Meia-noite e vinte

Meia-noite e vinte Daniel Galera




Resenhas - Meia noite e vinte


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Bruno Paccini 27/12/2020

O menos bom do autor
Li todos do excelente autor
Este é o que menos me pegou, mas não deixa de ser uma boa leitura
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Yasmin Landulpho 16/06/2020

Livro mais sem pé e nem cabeça que eu li esse ano! Capítulos muito longos e cansativos! Não indico essa leitura!
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Pedro 12/04/2018

O assassinato de Duque, jovem promessa da literatura brasileira, provoca uma reunião de amigos, antigos companheiros do Orangotango, um importante zine eletrônico dos anos 1990. Do reencontro entre Antero, Emiliano e Aurora ressurgem afetos e rancores, e a trágica morte de Duque ressuscita lembranças de um tempo em que jovens cheios de criatividade desbravavam o potencial aparentemente ilimitado da Internet, enquanto enfrentavam a iminência de um Apocalipse na virada do milênio. Alternando narradores e com olhar crítico sobre a própria geração, Daniel Galera recapitula as vitórias, derrotas e sonhos de uma juventude que viu surgir novas possibilidades de se viver e que hoje encara, atônita, mas ainda apaixonada, as feridas da vida adulta e de um mundo que parece sempre estar prestes a terminar.
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Bruno Cortez 08/03/2018

História rasa, mas a leitura é um deleite
A história do livro é bem rasa e simples, nada misterioso e envolvente como "Barba ensopada de sangue". Os 3 personagens narradores do livro são interessantes e bem desenvolvidos. As tramas paralelas transitam por temas contemporâneos, de forma realista e suave ao mesmo tempo, fazendo com que não desgrudemos do livro. Não é o melhor romance do Galera (na minha opinião), mas o mais saboroso de ler.
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Camila.Dias 24/02/2018

Não leva a lugar nenhum
O livro trata do rencontro de três amigos, após a morte de um outro amigo. Esse reencontro reaviva lembranças de cada um deles e das histórias que viveram juntos na adolescência/juventude.
O livro é narrado em primeira pessoa e cada capítulo é feito sob o olhar de cada um dos personagens vivos, muitas vezes tratando sobre a relação de cada um deles com o amigo morto.
Achei que o livro começa no meio do nada e não leva a lugar nenhum no final, não senti conexão com nenhum dos personagens durante a trama, mas confesso que li até o final pra saber aonde a história ia dar.
É o primeiro livro do autor que leio, e confesso que não foi um bom começo.
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zoni 31/01/2018

Horrível?
Eu comecei a ler esse livro em setembro de 2017, porém, só tive disposição para terminar o mesmo agora esse ano. E que livro chato, hein? Não me lembro de muita coisa quando comecei esse livro, mas tenho certeza que quando o comecei já me bateu a decepção. Galera, nos da uma história tão lenta, chata e sem propósito que fica difícil de entender.

Durante toda a leitura eu senti que não fazia sentido, nada na história me atraiu, a escrita é genérica e não tem nada de novo ou marcante. Os personagens são distantes, vazios e não nos deixam conhecer. A coisa mais chata do livro são as mudanças abruptas de narração e personagens, isso me deixava perdido e confuso.

Já tinha visto outras pessoas falarem mal de outros livros do Daniel Galera, mas ainda assim dei uma chance para esse livro, e bem, não rolou. É um livro péssimo.

site: instagram.com/nomeiodatravessia
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Marker 29/05/2017

Ainda é uma memória bem clara pra mim o período, ali pelos idos de dois mil e sete, que topei com Até o dia em que o cão morreu, romance de estreia do Daniel Galera. Era por volta das três da tarde e eu fazia minha ronda semanal na Pernambooks, agora falecida livraria que ficava na Rua Barão de São Borja, coração do bairro da Boa Vista, no Recife. Eu devia ter em torno de quinze anos, e estava na fase mais leitora da minha vida até então. Os anos de Harry Potter haviam passado num flerte discreto, e eu me dedicava a uma investigação feroz da então contemporânea prosa brasileira. Foram anos de Joca Terron, João Paulo Cuenca, Cecília Giannetti, Daniel Pellizzari, Antonio Prata, Chico Mattoso, e nenhum deles fazia comigo o que Galera conseguia fazer. Livro de um fôlego só, Cão era repleto de temas que eu ainda não compreendia muito bem em sua complexidade: estavam lá a inadequação, a incerteza, o ódio, o amor, e tantas outras coisas que eu conhecia, só não sabia nomear. Faço essa introdução só para explicitar os motivos pelos quais a leve decepção com a leitura de Meia-noite e Vinte me foi tão desagradável.

Se colocadas lado a lado, as vozes do Galera neste e naquele livro poderiam até passar por escritores diferentes, e eu não falo isso num tom totalmente congratulatório de felicitação a um escritor que amadureceu e encontrou sua forma e estilo. Se Cão tinha uma espontaneidade quase adolescente -quase, porque o rigor formal estava todo lá-, Meia-noite soa como um livro forjado pelo estereótipo do escritor: auto-consciente, apaixonado por si mesmo, perdido numa pretensa batalha entre criador e criatura. Galera já havia flertado com um texto mais pretensioso quando escreveu Cordilheira, curiosamente o único de seus outros romances a ter uma voz feminina, mas o foco empregado ali levava o livro para um lugar mais sóbrio, o que não acontece desta vez. As três vozes presentes nesse novo romance tentar abarcar tantos estereótipos e questões contemporâneas quanto as duzentas páginas permitem, o que termina por sufocar qualquer resquício de profundidade.

Para melhor contextualizar; Galera trata aqui da reunião de três amigos porto-alegrenses quando do falecimento do quarto componente de seu antigo grupo. Criadores de um fanzine literário virtual nos idos de noventa e nove (muito como aquele que o próprio autor editava com amigos), os quatro experimentaram breve sucesso nos círculos culturais da cidade, e a ideia se desmantelou meteoricamente. Aurora tomou o caminho da biologia, Antero se transformou num publicitário capitalista voraz, e Emiliano, o mais velho de todos, seguiu como jornalista freelancer. Duque, o quarto e mais talentoso de todos, se manteve na literatura e acabou conseguindo fama e status de grande nome da cena contemporânea brasileira, trajetória ceifada por um latrocínio. É um grupo de personagens curiosas mas, excetuando Aurora, acabam sendo tratados com uma unidimensionalidade bastante sofrível. Antero se transforma numa caricatura de workaholic e pai de família pouco dedicado, Emiliano é sempre tratado como uma pessoa pragmática e bruta, o que pessoalmente me incomoda quando avalio que a homossexualidade do personagem é colocada em perspectiva à partir da maneira como ele não "cede" aos estereótipos que recaem sobre esse grupo, e Duque é sempre representado como o clichê do escritor misterioso e ranzinza.

De novo, quando se colocam essas vidas ao lado daquela existência medíocre porém sempre atenta ao caminho de um pretensa prosperidade que era o protagonista de Cão, os de cá perdem bastante. Não vou fabular em cima do que Galera esperava ou não esperava alcançar com Meia-noite, mas muito me parece um registro levemente biográfico e pessimista de um mundo que existiu e se apresentou como cheio de possibilidades mas agora está quase morto, com apenas uma pontinha de esperança acesa ao longe. A abertura da internet foi, de muitas maneiras, o desvelar de um projeto de mundo e vida mais justos e igualitários, o que anos depois se mostrou apenas ingenuidade. Pode ser uma sátira, no fim das contas, e eu falei um monte de bobagem, mas acho que não. O fato é que aquele Galera, mais próximo das expectativas ingênuas, escreve melhor que o pessimista.

site: http://www.pipoescreve.com/2017/05/meianoite.html
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Nidia.Machado 17/04/2017

Meia noite e vinte
História narrada em primeira pessoa por 3 personagens. Eram amigos na década de 90 logo quando a internet começa a chegar na casa das pessoas. Um deles é gay, um homem e uma mulher que se encontram no velório do quarto integrante do Orongotango (site de artigos). O gay é convidado a escrever uma biografia do falecido e assim descobre coisas incríveis sobre o quarteto.
Bom livro, razo como todos do Galera mas bem contado.
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avdantas 06/03/2017

O que sobrou dos nossos sonhos
No limiar do ano 2000, o mundo tinha dois possíveis destinos: sofrer com o bug do milênio toda a desgraça que o avanço tecnológico traria, ou gozar das vantagens que esse super desenvolvimento tecnológico proporcionaria a nossas vidas. O mais irônico é perceber que as duas alternativas na verdade não eram alternativas, nem opostas, apenas dois fatores de um mesmo fenômeno: a nossa evolução tecnológica; e que vivemos exatamente na linha divisória, com os braços abertos tentando nos equilibrar, um no caos e outro na evolução.

Os personagens de “Meia-noite e vinte” eram jovens em 1999. Antero, Aurora, Emiliano e Andrei curtiam uma espécie de fama na Internet graças a um fanzine virtual chamado Orangotango, que fazia sucesso online com textos literários, manifestos e experiências artísticas. Envoltos em festas, popularidade, juventude, sexo e drogas, os quatro amigos publicam o e-zine em um curto período de tempo, logo quando a vida os chama a se integrar à sociedade, sempre maior e nem sempre melhor que nós.

O livro começa com Aurora lendo no Twitter a notícia da morte de Andrei, apelidado de Duque pelos amigos, em um roubo de celular, com um tiro na cabeça. Isso impacta Aurora de uma forma profunda, fortalecendo nela a sensação de que o mundo está acabando (não em um sentido catastrófico, mas como se os dias fizessem parte de um lento processo de degradação da humanidade), representando aquela primeira postura que comentei no primeiro parágrafo desta resenha.

Ela encontra os outros amigos no enterro. Emiliano, um homem gay, jornalista free-lancer, que tem um fetiche envolvendo sexo e violência. Antero, o espírito-livre do grupo na época do fanzine, que se tornou um publicitário de sucesso, trabalhando para as grandes empresas e metido em um casamento ao qual ele não faz questão de manter fidelidade. E por último a própria Aurora, que decidiu seguir carreira acadêmica, mas esbarrou em um professor que lhe nutre um desafeto e a reprovou no exame de qualificação para a tese.

Todos se sentem chocados com a morte de Andrei, o único que seguiu carreira literária e manteve sua vida o mais privada possível. Cai nas mãos de Emiliano a tarefa de escrever uma biografia sobre o jovem misterioso e talentoso escritor.

O livro retrata de quatro pontos de vista diferentes o futuro da chamada geração Y, aquela que cresceu com a Internet, a revolucionária. Mostra como a vida exige de nós tanta energia que quase não sobra nada para os nossos desejos. E ainda por cima explora as facetas da nossa nova vida online, questionando a relação entre memória e digital. Quando morremos, o que sobra de nós na Internet faz parte da nossa vida? Quando morremos, o que se faz com nossos dados e rastros que ficam na rede? De certa forma, a Internet permite que nossa memória e presença permaneçam ativas em contas de usuários e fotos de perfil. No livro de Galera, isso é fundamental para o desenlace da trama.


Sou leitor ávido de literatura contemporânea e nunca vi um livro refletir sobre nossa época e nossas subjetividades com tanta fidelidade. Já li outros livros de Daniel Galera e sempre gostei, mas fiquei com a impressão de que precisava de algo mais. Eu precisava de “Meia-noite e vinte”.

site: http://cheirodesombra.blogspot.com.br/
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Ana Costa 05/02/2017

AS RELAÇÕES PESSOAIS E O DESCONTENTAMENTO NA OBRA "MEIA-NOITE E VINTE", DE DANIEL GALERA
O livro vai alternando núcleos narrativos e narradores para descrever como a morte de um escritor de Porto Alegre impacta de diferentes formas a vida de 3 pessoas que conviveram com ele no passado: Aurora, Antero e Emiliano fizeram parte da vida de Andrei “Duque” 15 anos atrás, durante o início da popularização do acesso à internet e o medo do “bug do milênio”, e sua morte os reúne e força a lembrar coisas do passado que compartilharam.

A internet, bastante citada no livro, é uma metáfora sobre como as relações pessoais são construídas. O filósofo polonês Zygmunt Bauman, que morreu à época da minha leitura, coloca em foco através da sua teoria de Modernidade Líquida e Amor Líquido algo que pode explicar o motivo do incômodo que a leitura gera: “as relações afetivas se dão por meio de laços momentâneos e volúveis e se tornam superficiais e pouco seguras (amor líquido). No lugar da vida em comunidade e do contato próximo e pessoal privilegiam-se as chamadas conexões, relações interpessoais que podem ser desfeitas com a mesma facilidade com que são estabelecidas, assim como mercadorias que podem ser adquiridas e descartadas.. (...) As relações se misturam e se condensam com laços momentâneos, frágeis e volúveis. Num mundo cada vez mais dinâmico, fluído e veloz. Seja real ou virtual.”

É essa a sensação que fica muito clara com o decorrer da leitura: como pessoas que fizeram parte uma da vida da outra podem se afastar e se tornar estranhas, mesmo tendo compartilhado tanta coisa, afetos e projetos de vida. Ver a dinâmica do distanciamento dos personagens gera um mal-estar que nos faz observar nossas próprias relações com o outro, nossas próprias dinâmicas.

Leia a resenha completa no blog!

site: http://www.annacstt.com/2017/02/resenha-meia-noite-e-vinte.html
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joaoaranha 26/01/2017

Experiência visceral.
Ler "Meia noite e vinte", de Daniel Galera, foi uma experiência descritiva visceral, coisa difícil de se presenciar nos escritores brasileiros.
Você é conduzido a uma experiência urbana sem pudor ou limites. Não é um livro para se apegar à história em si, mas na passagem do tempo, agressivo, duro e, ao mesmo tempo, anestesiante e saudoso. Mesmo não morando em Porto Alegre, era como se eu conhecesse todos os lugares descritos.

Uma obra magnífica em primeira e terceira pessoas, da Companhia das Letras, altamente recomendada.
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Felipe Holloway 22/01/2017

Mais um para o "bonde do zeitgeist": Galera e a consolidação do romance de deformação
Em termos de estrutura, nesse "Meia-noite e vinte", Daniel Galera coloca em prática uma honestidade rara entre os escritores, contemporâneos ou não, apesar de eu ter lá minhas dúvidas sobre se reconhecer uma deficiência estilística seja o suficiente para que sua existência se torne menos injustificável, numa obra literária. Desde "Até o dia em que o cão morreu", o autor, embora tenha se ocupado de personagens de um distanciamento meio mersaultiano, apresenta em sua escrita uma inegável matriz realista, manifestada por meio da profusão de descrições (geográficas, anatômicas, “figurinísticas”) e por certa linearidade temporal que, mesmo quando rompida, não apresenta grandes complexidades ao leitor – pense-se, a título de comparação, na fragmentariedade de “Se um de nós dois morrer”, do Paulo Roberto Pires. Causa espanto, dessa forma, que as três vozes narrativas que se intercalam em "Meia-noite..." soem tão homogêneas, tão quase indistintas. E se, como mencionei no início, é possível perceber como o próprio Galera tem consciência de sua dificuldade de diferenciar os narradores (pois o personagem responsável pela narrativa de cada capítulo nunca leva mais que um parágrafo para citar o narrador do capítulo anterior, evitando, assim, que nos percamos quanto à autoria do relato da vez, já que nossa tendência natural, pela homogeneidade das vozes, é imaginar que prosseguimos com o ponto de vista do mesmo personagem) – se, enfim, Galera nos situa tão cortesmente, é impossível não se perguntar, finda a leitura, qual a utilidade de pôr em prática determinado artifício, quando temos noção de que não o dominamos muito bem. Pois se a forma de contar não constituía, para o autor, e contrariando a estética literária contemporânea, elemento tão importante quanto aquilo que estava sendo contado, um narrador onisciente que nos conduzisse pelas ações e meandros psicológicos dos personagens teria sido uma escolha mais honesta. Do jeito como está estruturado, “Meia-noite...” parece um exercício de estilo malsucedido e um tanto constrangedor, como quando um bom jogador tropeça na bola ao tentar reproduzir o drible do elástico. Neste sentido, não ajudou que eu tenha lido a obra logo depois de haver passado pela segunda parte de “Os detetives selvagens”, do Roberto Bolaño, composta por uma infinidade de pequenos relatos em que o chileno exercita com maestria seu domínio das múltiplas vozes narrativas.

Feitas essas considerações formais, Galera se firma, aqui, como o patrono brasileiro contemporâneo de uma modalidade literária que um integrante de uma antiga comunidade do Orkut definiu genialmente como “bonde do zeitgeist”. São obras que costumam retratar certo niilismo geracional, marcadas pela presença de personagens que manifestam uma aversão meio desfocada ao status quo – inquietação que aos poucos vai degenerando para o conformismo, ou para a consolidação de um status quo em essência idêntico àquele contra o qual se bradava. Há uma espécie de mito primevo em torno do qual a narrativa se estrutura – aqui, ramificado na vida de Duke e na virada do milênio, bem como em seus prenúncios simbolicamente apocalípticos --, que é ao mesmo tempo motor propulsor e ponto ao qual se deseja chegar, ainda que tal intento só se concretize na memória, como um “rosebud” sussurrado à beira da morte. Os romances que integram o “bonde do zeitgeist” parecem pintar o panorama que inevitavelmente sucede ao que figurava nos bildungsroman, os famosos romances de formação, mais ou menos como certas releituras modernas dos contos de fadas apresentam hipóteses aridamente realistas a respeito do que aguardava os príncipes e princesas após o “felizes para sempre” de suas histórias originais. Emerge, dessa forma, e com o perdão do trocadilho infame, um gênero narrativo que também poderíamos chamar de romance de deformação.

Os narradores de "Meia-noite..." são três personagens profundamente insatisfeitos não apenas com a degenerescência de seus antigos ideais éticos, profissionais e estéticos -- insatisfação, aliás, ampliada pelo pioneirismo de que foram protagonistas, desbravando a quase inóspita world wide web em seus primeiros anos de existência --, como ávidos por retornar ao cenário idílico que antecedeu “o fim do mundo” pelo qual passaram sem perceber. A morte de Duke surge como um monumento imenso, de desolação infinita, à falência definitiva daquele otimismo, do antigo pendor à transgressão. Duke, o único que se mantivera relativamente fiel ao passado, à anarquia estética, ao caos “de raiz” que se opunha à gradativa institucionalização de tudo, inclusive do caos – Duke sucumbindo não a uma morte simbólica, que fosse fruto de seu projeto literário (como certo personagem em dado momento pateticamente supõe), mas a um fim de existência banal, imbecil, desprovido de grandeza artística ou de romantismo martirológico. Duke condenando todos à nostalgia, ao passadismo, seja pela aceitação falsamente relutante de se escrever sua biografia, seja ao inocular o desejo de se retornar ao lugar em que o apocalipse começou.

O final do romance, com Aurora deparando com uma cena de violência gradual e, em seguida, com uma criatura mítica, extraída dos porões de sua infância, é, tenho que admitir, por sua força simbólica, uma das mais comoventes e belas da literatura de nosso tempo.
Bruno 23/01/2017minha estante
Muito boa a resenha. Também achei o final espetacular. Ela não se chama Aurora por acaso. No meio de toda aquela onda de pessimismo do livro, ela precisa se isolar pra perceber que o violência e a morte são inerentes à natureza e que é possível encontrar sentidos pra vida onde menos se espera. Na minha opinião, uma desculpa para a ausência de marcações definitivas entre um narrador e outro é que todos são meio que uma coisa só. Pra mim eles são alteregos distintos do autor, que se consubstanciam no Andrei, quase uma anagrama de Daniel (que se completa com o L formado pelo mapa do aplicativo de corrida de Andrei).


Eloisa Moysa 05/02/2017minha estante
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