Elegia

Elegia Pablo Neruda




Resenhas - Elegia


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'Dani Oliveira 03/11/2009

Elegia são vários poemas escritos com verdadeiro primor por Pablo Neruda. O livro é extremamente melancólico,sempre com a presença da morte e da saudade; isso se deve ao contexto em que foi escrito, já que foi feito durante sua viagem a Moscou, em uma tentativa de cura pra o câncer que o acometia. Todas as suas angustias vividas pela doença, além do momento de revolução vivida por Moscou, o leva a colocar em cada verso um pouco da tristeza e do medo do fim pelo qual ele estava passando. Cada linha lida leva o leito a sentir pelo menos por alguns segundos tamanha tristeza passada nos versos.
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Mari 09/01/2010

Elegia – Pablo Neruda
Pablo Neruda (1904-1973) foi um grande poeta chileno, e uma das mais altas vozes poéticas do nosso tempo, misturando com maestria consciência política, lirismo e domínio de linguagem.


Em 1971, Neruda e sua esposa viajam a Moscou à procura de opções de tratamento para o câncer do qual o poeta sofria. Durante essa viagem foram escritos os poemas que comporiam “Elegia”, livro publicado, postumamente, em 1974. Moscou (palco dos sonhos revolucionários do poeta), os amigos ausentes (mortos ou desaparecidos) e os rumos deturpados da revolução de 1917 são os temas fundamentais do livro. Sempre com ares de esperança.


Em diversos poemas, o poeta expressa sua contrariedade quanto ao regime stalinista. No poema VI, há crítica ao culto à personalidade:


“[...]

Mas o falso realismo

condenou suas estátuas ao silêncio

enquanto abomináveis, bigodudas

estátuas, prateadas e douradas,

se implantavam entre plantas e jardins.

[...]”


Ainda nessa linha de pensamento, tratando mais especificamente do mau uso do poder e da vaidade de governantes, Neruda escreve o belíssimo poema XXIV, utilizando, ao final, a tradicional figura poética da rosa como socialismo:


“Como à retidão de tua doutrina

subiram estas curvas de serpente

até que medo e crimes se aninharam

e toda claridade foi exterminada?

Ficaram ainda sementes da dor!

Tempo maldito, enterra-te em seu túmulo!

Que nunca mais a terra deixe entrar

a matéria de deuses ou demônios

no coração dos governadores:

que não se mostre o céu individual

ou o caprichoso inferno solitário;

pune-o com a pedra do Partido,

pica-o com a abelha coletiva,

quebra o espelho, corta-lhe a soga,

para que no jardim triunfe a rosa.”


No poema XV, o poeta lamenta os rumos da revolução, mostrando profundo pesar pelo esquecimento do belo, da liberdade, da arte, do lirismo, dos sentimentos, em prol do puro progresso material e do trabalho, além de demonstrar a dor pelos amigos ausentes:


“Sei, bem sei, com mortos não se fizeram

muros, nem máquinas, nem padarias;

talvez seja assim, sem dúvida, mas

minha alma não se nutre de edifícios,

não recebo saúde das usinas,

nem tampouco tristeza.

[...]

Onde está o sorriso

ou a pintura comunicativa,

ou a palavra que ensina,

ou o riso, o riso,

a clara gargalhada

daqueles que perdi por essas ruas,

por estes tempos, por estas regiões

onde me detive e eles continuaram

até que terminassem suas viagens?”


Neruda trata, no poema IX, da transformação da Rússia monarquista para a Rússia socialista utilizando as figuras de dois importantes escritores russos – Pushkin (representando o antigo regime monarquista) e Maiakóvski (representando a revolução) – em estátuas nas ruas, onde os “pássaros” mudam seus ninhos.


“As pombas foram visitar Pushkin

e bicaram sua melancolia:

a estátua de bronze cinza faia com as pombas

com paciência de bronze:

os pássaros modernos

não o entendem,

é outro agora o idioma

dos pássaros

que transferem seus ninhos

de Pushkin a Maiakóvski.

[...]”


No poema VII, Neruda mostra sua fascinação pela cidade de Moscou, bem como demonstra a beleza da vida real em si mesma, confrontando-a com artifícios poéticos comuns:


“[...]

oh cidade do milagre

que agrega vida a todas as vidas

e cresce como selva rápida,

como aparição coletiva,

porque é verdade que são mais belos

o teto, a parede e a fechadura

que o arco-íris de sete cores

onde ninguém pode viver.”



Belíssima obra, com todo o lirismo engajado e o grande domínio das mais incríveis figuras poéticas que fazem de Neruda poeta eterno.
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Raimundo.Marques 16/11/2022

Propaganda e melancolia
Elegia (1971), de Pablo Neruda, é uma poesia de apologia comunista com fortes doses de melancolia, angústia e esperança. Amigos mortos são homenageados, a Rússia é exaltada, Stálin é censurado e a esperança comunista é revivida.
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Mariele 20/02/2023

Maestro
Pablo Neruda é poesia pura. Suas escolhas de palavras para falar dos assuntos mais banais emvolve a leitura.
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