Queria Estar Lendo 28/06/2022
Resenha: O Canto mais Escuro da Floresta
O Canto mais Escuro da Floresta foi uma das minhas escolhas de leitura para minhas férias breves. Essa fantasia em volume único da Holly Black tem ligação com as histórias feéricas dela; foi legal, mas não tanto quanto eu esperava.
A história acontece numa cidade onde humanos e fadas convivem - mas não em harmonia plena. Existe um acordo silencioso de que o povo mágico não pode ultrapassar certas barreiras, e os cidadãos os respeitam assim como os temem.
Hazel e Ben são irmãos e vivem com a magia desde sempre. Filhos de pais artistas, eles aprenderam a crescer com histórias e com o fantástico; tanto que o garoto adormecido no caixão de vidro, que fica lá na floresta, é o alvo de suas maiores aventuras. Eles sonham com o momento em que esse feérico vai despertar; as histórias que vai trazer com ele.
Mas, quando ele acorda, traz consigo mais do que magia e histórias. Um terror cresce sobre a cidade, e cabe a Hazel e Ben entender e acabar com isso de uma vez por todas.
O Canto mais Escuro da Floresta tem aquela narrativa familiar e gostosa da Holly Black, do tipo que torna impossível parar a leitura. Por ser um livro único, é uma história criativa e rápida; tem personagens legais, um cenário fascinante e aquela coisinha extra que só a Holly consegue colocar em suas tramas sobre o povo do ar.
Eu gostei de O Canto mais Escuro da Floresta, mas não foi nada além disso. Como disse, é uma história legal. É criativa, cativa rapidamente, e me manteve presa ao desenrolar de toda a trama. Só que faltou alguma coisa pra me deixar vidrada.
Hazel e Ben são bons protagonistas, mas nenhum dos dois se sobressaltou aos meus olhos (tenho que fazer a comparação aqui: nenhum foi Jude o suficiente para mim). E sim, eu sei, comparar não faz sentido, mas depois de sair da Trilogia do Povo do Ar, O Canto mais Escuro da Floresta acabou sendo só mediano mesmo.
Nenhum deles me ganhou em atitude e nem em personalidade. Hazel é corajosa, Ben é mais comedido; Hazel é a que toma as atitudes, Ben é o que tem mais lábia. Hazel é a irmã que "fica para trás" porque Ben é o prodígio. Mas tem mais sobre eles que a gente conhece no decorrer do livro - um mais que acabou sendo mais ou menos para mim, porque não senti o que deveria ter sentido.
Mas deus abençoe o fato de ter representação LGBTQIA+ nesse mundo feérico!
A cidade e a sua ligação com a magia são muito interessantes, e a questão é bem explorada. A floresta é viva, as fadas são traiçoeiras e eu adoro como o fantástico é tratado: fascina, mas aterroriza porque é imprevisível. Esse é o ponto mais forte do livro, e que sustenta a história do começo ao fim.
Os coadjuvantes são interessantes, mas, além do Jack, nenhum me chamou muito a atenção. A história dele, o fato de ser parte do povo do ar mas também dos humanos, é emocionante. Ele é um personagem enigmático, mas simpático. Faz com que a gente se importe facilmente com sua jornada individual.
O Canto mais Escuro da Floresta equilibra bem a fantasia com o mistério envolvendo o garoto adormecido no caixão de vidro; quando as coisas começam a acontecer, a cidadezinha se torna alvo de uma trama aterrorizante. E Hazel e Ben lidam muito bem com a crise.
Eu queria ter me emocionado e surtado, mas acabou que foi mesmo uma leitura só ok. Li em um dia, não consegui parar desde o momento em que comecei, mas sabe quando falta aquele tchan? Foi isso.
Vale a pena para quem quer conhecer a escrita da Holly Black, e definitivamente para quem está procurando uma fantasia legal que flua muito bem, e que te apresente a um universo fantástico super criativo.
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