Maria - Blog Pétalas de Liberdade 04/11/2016Resenha para o blog Pétalas de Liberdade(Acesse o blog [link aí embaixo] para ver fotos do livro.)
“Adolescer” é o primeiro livro infanto-juvenil publicado pela Eva Zooks, e eu acho que ela começou muito bem ao falar sobre a rotina de uma família composta por pai, mãe e três filhos adolescentes: o mais velho, Tom, a do meio, Jô, e a caçula, Jú.
Segundo os filhos, seus pais trabalhavam demais. Talvez por sentir falta de atenção paterna, a Jô acabou não se dedicando muito aos estudos (os pais ficavam cobrando que ela tivesse um bom desempenho, mas eles mesmo não iam nas reuniões que ocorriam na escola), além disso, ela estava sempre mal-humorada e brigando com os irmãos.
Os pais resolveram tentar melhorar a relação com os filhos, mas para isso seria necessário que os adolescentes também colaborassem. Mas como fazer Jô colaborar? Aí entram Tom e Jú. O Tom era um garoto muito bonito, estilo Clark Kent, e a Jú era uma menina fofa, muito esperta e apaixonada por balé. Eu acabei de dizer que a Jú é esperta, né? Ouso dizer que, mesmo com os gostos infantis normais para a idade, ela era a pessoa mais sensata da casa. Então, a Jú vai bolar um plano para fazer com que a Jô deixe de ser uma garota malvada, volte a ser uma boa irmã e uma boa filha e passe a valorizar o amor que recebe da família. Será que esse plano vai dar certo? Uma coisa a Jú já tinha: a cumplicidade do Tom.
“- Tenho uma proposta para fazer.
(...) – Quero boicotar a Jô.
Isso parece prender sua atenção. Com um sorriso de comercial de pasta de dente e um brilho diamante nos olhos, ele me puxa para um abraço.
- Nem sei o que é, mas já concordo.” (Jú e Tom, página 18)
“Adolescer” foi mais um infanto-juvenil que eu comecei sem expectativas, e novamente fui surpreendida positivamente por um livro do gênero. Achei muito pertinente a autora ter colocado a temática dos rachas e dos riscos que as corridas de carros clandestinas podem trazer para vidas que estão apenas começando. Espero que os leitores de “Adolescer” possam se conscientizar sobre o tema através da história.
“Por fim, decidi que os jovens não conseguem encontrar seu lugar no mundo, pois ao mesmo tempo em que querem transformar o mundo, estão agindo de forma irresponsável, que leva a consequências muito dolorosas.” (Tom, página 45)
A autora colocou muito dos dias atuais na trama, tem várias referências a temas que estão em alta atualmente, como o jogo Pokêmon Go, o filme Esquadrão Suicida, e os irmãos protagonistas estão por dentro de tudo o que tem sido produzido nessa área do entretenimento. Achei bem interessante o fato de o Tom ser youtuber, de mostrar um pouco da rotina de um criador de conteúdo (seja ele em vídeo, seja em blogs) e como essa é uma área que pode ser também uma profissão.
A caracterização dos personagens foi um ponto positivo e todos eles tiveram o seu momento de destaque. Espero que a premissa de fazer com que a Jô voltasse a valorizar a sua família inspire outras pessoas, independente da idade, a também valorizar e a ser carinhoso com aqueles que o amam. Tenho que comentar sobre o pai da Jô! Ele me irritou um pouco, com seus pensamentos machistas, mas felizmente o resto da família não se deixava levar por essas ideias e rebatia na hora os comentários infelizes dele, que precisava amadurecer um pouquinho e parar de pensar que podia dizer o que as meninas tinham ou não que vestir e como conduzir as próprias vidas.
“- Quando você cresceu?” – Percebo que ele não espera uma resposta, mas mesmo assim a dou.
- Venho fazendo isso desde que nasci e ainda não parei. O pediatra disse que vou crescer até completar dezoito anos. – Sorrio. – Ainda bem, pois não quero continuar sendo a tampinha da casa.” (diálogo do pai e da Jú, a tampinha mais esperta que já vi, página 87)
Minha única ressalva ao livro foi o fato de a narração ser feita por vários personagens, algo que num primeiro momento me pareceu legal, mas que me deixou confusa em alguns momentos, pois eu demorava um pouquinho para identificar quem estava narrando, se era a Jô, se era a Jú, o Tom ou a mãe. E há ainda partes que são narradas em terceira pessoa. Talvez se aparecesse o nome do narrador para que o leitor visse quem narraria aquela parte, pudesse ajudar.
Sobre a edição: eu confesso que essa capa lindinha foi um dos motivos de eu querer ler o livro! As páginas são amareladas, há poucos erros de revisão, as letras, as margens e o espaçamento tem um bom tamanho. Há algumas ilustrações no decorrer dos capítulos.
Por hoje é só, espero que vocês tenham gostado do post. Fica a minha sugestão de livro para leitores de todas as idades, especialmente para quem procura uma leitura rápida e leve ou também precisa de alguma ideia para lidar com adolescentes, irmãos, pais, a família num geral.
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http://petalasdeliberdade.blogspot.com.br/2016/11/resenha-livro-adolescer-eva-zooks.html