Mel Rodrigues 08/12/2022
Eu sempre fui uma defensora fiel da Martin Claret quando o assunto eram as péssimas traduções - claro que eu sei que no passado isso era um verdade, porém desde que comecei a comprar da editora nunca tive problema. As capas bonitas sempre acompanhavam um texto no mínimo legíveis (como Austen) e, na maior parte das vezes, excelente (Anna Karenina, Os Miseráveis, Orwell) principalmente ao meu gosto pessoal, que prefiro ser transportada ao tempo da minha leitura do que ler um texto modernizado ao extremo.
Infelizmente, a Divina Comédia fugiu desse padrão. A capa belíssima, o corte colorido e arredondado, a diagramação espaçada e com letras grandes, tudo isso me conquistou a dar uma nova chance a um gênero que já não é meu favorito - os poemas épicos. Mas se Ilíada e Odisseia me deixaram com um pé atrás com esse estilo, A Divina Comédia acabou com ele para mim. O livro é completamente impossível de ler, as frases nãos faziam sentido nenhum, as notas de rodapé afirmavam que partes delas haviam sido retiradas ou trocadas por palavras com sentidos completamente diferentes, e oportunidade me fez baixar o pdf em inglês e perceber que o problema era a tradução.
Me forcei a terminar esse livro em português por que tive medo de não entender o vocabulário, mas a verdade seja dita, eu devo ter lido duas vezes cada capítulo e não entendi mais que o esqueleto da história. Se eu tiver a chance de colocar minhas mãos na edição física em inglês, talvez eu tente ler novamente no futuro. Os pontos atribuídos se devem a beleza do livro e nada mais.