Lucy Santos 12/09/2022
A Cafonice Dentro de Nós
Sabe quando o livro não aparenta ter nada de errado, mas também não é tão bom? É meio difícil de explicar meu sentimento em relação à esta história.
A relação de amizade entre o casal principal é bonita na primeira parte. Em vários livros, vi a autora criar uma primeira parte super envolvente e incrível, mas pecar no restante. A Chama Dentro de Nós é bem assim. Na segunda parte, não sei, mas não era realmente boa. Temos bem menos da protagonista e muito mais do Logan. Ele tinha uma jornada mais difícil que a menina, mas nem ele foi tão bem aproveitado quanto poderia. Sempre senti que faltava alguma coisa. Já ela (que nem lembro o nome), foi completamente escanteada. Além de ser capacho do Logan (um defeito muito frequente nas mocinhas dos romances da Cherry), sempre aceitando ser maltratada e até xingada e recebendo-o de braços abertos após tudo, ela não tem desenvolvimento. Tem a trama com seu pai que é esquecida, sendo que ela, aparentemente, ama muito o pai e a relação que eles tinham. Tem sua perda. Tem o fato dela ter saído de "menina rica com um futuro brilhante" para "menina ferrada que precisa de três empregos para se sustentar", e nem sabemos como é essa nova vida, como ela se sente por ter perdido tanto, como é sua rotina. Tem sua amizade com Dan que aparece apenas duas vezes. Ou seja, não sabemos nada sobre ela, pois ela parece existir apenas para trazer conforto para Logan e sua irmã. Ela é uma personagem fraquíssima, sem personalidade e amor-próprio.
Tem drama do início ao fim que mais parece estar lá só para preencher páginas. Tem um romance e uma nova amizade muito mal estabelecida. O mocinho tem uma trajetória sofrida, mas é muito babaca e não se desculpa por isso. A autora se repete tanto com coisas que deveriam ser, na mente dela, muito fofas, mas...
Eles se olhavam.
Eu olhava.
Eles davam de ombros.
Eu dava com a cabeça na parede.
Eles riam.
Eu revirava os olhos.
Era bobo e juvenil demais. Além de brega. Eu sei que essa autora é brega, mas... Putz, era cada monólogo breguíssimo que sempre me tirava da história. Quanto mais irreal os diálogos e situações, mais arrependida fico com a leitura.
O final é muito corrido, mas ao mesmo tempo não pareceu correr o bastante. É confuso, mas em cerca de 60% eu já estava meio entediada e só queria que acabasse logo. Não foi péssimo, mas podia ser melhor. O Silêncio das Águas reina como o meu favorito da série.