spoiler visualizarMACARI0 18/09/2022
O mistério que deixou Mr. Poirot irritado (e eu também)
Eu gostei desse livro. Foi o 17? que eu lí da autora "Agatha Christie". Desde o início fui levado a crer que essa história era uma das melhores da escritora. As críticas positivas que eu lí sobre o livro foram muito boas. Ou seja, em minha cabeça de leitor de romances de mistério, eu estava diante de um grandioso clássico do gênero. Porém, a leitura do livro , pelo menos para mim como leitor, não foi tão satisfatória assim. É sim uma grande história de mistério e assassinato. Porém em minha opinião, de leitor de Agatha Christie, esse livro não se compara aos excelentes "Assassinato no Expresso Oriente", "Assassinato no campo de golfe", "O Misterioso caso de Styles", "Depois do funeral", "Convite para um homicídio", "A testemunha ocular do crime", "Cartas na mesa" e "O caso dos dez negrinhos". Todos esses livros citados são melhores e mais interessantes do que "A Extravagância do Morto".
As razões para eu não ter gostado tanto desss livro são muitas.
Primeiro que eu não gostei especialmente dessa edição capa mole e páginas ocre que eu escolhi para ler. É difícil para quem gosta de ler e grifar e sublinhar as palavras, frases e parágrafos. Eu faço isso com quase todos os livros.
Segundo: Eu não gosto muito quando o detetive Poirot aparece muito cedo na história. Principalmente nessa, onde ele desempenha um paprl crucial desde o início. Eu sou daqueles leitores que gostam quando o detetive surge apenas como última opção, quando a polícia, os investigadores ou outros detetives não conseguiram resolver o caso ou mistério. Daí o detetive (no caso Hercule Poirot) aparece como o grande detetive que vai resolver o crime. Enfim, não é o que acontece em "A Extravagância do Morto", onde podemos ver Poirot do começo ao fim. Podemos pensar que vai ter uma overdose de Poirot na história, sendo que o livro tem mais de 190 páginas? Não exatamente. Pois Poirot fica apagado durante praticamente toda a metade do livro. Ele apenas começa a protagonizar a história e começar a ficar perto de resolver o caso nos últimos seis ou sete capítulos! É aí que ele começa a se sentir irritado e humilhado por não ter conseguido fazer quase nada durante o caso. Ele se sentiu "no escuro" praticamente o tempo todo nesse caso, mas ele já sabia que existia alguém muito maquiavélico e manipulador por trás de tudo isso! Mas é justamente nos últimos seis, sete capítulos que a história fica realmente boa. Acho que se a autora tivesse cortado um ou dois capítulos da história eu acho que não faria falta, a não ser que fizesse realmente sentido para a elucidação dos crimes e a a resolução do complexo quebra cabeça que ela criou dentro da história, na qual havia em minha humilde opinião mais personagens do que deveria ter. É tantos personagens e suspeitos nessa trama, que até mesmo Poirot admitiu isso durante a história! Se ele que era o detetive da história, demorou muito tempo para conseguir juntar todas as peças desse complexo caso, imagina nós leitores?
A história em si é interessante. Toda essa questão da "caçada ao assassino", sobre os moradores da mansão Nasse, os preconceitos dos ingleses com os estrangeiros, a Extravagância, que é praticamente um personagem nessa história... Tudo isso é muito interessante. Porém eu senti falta de mais tensão e momentos de confronto entre detetive e assassino(a). Eu gosto quando o detetive é desafiado pelo criminoso(a), e os dois começam a se enfrentar como gato e rato, como acontece por exemplo em "Assassinato no Expresso Oriente". Curioso que essa é a segunda história que eu leio da AgathaChristie onde Hércule Poirot é contratado previamente para impedir um assassinato mas não consegue fazer isso. A outra história onde esse fato também acontece é em "Assassinato no campo de golfe".
Conclusão: Uma boa história de mistério e investigação de crimes, mas não é o melhor livro para começar a ler Agatha Christie. Não é na minha opinião um dos 5 melhores livros que eu já li da autora. É também um livro onde o detetive Poirot não estava com sua massa cinzenta em seus melhores dias. Senti muita falta de uma melhor atuação e eficiência de Poirot. Enfim, acho que no fim das contas o melhor e mais interessante personagem dessa história sempre foi a Extravagância.