Feh 07/02/2020
Libby se tornou a pessoa que eu quero ser pra vida.
Eu não sei o que é o melhor da história, se são os plots, ou os personagens ou a autora que é incrível e soube trabalhar muito bem.
O livro narra a história de Libby e Jack, dois personagens completamente opostos, que, por puro destino, tiveram que passar a trabalhar juntos e a se conhecer. É aqueles romances que surgem na amizade e rouba seu coração, porque não tem pressa, fala sobre primeiro amor e paixões adolescentes que são intensas e que roubam nosso ar e faz a gente se apaixonar muito mais por eles e com eles.
Libby é uma menina extremamente adorável que já passou por situações na vida que nenhum jovem/adolescente deveria passar, ela mora com o seu pai, já que sua mãe faleceu quando ela era uma criança e nós vemos como ela ainda não superou a morte da mãe, não é difícil encontrar no decorrer das páginas a saudade que ela sente, além de ser uma menina sensível e que sofreu bullying por muitos anos, fato esse que fez ela desenvolver transtornos de ansiedade e de pânico e ela acaba por descontando na comida. O que a fez engordar muito mais.
Jack também é especial, ele é bem trabalhado, principalmente quando vemos ele fazendo coisas que não deseja, apenas por pura insegurança e por cair na pilha dos amigos, ele sofre de uma doença que o impede de reconhecer qualquer tipo de traços faciais, é como se a memória dele não decorasse nenhum rosto, nem o de sua família, nem de amigos e muito menos o seu.
Os personagens têm umas nuances muito bem trabalhadas, percebemos que o foco da Jeniffer é escrever para jovens, dá para sentir que ela gosta e ela é ótima, meu primeiro contato com ela foi em Por Lugares Incríveis — o livro a qual eu atribuo a minha maior ressaca literária que já tive. — Há uns quatro anos atrás.
Como eu havia sofrido muito no último livro lido dela, eu deixei passar um tempo antes de conhecer esse, algumas pessoas haviam me falado que ele também tem uma carga emocional muito alta e, por mais que eu não tenha sofrido tanto assim, Juntando Os Pedaços, é um livro delicado e frágil na maneira como é escrito, falar sobre bullying na época em que vivemos, é muito necessário e mostrar que as vitimas não estão sozinhas e que precisam conversar com alguém, e que os Bullys também precisam de tratamentos psicológicos para entender o porquê de fazer tanto mal para alguém que nunca te fez nada.
Mas eu acredito que o que mais me tocou foi a questão da gordofobia, eu posso contar nos dedos quantos livros com personagens principais gordos eu já li, foram pouquíssimos, infelizmente, e ver uma história livre de pré conceitos, onde a mocinha dá um show de autoestima no final, quando desiste de algo que ela sempre almejou para não ter que mudar quem ela é, foi realmente emocionante. Esse tipo de estória precisa ser espalhada aos quatro ventos, ela precisa estar nas escolas e em qualquer lugar onde exista jovens.
É um livro de mais ou menos de trezentas páginas, bem rapidinho, já que os capítulos não são grandes, além de ser intercalados em mocinho e mocinha — coisa que eu amo.
E já está nomeado como o meu favorito.