Pensando Bem...

Pensando Bem... Hélio Schwartsman




Resenhas - Pensando Bem...


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Marcos Pinto 19/07/2016

Até iniciar a leitura, confesso que eu não conhecia o Schwartsman. Contudo, sua escrita me ganhou logo nas primeiras páginas. O motivo é simples: adoro livros de filosofia ou de outras ciências humanas que trazem questionamentos. Felizmente, Pensando Bem... faz parte desse grupo. Levando em conta a grande quantidade de obras no mercado editorial que trazem respostas definitivas, essa obra se torna um alívio para o leitor que gosta de questionar e manter a mente aberta para múltiplas possibilidades.

Dentro da obra, Hélio desbrava os seguintes temas: religião, educação, ciência, política, comportamento, história, violência e liberdade. Todos eles são assuntos atuais, com grande influência na vida dos cidadãos e que precisam ser pensados e repensados. Afinal, quem nunca encontrou, no cotidiano, um caso de racismo? E situações onde a religião – leia-se líderes religiosos – tenta influenciar na política? A violência é ou não é uma constante na nossa sociedade? A liberdade, como imaginamos, realmente existe? Você pode encontrar possíveis respostas para esse questionamento na presente obra.

Dentre todos os temas, a abordagem que mais agradou-me foi a da religião, visto que é um assunto complexo de ser discutido, principalmente levando em conta apenas o lado racional. Não concordo com todos os posicionamentos do autor, obviamente – esse é o princípio de uma sociedade democrática e livre –, mas alguns pontos levantados por ele me pareceram perfeitamente pertinentes. O primeiro é a maioria de nós é descrente ou ateu, mesmo os religiosos. Se não se é um ateu completo – em relação a todos os deuses –, é ateu em relação ao deus da religião vizinha. O que leva também a questionar qual a real diferença entre acreditar em Zeus, Hórus, Shiva, Yahweh e as centenas de outros deuses existentes.

“A religião é um fenômeno fascinante. É uma das poucas coisas que faz homens adultos e normalmente inteligentes se comportarem como crianças à espera de Papai Noel. E isso é só parte da história. Ela também é uma força que pode atuar tanto benignamente, proporcionando conforto e bem-estar aos que nela creem, como de um modo particularmente maligno, motivando massacres e atos terroristas. Numa linguagem mais científica, pode ser descrita como um sistema de crenças que um dia favoreceu a coesão social e agiu como elemento de motivação do grupo. Em sociedades mais complexas, além do bônus, aparecem também os ônus. Seja o que for, é algo sobre o que vale a pena refletir” (p. 55).

Vale lembrar que os religiosos podem ficar tranquilos, Hélio não entra no mérito se deuses existem ou não, afinal, eles são uma possibilidade. O que ele questiona são alguns preceitos tomados como verdades absolutas que são um tanto frágeis. Além disso, entra no mérito de assuntos menos divinos, como a necessidade de igrejas pagarem impostos, a má fé ou desconhecimento de alguns religiosos ao se referirem a assuntos científicos e a questão da moral religiosa que tentam impor à sociedade.

Outro ponto abordado pelo autor e que merece bastante destaque é o da política. Schwartsman não balança diante de assuntos polêmicos, questionando verdades absolutas da direita e da esquerda – aliás, está aí uma semelhança entre os fanáticos religiosos e os fanáticos ideológicos: as verdades imutáveis. O autor mostra pontos a serem levados em consideração nas diversas teorias políticas, além questionar certas defesas – muitas vezes contraditórias – que grupos políticos fazem.

A violência, um assunto que tem total relação com a política e também com a religião – afinal, o que não faltam na história são regimes políticos e religiosos genocidas –, também foi muito bem abordado. O autor questiona afirmações da direita e da esquerda, quando aquela diz que a violência é “caso de polícia”, e esta ao dizer que é “fruto das desigualdades”. Novamente, o autor não crava a resposta transcendental, mas mostra como a verdade pode ser um pouco mais profunda do que simples determinismos.
“O aborto é moralmente justificável? Esqueça essa pergunta. Não chegaremos tão cedo a um consenso. Proponho, então, analisar a questão sob outro ângulo: mulheres que abortam voluntariamente merecem ir para a cadeia?” (p. 19).

Além dos muitos assuntos tratados e dos textos em linguagem acessível, a obra também chama a atenção pela boa parte física. A capa é bonita, moderna e tem total relação com o assunto do livro. A diagramação, por sua vez, é bem confortável, propiciando uma boa leitura. A revisão está perfeita, como é padrão da editora Contexto.

Em suma, Pensando bem... é um excelente livro para quem quer pensar e ter suas posições filosóficas, sociais e ideológicas questionadas. Dificilmente você concordará com tudo ou terá todas as respostas para os questionamentos levantados, mas esse é o interessante das ciências humanas, como a filosofia e a sociologia: o importante é que as perguntas estejam corretas. Sem dúvidas, obra recomendada.

site: http://www.desbravadordemundos.com.br/2016/07/resenha-pensando-bem.html
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alex 21/12/2020

Pensando bem..., por Hélio Schwartsman
Gostei. É um apanhado mais antigo (2012 a 2015) de artigos publicados pela Folha de São Paulo, mas organizados por tema (e nao por data), o que oferece um novo modo de leitura.

Há muita questão para pensar, po deram, se questionar. Exatamente o q esperava de um livro do tipo.
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Michelle Trevisani 22/05/2018

Um ótimo livro para se refletir
Oi pessoal, tudo bem? Hoje a resenha que trago é de um livro bastante diferente, que recebi esse ano em parceria com a editora Contexto. O livro Pensando bem, de Hélio Schwartzman é uma ótima pedida para aqueles que querem refletir em relação a vários temas, com uma certa conotação filosófica.

Hélio vai nos convidar a pensar sobre oito principais temas: Religião, Educação, Ciência, Política, Comportamento, História, Violência e Liberdade. A cada tema abordado pelo autor, vamos acompanhando reflexões das mais diversas, que duram na sua grande maioria uma página.

Como por exemplo, no tema Religião, o autor vai nos convidar a pensar junto com ele, em temas como aborto, taxa de natalidade, nossas relações espirituais do cotidiano, etc. Nos demais temas, Hélio vai transcorrer da mesma forma, tentando ser imparcial nas suas colocações (mas assim mesmo a gente nota certa tendência do autor em explorar alguns temas), nos convidando a sair de nossa zona de conforto e refletir um pouco mais sobre assuntos que por vezes se tornaram corriqueiros em nossa sociedade.

Gostei bastante dessa leitura, pois foi um livro que me surpreendeu em vários aspectos. Não vou dizer que concordei com tudo que foi abordado por Hélio em seu livro, mas muitos temas abordados por ele me fizeram refletir bastante, principalmente quando adentrei os temas de política e violência. Ele te conduz para o que realmente são os nossos direitos, o que nos é imposto pela mídia, e o que nos é enraizado de forma velada e que muitas vezes precisamos engolir goela abaixo. Nessa questão de "despertar" para certos temas, senti que o livro de Hélio me direcionou bastante e me fez ver mais claramente o que pensar em relação aos vários assuntos que ele menciona.

Leia o restante da resenha no meu blog >> LIVRO DOCE LIVRO

site: https://meulivrodocelivro.blogspot.com.br/2018/05/resenha-pensando-bem-de-helio.html
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