Ivy (De repente, no último livro) 20/01/2017
Série ótima...
A inspetora Helen Grace está de volta, com mais um caso intrincado para resolver, à caça de um cruel serial killer que se mostra sempre um passo à frente e mostra que inteligência e loucura juntos são sempre uma combinação fatal.
Os fatos se passam um ano depois dos terríveis incidentes que marcaram o primeiro livro.
Helen está tentando se recuperar, com sua vida completamente esmiuçada pela mídia e seu caráter sendo constantemente julgado. Além disso, agora Helen terá que lidar com uma nova chefe. A oficial Harwood é a nova substituta de Whittaker e, ela está determinada a tornar a vida de Helen mais difícil (se é que isso é possível).
Além disso, Helen deverá lidar com o retorno de Charlie ao trabalho e junto com seu retorno todas as lembranças de Mark e as decisões tomadas há um ano atrás.
A armadura de oficial durona agora foi completamente destruída pela mídia, com a ajuda da arrogante repórter Emilia Garanita e diante desse turbilhão, Helen deverá levantar a cabeça, lidar com seus fantasmas e dar caça à mais um psicopata à solta nas ruas.
Homens buscando uma aventura com prostitutas. Jovens, velhos, casados, com filhos. Uma vida inteira adiante, uma família à quem prestar contas. Quem está ceifando a vida dessas pessoas indiscriminadamente?
E há mais.
O assassino não apenas se contenta em matar-los, mas também termina por arrancar-lhes o coração e enviar em uma caixa de correio à suas famílias, amigos e colegas de trabalho.
Que espécie de sádico pode desfrutar de algo como isso?
Como dar caça à um assassino aparentemente frio, calculista e extremamente inteligente?
Como o assassino escolhe as suas vítimas? Qual é a sua motivação?
Verdade que todo e qualquer livro policial possuí semelhante premissa. Um assassino, um detetive perspicaz e muitos mistérios enveredados, porém, a narrativa sombria e adictiva de MJ Arlidge faz da série da inspetora Helen Grace uma experiência única.
No universo criado pelo autor, o vilão não é apenas um assassino impiedoso porém possuí uma história, um passado, algo que se não justifica seu mal, termina pesando para que o leitor se compadeça um pouco do assassino.
Os personagens criados por Arlidge são complexos, imperfeitos. Nesta trama, os mocinhos, tidos como decentes e de bom caráter frequentemente fraquejam, tropeçam e às vezes inclusive caem. E os vilões, que costumamos odiar porque vamos é o normal!, nos surpreendem com suas dores profundas e histórias tragicas.
Helen Grace é uma heroína que foge deste e de qualquer rótulo. As cicatrizes da vida e segredos enterrados no profundo de sua alma a fizeram meter-se em uma casca, presa à uma imagem de mulher dura, forte e fechada.
E o que dizer de Charlie que terminou com sua vida em pedaços e agora não apenas deverá ter valor para retornar ao trabalho mas para também enfrentar seus medos e dolores, incluindo entre eles o desprezo de sua outrora amiga Helen?
A verdade é que mais uma vez o autor conseguiu trazer-nos uma obra viciante, que, apesar de não ser tão pesada e sombria como a trama anterior, consegue manter o fio de mistério até o fim.
Se trata de uma novela de segredos inconfessáveis, pessoas acima de qualquer suspeita que, ao fim, revelam seu lado mais podre.
O autor mais uma vez joga no leitor tudo de assombroso que a realidade pode trazer e o choque enquanto lemos se faz intenso, pois é uma realidade impiedosa, mórbida e angustiante.
Os capítulos narrados magistralmente em terceira pessoa e submergem o leitor em uma trama macabra, em que podemos conhecer a intimidade e os sentimentos não apenas da detetive Helen Grace mas também de outros personagens como Charlie, Tony, além dos angustiantes momentos de cada vitima antes de seu sopro final nas mãos de um assassino que parece não ter nenhum remorso.
Mais uma vez a saga de Helen Grace termina por atrapar-me e mais uma vez termino com vontade de ler muito mais. Estes são livros que quando terminamos sempre ficamos com vontade de ler mais, pois o fio que deixa coloca no leitor curiosidade por saber mais da vida de Helen.
site: http://aliceandthebooks.blogspot.com.br/2016/06/review-81-ni-lo-ves-ni-lo-veras.html