Fernanda631 05/07/2023
Serraria Baixo-Astral (Desventuras em Série #4)
Serraria Baixo-Astral (Desventuras em Série #4) foi escrito por Lemony Snicket.
Nessa nova experiência, o Sr. Poe encaminha os jovens mais uma vez a um novo tutor de nome estranho, aqui leia estranho como um nome de pronúncia impossível, na cidade de Paltryville. Novamente o banqueiro não os acompanha ao destino final, o que se repete em quase todas as sequências até aqui e abre margem para os desastres que os ocorrem.
O Sr. Poe pela segunda vez adverte os jovens e ainda informa que "dessa vez", caso não dê certo eles serão encaminhados a um colégio interno. Ele mesmo tendo como trabalho nem sequer acompanha eles até os locais, ao invés disso ele apenas os despacha nos locais, como se fossem produtos que ninguém quer.
Neste volume, os mistérios que cercam a vida dos órfãos Baudelaires começam a se intensificar. Após perderem mais uma tutora, as crianças seguem para a cidade de Paltryville, lugar que nunca ouviram falar, a fim de encontrar seu(sua) novo(a) tutor(a). Acostumados em se mudar para a casa de pessoas desconhecidas o tempo todo, Violet, Klaus e Sunny se veem, agora, vivendo sob os cuidados de Sr. Homem com o rosto de fumaça, que estava sempre fumando um charuto e os Baudelaires sequer têm a oportunidade de ver o seu rosto. Este homem é dono da Serraria Alto-Astral e, sob os cuidados dele, os órfãos precisam trabalhar.
As crianças, então, notam que há algo de muito errado nos(as) trabalhadores(as) da serraria. O lugar é muito precário, sem a devida segurança e, pior ainda, seus salários são tickets ridículos para qualquer serviço que, a depender do ponto de vista, é completamente desnecessário. O almoço servido é sempre chiclete e Violet, Klaus e Sunny passam a se perguntar com aqueles(as) trabalhadores(as) ainda trabalham naquele lugar, com condições tão horríveis.
O fato de não checar profundamente o local onde as crianças ficarão, abriu precedente nessa história não somente para as maldades do Conde Olaf, para exploração de trabalho infantil. O texto faz algumas críticas sociais que ainda não tinham sido abordadas nas leituras anteriores. Por essa razão, apesar de uma leitura fácil ao público a que se destina essa história pode acrescentar muito ao público mais amadurecido, como nós.
Já em seu novo "lar", a recepção é um tanto diferente e os órfãos, além de não saberem pronunciar o nome de seu tutor, não são recebidos por ele e já recebem de Phill, um otimista inveterado que trabalha na "casa", que na verdade é a empresa Serraria Alto- Astral a que seu tutor é dono, que enquanto morarem ali precisarão trabalhar.
Portanto, se as coisas já se mostram ruins aí, acredite, elas podem e pioram muito! As crianças trabalham na fábrica e isso é um absurdo, trabalharem até chegarem ao máximo de esgotamento é o fim da picada. Lembra que disse que as coisas pioram e muito? Então, antes de piorarem, uma fagulha de esperança se acende, pois Charles, que é sócio de seu tutor, encontra as crianças na fábrica e decide intervir solicitando que eles não trabalhem mais.
Na trama nós também conhecemos Charles, sócio do Homem com rosto de fumaça, mas que vive em completa submissão a ele. Ao longo da trama podemos vê-lo preparar refeições, passar e dobrar as roupas do outro e, em diálogos importantes, não ter a sua voz ouvida.
Contudo como forma de agradar as crianças, Charles ainda os leva para conhecer a biblioteca da cidade. Uma biblioteca? Bem, sim... Isso não poderia ser melhor e os irmãos nem esperavam algo do tipo! Mas essa biblioteca possui apenas três livros e dentre esses o livro da doutora Georgina Orwell, a oftalmologista da cidade, que aparece em dado momento só para tumultuar tudo!
Coisas muito estranhas começam a acontecer após Klaus visitar a Dr. Owell para consertar seus óculos que se quebraram em um dia na serraria. O menino começa a agir de maneira esquisita e suas irmãs notam que os(as) demais funcionários(as) também agem de forma esquisita.
Quem é Dr. Owell? Por que seu escritório tem o formato de um olho, exatamente como a tatuagem de Conde Olaf? Por que o capataz Flacutono é tão mal e por que o seu nome parece familiar? Qual o nome do Homem com rosto de fumaça e por que ele explora seus funcionários?
Os Baudelaires precisam sobreviver a um trabalho subumano ao mesmo tempo que precisam desvendar esses mistérios para continuar vivos. Aliás, Violet e Sunny precisam, ainda, descobrir o que está errado com Klaus que, de uma para outra, age de maneira estranha e repete “Sim, senhor” o tempo todo.
As coisas tendem a parecer um quebra-cabeças, com pecinhas que vão se encaixando. Nada sai como o esperado, nem mesmo quando prevemos algo errado. Após adquirir novo óculos, pois o antigo quebrara, Klaus se mostra totalmente estranho e pensando apenas em trabalho. Conhecendo seu irmão, Violet nota que algo está errado e começa a buscar formas de entender o que há.
Não demora para os irmãos intuírem que essa pode ser apenas mais uma artimanha do Conde Olaf, que faz de tudo para inferniza-los. Novamente eles são levados a temer por suas vidas, buscar maneiras de provar que não estão mentindo e desmascarar o vilão.
Nesse livro, a falha do tutor é o egoísmo e a ganância, ele explora as crianças e todos a sua volta e só se interessa pelo poder.