenas com esse teor estejam em demasia na história; pelo contrário, ocorrem em medidas equilibradas, e o romance acaba predominando no enredo. Contudo, há cenas que não descrevem alguma relação sexual e que, pela escolha de termos utilizada, acabaram soando de mau gosto, já que, como leitora, tendo a preferir cenas mais românticas e açucaradas. Não acredito, entretanto, que o livro destoe do gênero, e sim que um vocabulário do tipo seja normal a ele.
De modo geral, À Procura de Alguém foi uma leitura razoável, sem grandes arroubamentos. Acredito que, se eu tivesse me envolvido mais com a história a ponto de sucumbir a sua magia, teria me encantado mais e apreciado melhor a leitura. De qualquer maneira,vale a ressalva que, para mim, o ponto alto da leitura não foi a relação entre Kate e Slade, mas sim entre ela e seu cachorro – o melhor personagem do livro, sem dúvida alguma.
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