Thati 09/02/2017
Uma mistura ousada de histórias!
Oi gente! A minha segunda resenha do ano é de um livro que me despertou muuuuuita expectativa desde o seu lançamento. Depois de ler todos os livros da Stephanie Perkins (e ter amado todos eles), e também a antologia "O presente do meu grande amor" (resenha aqui), fiquei ansiosíssima para conferir o resultado de "Aconteceu naquele verão" que, assim como a primeira antologia organizada pela autora, traz doze histórias, escritas por doze autores diferentes, incluindo ela. O que todas essas histórias têm em comum? Bom, elas se passam no verão. Assim como fiz da última vez, resenharei todos os contos individualmente, para que vocês possam conhecer um pouquinho de cada um deles e saber o que achei de cada história e da escrita de cada autor (e por conta disso, essa resenha provavelmente ficará enorme, mas garanto que valerá a pena).
"Cabeça, escamas, língua, cauda" - Leigh Badurgo
Nunca tinha lido nada da autora e, por esse motivo, me joguei na história sem grandes expectativas. Não foi uma leitura ruim, mas também não chegou a ser uma leitura exatamente boa. O conto é separado em quatro partes: cabeça, escamas, língua e cauda, exatamente como o título. Honestamente, achei essa divisão confusa e sem propósito. A escrita da autora, por si só, me pareceu confusa desde o princípio.
O primeiro conto narra, em terceira pessoa, a história da jovem Gracie na pequena cidade chamada Little Spindle. Certo dia, Gracie está à beira do lago que é o seu refúgio, quando vê uma criatura estranha e misteriosa na água. Ela tenta se convencer de que talvez tenha sido coisa da imaginação dela, mas sente que precisa falar com alguém a respeito e escolhe a velha Annalee Saperstein, já que há uma história igualmente estranha envolvendo-a. O que todos sabem é que ela foi a única a acreditar e ajudar sua vizinha, que dizia ter sido engravidada pelo deus do rio. Quando a filha dessa vizinha ficou famosa e rica, deu uma considerável quantia a Annalee, que a permitiu se mudar para a cidade e abrir seu próprio negócio.
Annalee não dá respostas imediatas a Gracie, mas sugere que ela busque informação com Eli, um rapaz esquisito que passa todo verão na cidade, mas ao final da estação vai embora. Eli parece acreditar em Gracie e os dois embarcam numa aventura divertida, tornando-se amigos em seguida. Eli, contudo, não possui celular, computador, nada que o permita manter contato com Gracie e, por esse motivo, eles se encontram apenas no verão. Depois de alguns verões, Gracie percebe que, talvez, seus sentimentos pelo amigo estejam mudando. Ela fica confusa e incerta, a princípio, e tenta fugir dele na tentativa de fugir do sentimento em si, mas Eli vai atrás dela e, felizmente, parece sentir o mesmo.
Gracie, contudo, passa a desejar mais do que apenas verões. Começa a fazer planos para estar mais próximo de Eli pelo resto do ano, mas se decepciona ao perceber que ele talvez não esteja fazendo o mesmo. E é aí que a reviravolta mais inesperada da história acontece e por um momento você fica pensando "eita, o que está acontecendo?" e aí de repente acaba. Como eu disse, não foi de todo ruim, mas poderia ter sido melhor. Gostaria de a escrita da autora fosse mais fluida e que as cenas de grande importância fossem menos confusas, para não ter precisado lê-las duas ou três vezes. Infelizmente, não me interessei em buscar outras obras da autora.
O fim do amor, Nina Lacour
Depois de ter me decepcionado um pouco com o primeiro conto da antologia, parto paro o segundo sem muitas expectativas mas sou completamente surpreendida e de forma positiva. Não conhecia a Nina Lacour, mas fiquei tão completamente apaixonada pela escrita dela e pela sua forma de transformar coisas simples em algo maravilhoso que deixo aqui o meu apelo à editora Intrínseca, para que publiquem "Everything Leads to you", romance da autora que fui correndo procurar (e fiquei muito triste quando vi que só tinha em inglês; ela também tem outros títulos, mas esse chamou minha atenção por ter uma capa lindíssima). Ela também escreveu um livro com o David Levithan, mas depois de "Invisível", fico receosa com as parcerias com o autor, rs. Mas, vamos ao conto.
Em "O fim do amor" conhecemos Flora, uma jovem que está sofrendo por causa da separação dos pais. Determinada a passar mais tempo fora de casa e procurar uma sensação de segurança, ela resolve cursar geometria nas férias, uma matéria que ela já estudou e que domina muito bem. No primeiro dia de aula, contudo, Flora é surpreendida ao encontrar o trio de "desajustados" do colégio, o que inclui Mimi, sua primeira paixão (visivelmente não superada). Ela não se senta com eles porque sente que perdeu a oportunidade de fazê-lo, mas eles vão estreitando a relação conforme os dias vão passando. Um possível interesse em amizade por parte da Flora só fica confirmado quando ela aceita acampar com eles, depois de todos os seus planos iniciais com a mãe terem dado errado.
"Porque, mesmo naquela época, certas verdades a meu respeito começavam a vir à tona, das profundezas do meu coração. E agora, parada no corredor do lado de fora de uma aula que não preciso assistir, essas verdades irrompem de novo. Porque foi Mimi Park quem as liberou da primeira vez."
No acampamento, todos se aproximam e conversam e são um grupo de amigos realmente interessante. Flora não parece atrapalhar a dinâmica deles, mas sua dinâmica com Mimi muda (para melhor). Mimi resolve compartilhar um lugar especial com Flora, que acaba desabafando sobre o que a realmente a deixa triste em relação à separação dos pais. E aí Mimi confessa que gostava dela quando ela estava feliz, mas que também gosta dela quando ela está triste. E ali fica bem óbvio que as duas vão ser muito mais do que amigas.
A escrita da Nina é muito gostosa e flui sem que você sinta o virar das folhas. Quando cheguei à última página, lamentei e desejei que essa história fosse um livro inteiro. Desejei ler outras coisas da autora e espero poder fazê-lo num futuro breve. Quando falamos de literatura lgbtt YA, pensamos em vários autores e livros, mas a maioria traz protagonistas garotos e é ótimo que a Nina tenha desenvolvido uma história tão delicada e bonita entre duas garotas incríveis. Intrínseca, pense com carinho em publicar a Nina no Brasil, combinado?
O último suspiro do Cinemorte, Libba Bray
Nunca tinha lido nada da autora e depois do conto maravilhoso da Nina, me joguei nele com tudo. Não foi uma experiência INCRÍVEL, como eu queria que fosse, mas poderia ter sido pior. Nessa história, narrada por Kevin, somos introduzidos no último dia de funcionamento do cinemorte, um cine que só exibe filmes de terror vintage. Dani e Dave são amigos do Kevin e também trabalham por lá. Dave é o melhor amigo (gay) de quem eu deveria gostar, mas por quem acabei não desenvolvendo nenhuma simpatia. Dani é a garota do coração de Kevin, ele só ainda não tomou coragem de chamá-la para sair.
No último dia de funcionamento, o Cinemorte exibirá um filme amaldiçoado. Todos os cinemas que já o exibiram acabaram pegando fogo de forma misteriosa. Os jovens, a princípio, não levam isso muito a sério, mas a coisa muda de figura quando a realidade é transportada para dentro das telonas (ou seria o contrário?). O dono misterioso do Cinemorte tem mais ligação com isso do que podíamos prever. É no meio de um cenário apocalíptico cheio de zumbis que Kevin finalmente toma coragem de convidar Dani para sair. Mas para que isso aconteça, eles precisam sobreviver.
A narrativa da autora deixa a desejar em diversos pontos. Os diálogos, por exemplo, são confusos. É difícil saber quem exatamente está falando. Por diversas vezes precisei voltar e contar mentalmente quem estava falando. Apesar da reviravolta ter sido inesperada por mim, ela não me empolgou nem um pouquinho. Eu ficava lendo e pensando "Oi? Que que essa mulher tá fazendo?" Que que a Stephanie Perkins tinha na cabeça?" Mas o final deu uma melhoradinha e conseguiu salvar o conto, de uma forma geral. No entanto, estou temerosa quanto às leituras seguintes. Até o momento, tenho sentido os contos muito diferentes entre si. Estou sentindo falta da linearidade de "O presente do meu grande amor".
Prazer doentio, Francesca Lia Block
No quarto conto da antologia, conhecemos I e suas três inseparáveis amigas: M, J e L. Nessa história, os personagens (a maioria, pelo menos) são conhecidos apenas por letras e, ao contrário do que imaginei a princípio, isso não foi um problema. A autora soube estruturar tão bem cada personalidade, que em momento nenhum isso se tornou confuso.
Em "Prazer doentio", I e suas amigas estão terminando o ensino médio e muito em breve seguirão para a faculdade. Elas fazem planos de paanmassar o verão juntas, já que será o último antes de tudo mudar. Certa noite, elas vão até a Phases, com camisetas com os dizeres "Prazer saudável", em resposta a um grupo do sexo oposto que usa camisetas que dizem "Prazer doentio". Conhecemos o grupo através dos apelidos que as meninas dão a eles: Caça-Rato, Ken, Italiano, Cavalo e Moicano. Nessa noite, moicano se aproxima de I e a convida para dançar. Ela aceita e os dois dançam, se divertem e conversam ao longo da noite. Ele se apresenta como A e, posteriormente, a convida para uma festa em sua casa.
I e A são ótimos juntos e parecem se gostar de verdade. O romance tem tudo para dar certo entre os dois, mas acaba se perdendo por eventualidades da idade (que poderiam muito bem ter sido evitadas, mas fazer o que né?). I acaba se envolvendo com outro cara, um tal de bronzeadão, e acaba vivendo com ele, experiências que ela queria ter vivido com A. Ela tem um vislumbre de como será a vida dela, de A e de suas amigas no futuro e o conto termina sem sabermos se ela está certa ou não sobre o que vai acontecer.
No geral, adorei o conto. Acho que ele cumpre com o seu propósito e conta uma história YA direitinho. Os personagens são ótimos e a escrita flui que é uma beleza. Para mim, houve apenas um ponto negativo na história: o uso de drogas. Pessoalmente acho que cada um faz da sua vida o que quiser, mas esse livro é voltado para o público JOVEM, que ainda está em formação, e pode acabar influenciando-o negativamente. Se eu estivesse organizando a antologia, provavelmente vetaria o uso de drogas no enredo.
Em noventa minutos, vá em direção a North, Stephanie Perkins
Nesse conto, Stephanie Perkins nos traz de volta os adoráveis North e Marigold, protagonistas do conto dela em "O presente do meu grande amor". O casal acabou se separando quando ele se viu obrigado a assumir a fazenda da família e Marigold partiu rumo a Atlanta, para tentar trabalhar com animações, sua grande paixão. Mesmo após o término, os dois mantiveram contato e tentaram ser amigos, até que North simplesmente parou de responder as mensagens e atender as ligações. Marigold, contudo, não se esquece do empenho que North depositou na mudança de sua mãe e de tudo o que ele fez por ela, e resolve voltar à cidade para salvá-lo. Ela, no entanto, é pega de surpresa ao descobrir que North não está mais na fazenda da família, e sim trabalhando como voluntário em um parque estadual. Com algumas conversas e muito sentimento em jogo, Marigold precisará pensar no real motivo que a levou até ali e aí, talvez, os tenham um destino juntos.
É impressionante como a Stephanie consegue pegar uma premissa simples, talvez até previsível, e transformar em algo único. Eu amo a escrita da autora e admiro essa sua capacidade. Trazer North e Marigold de volta também foi uma ideia sensacional, pois quem leu sua primeira antologia já os conhece e está familiarizado com eles, mas quem não os conhece, não fica perdido ao longo da narrativa. O conto é lindíssimo e eu super-recomendo.
Lembranças, Tim Ferdele
No sexto conto da antologia, somos introduzidos em um universo de amor de verão, que tem dia e hora para acabar. Kieth e Matty estão trabalhando na Sonholândia durante a estação, mas sabem que precisarão se separar assim que o emprego acabar. Kieth vai para a faculdade, enquanto Matty terminará o ensino médio. A história acontece toda durante o último dia dos dois juntos e através da narrativa de Matty, é possível conhecer um pouco mais do casal e até criar certa expectativa e torcer por ele (mesmo já sabendo do desfecho inevitável).
A narrativa de Tim é fluida e muito agradável... Kieth e Matty são muito diferentes e isso fica bem claro com a forma de agir de cada um. Mesmo sabendo que não me depararia com um "felizes para sempre" ao final, fiquei ansiosa para devorar cada palavra e esse, com certeza, entrou para a lista dos melhores contos do livro. Quando o conto acabou, deixou gostinho de quero mais, exatamente como o verão deixa para algumas pessoas (não é o meu caso, mas enfim).
Inércia, Veronica Roth
Em "Inércia", da mesma autora da trilogia "Divergente", somos introduzidos em uma realidade futurística onde aos dezoito anos, os jovens podem escolher participar do programa Última Visita, que consiste basicamente em escolher pessoas com quem compartilhar pensamentos e memórias antes de morrer. O conto é narrado por Claire e seu ex-melhor amigo, Matt, sofreu um acidente e passará por uma nova cirurgia da qual provavelmente não sairá vivo. Em seu testamento do programa Última Visita, Matt pede para compartilhar suas memórias com sua mãe e também com Claire, que vai vê-lo com certa relutância, afinal, os dois romperam com a amizade há algum tempo. É exatamente através dessas memórias compartilhadas que descobriremos o que aconteceu entre os dois - tanto as coisas boas, quanto as coisas ruins. Será tarde demais para dizer 'eu te amo'?
Particularmente, gostei muito do conto. A narrativa perde um pouco o ritmo em algumas lembranças (mas especificamente na troca delas), mas flui de um jeito gostoso. Veronica sabe como introduzir seus leitores em uma realidade fictícia tornando-a crível o bastante. Os personagens são cativantes e... É melhor eu ficar quieta, não quero dar spoilers. Em resumo: a leitura vale muitíssimo a pena.
O amor é o último recurso, Jon Skovron
Na história de Jon Skovron, nos deparamos, a princípio, com um narrador-onisciente que nos contará uma história que NÃO É DE AMOR, segundo ele. A protagonista, Lena, deve ir até a estação de trem buscar Arlo, novo funcionário do resort onde ela trabalha. Trata-se do primeiro dia de trabalho do jovem e os dois demonstram uma conexão imediata: acreditam que se apaixonar é uma falta de bom senso. Contudo, com a ajuda de Zeke, também funcionário do hotel, os dois montarão um plano para unir Isabella (filha do dono do resort) a Franklyn (filho de uma renomada professora), ao mesmo tempo em que tentarão unir Vito (hóspede do hotel) a Brice (gerente do mesmo). Nesse plano maluco, eles só não contavam que Zeke havia imaginado um desfecho completamente diferente.
A história é muitíssimo interessante e a narrativa do autor, apesar de um pouco "demodê", é agradável e gostosa. Em alguns momentos, quase achei estar lendo uma das obras de Sheakespeare, já que Jon mantém aspectos demasiado poéticos e teatrais, assim como rimas. Achei que a história aconteceu rápido demais... Basicamente de um dia para o outro. O final feliz acabou chegando muito rápido e me fez questioná-lo, mas ainda assim destaco a leitura de "O amor é o último recurso" como uma leitura agradável e recomendada.
"Porque, se formos todos tolos, talvez haja alguma sabedoria nisso que chamamos de amor."
Boa sorte e adeus, Brandy Colbert
Nesse conto conheceremos Rashida, uma jovem de 17 anos que perdeu sua mãe para a depressão. Desde então, Audrey, sua prima, assumiu esse posto e passou a cuidar da jovem. Ela, no entanto, está apaixonada por Gillian e mudará de cidade do lado da amada. Rashida é inundada por um novo sentimento de perda e acabará percebendo, com a ajuda de Pierre, que talvez não seja tão ruim assim dizer adeus (ou até breve)
Nunca tinha lido nada do autor, mas gostei muito da sua narrativa. É uma história cotidiana e até um pouco previsível, mas me encantou pela sua simplicidade e por ter personagens cheios de representatividade. Além do casal de lésbicas, nosso protagonista é negro, que, para mim, estava faltando até então.
Nova atração, Cassandra Clare
No décimo conto da antologia, Cassandra nos apresenta Lulu, uma jovem que cresceu junto ao parque de terror itinerante de seu pai. Contudo, o pai de Lulu desapareceu alegando estar afundado em dívidas e deixou a filha para trás. Walter, seu tio, irmão de seu pai, aparece para tentar colocar as coisas em ordem, junto com seu enteada Lucas. Walter chega mudando tudo, inclusive o demônio que alimenta a energia do parque. Lucas e Lulu acabam se aproximando e descobrem que essa história está muito mal contada e, juntos, descobrirão o que há por trás dela e recuperarão não só ao parque, como seus entes queridos.
Apesar de ter todos os livros da série Shadowhunters, ainda não tive a oportunidade de ler nenhum deles. "Nova atração" foi meu primeiro contato com a escrita da autora e confesso que a experiência foi positiva. Cassandra conseguiu contar uma típico romance adolescente durante o verão sem cair nas mesmices e ainda adicionando uma boa dose sombria à história. Apesar dos fatos serem um pouco corridos, a autora sabe muito bem conduzir o leitor até o fim da história, deixando-o ansioso por descobrir e solucionar todo o mistério.
Mil maneiras de tudo isso dar errado, Jennifer E. Smith
No penúltimo conto do livro, conhecemos Annie, uma jovem de 17 anos que, nas férias, trabalha em um acampamento de verão. Ela acredita que dessa vez. será promovida, mas acaba recebendo uma missão: tentar incluir Noah e fazê-lo se divertir durante as férias. Noah é autista e tem dificuldade de se relacionar com outras pessoas. Annie tenta se aproximar dele, incluí-lo nas atividades, mas não tem muitos resultados. Certo dia, ela finalmente toma coragem e chama Griffin, da aula de espanhol, para sair. No dia marcado, contudo, a mãe de Noah não aparece para buscá-lo e Annie precisa ficar com o jovem até que um responsável apareça. Sua saída com Griffin não é totalmente frustrada, já que ele se oferece para fazer companhia aos dois. O jovem, contudo, se conecta muito rápida e facilmente com Noah, o que deixa Annie impressionada. E eu poderia dizer mais a respeito do conto, mas prefiro não estragar a surpresa de vocês. Apenas leiam!
Eu amei demais esse conto... A escrita da autora é fluida e agradável, a história se desenrola no tempo certo, os personagens são reais e inclusivos. Há tanta sensibilidade em cada estrofe, que é impossível não se apaixonar. A história de Annie e Griffin (e até de Noah) com certeza daria um belíssimo romance.
O mapa das pequenas coisas perfeitas, Lev Grossman
O último conto da antologia conta a história de Mark e Margaret, dois jovens presos no dia 4 de agosto. O dia se repete dia após dia e todos fazem mais do mesmo, sem saber que estão presos nele. Exceto nossos protagonistas. Eles têm consciência disso e, juntos, farão um mapa das pequenas coisas perfeitas, na tentativa de tornar a repetição dos dias mais fácil.
O conto tem uma premissa incrível, mas achei a narrativa do autor um pouco entediante. Ele se prende a coisas desnecessárias e os personagens não são muito carismáticos. Sabe aquela ansiedade para saber o que vai acontecer a seguir e qual será o desfecho da trama? Não senti nada disso ao longo da leitura desse conto. Achei que a antologia devia ser fechada com chave de ouro, mas lamentavelmente isso não aconteceu.
Visão geral da obra
Gostei muito de "Aconteceu naquela verão" e recomendo a leitura para todos que querem conhecer diferentes autores e diferentes narrativas. Alguns contos me agradaram mais do que outros, o que é absolutamente normal quando pensamos em uma antologia tão diversa, onde cada autor terá a oportunidade de imprimir um pouco do seu trabalho. Talvez, você aí do outro lado goste de contos que eu não gostei e é exatamente aí que mora a beleza das histórias. Não existe bom ou ruim. Apenas aquilo que nos agrada ou não. E isso não significa que não possa agradar outros leitores, não é mesmo? Eu amo as antologias da Stephanie e espero que ela lance uma nova a cada ano. Seguramente lerei todas.
site: http://www.nemteconto.org/single-post/2017/02/09/RESENHA-ACONTECEU-NAQUELE-VER%C3%83O-ORGANIZA%C3%87%C3%83O-DE-STEPHANIE-PERKINS