Eric 01/08/2023
A estreia de HG Wells
Em "A Máquina do Tempo", acompanhamos a intrigante aventura do personagem conhecido como Viajante do Tempo até o ano 802.701 D.C. Nesse futuro distante, a população, conhecida como Elóis, vive em harmonia com a natureza, desfrutando de uma vida tranquila, sem preocupações com trabalho e em perfeita comunhão. Porém, por trás dessa aparente utopia, esconde-se um mistério intrigante acerca desse comportamento. Ao embarcar na jornada de resgate de sua máquina, o protagonista descobre a existência de uma segunda população, os Morlocks, que vivem no sombrio subterrâneo dessa terra e assombram as noites dos Elóis.
Nessa curta ficção científica, H.G. Wells traça um paralelo com os problemas socioeconômicos de sua época, em que a Revolução Industrial relegava o proletariado cada vez mais para os subsolos da Inglaterra, longe dos olhos de uma elite refinada. No livro, os Morlocks representam essa classe trabalhadora, vivendo em função de suprir as necessidades dos Elóis, o que justifica a aparente falta de ocupação diária dessa população.
A narrativa pode parecer rebuscada e o início um tanto confuso, o que pode dificultar o engajamento inicial. No entanto, à medida que avançamos na leitura, a história se torna cada vez mais interessante e culmina em um desfecho repleto de ação.
"A Máquina do Tempo" é o primeiro romance escrito por Wells e é consideravelmente mais simples do que sua icônica obra "A Ilha do Dr. Moreau". Neste livro, deparamo-nos com um escritor em seus primeiros passos no gênero da ficção científica. No entanto, essa simplicidade não compromete a qualidade da obra, pois ela cumpre bem seu papel de entreter e ainda nos proporciona momentos de reflexão.