Retiz 25/09/2023
Enfim, Borges...
Faz um tempo que venho refletindo e aumentando minha curiosidade pra dar uma chance e conhecer um pouco mais sobre a literatura latino-americana. Até lista de recomendações de autores fiz, porém sempre que ia nos ?finalmentes?, dava um passo atrás e seguia na minha zona de conforto.
Enfim, como podem ver, surtei e me joguei de cabeça. Parei de procrastinar.
Pra iniciar essa nova rota de descobertas, optei por começar com um escritor conhecido da literatura Argentina: Jorge Luis Borges e um de seus livros famosos; ?O Aleph?.
Confesso que iniciei com receio e terminei apaixonada por ter tido contato com os textos desse autor e concordando com as afirmações que ouvi de que ?Borges é um ótimo contista?.
Nesse livro, estão reunidos diversos contos e narrativas que flutuam entre temáticas de metafísica, dualidade, espiritualidade, imortalidade e universo, deixando o leitor pensativo e preso em um triplex mental. Uma comparação muito boa que notei ao longo da leitura e análises dos contos é que literalmente Borges é o ?jovem místico? da época (O que soa engraçado porém resume bem).
A escrita dele é envolvente, porém não tão simples ou fluida assim. Ele é um escritor que ama colocar referências ao longo de seus textos, sobre literatura, filosofia e até mitologia, o que exige um pouco que o leitor tenha uma bagagem (ou te demandará um leve trabalho em buscar as referências), porém nada impossível, desgastante ou tão demorado.
Pessoalmente para mim não foi assim tão complicado, sinto que viajei na loucura do Borges e me deixei levar. Segui o fluxo dele, consegui refletir, ficar obcecada com algunas temáticas e terminar alguns contos precisando fechar o livro, olhar pro teto por uns instantes e ter mini crises existenciais e explosões mentais.
Para os que assim como eu, querem sair da zona de conforto e se desafiar (ademais de gostarem dessas temáticas meio fantásticas e místicas), Borges é uma ótima opção. A dica que dou para novos leitores aventureiros (que li de alguém que escreveu sobre e me ajudo
u a ter uma ideia do que estava por vir) é: ?Ele é doido, é só viajar junto com a história.?
Definitivamente virou um dos meus escritores latinos favoritos, conseguindo me cativar e despertando uma vontade de, além de buscar mais contos e obras dele, algum dia tirar um tempo para reler todos os contos de ?O Aleph?. Ganhou meu carinho também porque me instigou a buscar um pouco sobre o autor em si e simpatizei com esse senhorzinho meio místico e sentimental.
Sendo assim, finalizando essa resenha e seguindo o exemplo de Jorgito (carinhosamente apelidado por mim) Borges em soltar referências, mais específico, sobre esse livro dele em questão, posso concluir que esse senhor e seus textos por umas boas semanas viraram meu *Zahir. Terminei com uma ressaca literária daquelas.
Aguardando essa ressaca passar para iniciar minha próxima leitura aleatória da vez.