Mvd.Marcos 02/09/2021
Tinha potencial para mais...
Primeiramente, acho importante informar aos que pretendem aventurar-se por esta HQ que o selo com a indicação para maiores de 18 anos não é um mero capricho editorial. Aos mais sensíveis, a leitura pode ativar alguns gatilhos.
A obra de Usamaru Furuya aborda diversos temas pesados como prostituição, automutilação, bullying, abusos sexuais e, obviamente, suicídio. Porém, apesar de tratar de todos esses assuntos, o roteiro começa muito bem mas vai perdendo gradualmente o ritmo até uma conclusão morna. Na minha opinião, o final é bem fechado, rima com os acontecimentos das primeiras páginas, mas sem o mesmo impacto.
Um pouco disso também se deve aos personagens. Todos eles são desinteressantes e sem carisma, algo que para um texto que explora o suicídio como tópico principal é bastante prejudicial, visto que o leitor não cria a empatia necessária para se importar com seus respectivos destinos. O que me moveu até o final do mangá foi apenas a curiosidade.
Já a arte é bastante caprichada na maior parte do tempo, como já é de praxe entre os quadrinhos japoneses. Vale destacar também a qualidade gráfica da edição, publicada com capricho pela NewPOP Editora aqui no Brasil.
“Suicide Club” inicia de forma impactante, com temática chocante, bastante adulta, mas aos poucos vai perdendo o ritmo, culminando em um final morno. Tinha potencial para mais!