Introdução ao Fascismo

Introdução ao Fascismo Leandro Konder




Resenhas - Introdução ao fascismo


12 encontrados | exibindo 1 a 12


Lista de Livros 19/07/2022

Introdução ao Fascismo, de Leandro Konder
Introdução ao fascismo (Parte I), de Leandro Konder

“Em sua essência, a ideologia da direita representa sempre a existência (e as exigências) de forças sociais empenhadas em conservar determinados privilégios, isto é, em conservar um determinado sistema socioeconômico que garante o estatuto de propriedade de que tais forças são beneficiárias. Daí o conservadorismo intrínseco da direita.

O conteúdo conservador de uma concepção não implica que ela se exteriorize necessariamente numa política de resistência passiva à mudança. Os conservadores sabem que, para uma política ser eficaz, ela precisa ser levada à prática através de iniciativas concretas, manobras, concessões, acordos, golpes de audácia, formas de arregimentação das forças disponíveis que transcendem da mera atitude doutrinária. A efetiva conservação dos privilégios depende menos de esforços lógicos do que de energia material repressiva: para o responsável pela prisão é mais importante que os guardas sejam de confiança e as portas das celas sejam sólidas do que persuadir os presos da excelência do sistema penal vigente. (...)

O próprio sistema em cuja defesa as classes dominantes se acumpliciam – um sistema que gravita em torno da competição obsessiva pelo lucro privado – impede que as forças sociais em que consiste a direita sejam profundamente solidárias: elas só se unem para os objetivos limitados da luta contra o inimigo comum.”
*
Mais do blog Lista de Livros em:
https://listadelivros-doney.blogspot.com/2022/06/introducao-ao-fascismo-parte-i-de.html

XXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Parte II:

“O fascismo é uma tendência que surge na fase imperialista do capitalismo, que procura se fortalecer nas condições de implantação do capitalismo monopolista de Estado, exprimindo-se através de uma política favorável à crescente concentração do capital; é um movimento político de conteúdo social conservador, que se disfarça sob uma máscara “modernizadora”, guiado pela ideologia de um pragmatismo radical, servindo-se de mitos irracionalistas e conciliando-os com procedimentos racionalistas-formais de tipo manipulatório. O fascismo é um movimento chauvinista, antiliberal, antidemocrático, antissocialista, antioperário. Seu crescimento num país pressupõe condições históricas especiais, pressupõe uma preparação reacionária que tenha sido capaz de minar as bases das forças potencialmente antifascistas (enfraquecendo-lhes a influência junto às massas); e pressupõe também as condições da chamada sociedade de massas de consumo dirigido, bem como a existência nele de um certo nível de fusão do capital bancário com o capital industrial, isto é, a existência do capital financeiro.”
*
Mais em:
https://listadelivros-doney.blogspot.com/2022/06/introducao-ao-fascismo-parte-ii-de.html

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Parte III:

“A ideia de procurar definir os traços de uma hipotética personalidade fascista pode servir de estímulo a úteis discussões sobre problemas educacionais do sistema capitalista, mas dificilmente nos levará a uma melhor compreensão da natureza do fascismo como movimento político.

O que caracterizaria, afinal, essa personalidade fascista? A íntima insegurança? O espírito aventureiro? O fascínio pela violência? O ódio?

Na realidade, como expressão política de determinadas tendências sociais, o fascismo tem se expressado através da ação de personalidades individuais muito variadas. (...)

Se levarmos demasiadamente a sério o que esses personagens pensavam de si mesmos e procurarmos, a partir do que diziam, concluir algo sobre o sentido específico dos movimentos que cada um deles liderava, estaremos nos servindo de um método inadequado. O fascismo tem se servido de tipos humanos bastante diversos, desde tarados sexuais como Julius Streicher até zelosos funcionários que se limitavam a cumprir disciplinadamente os seus deveres (mesmo quando esses “deveres” consistiam na liquidação de três milhões de pessoas, como se viu no caso de Rudolf Hoess, comandante do campo de concentração de Auschwitz, executado em abril de 1947, que fez questão de deixar bem claro em seu testamento que nunca tinha sido “um homem de mau coração”).

As contradições e a complexidade psicológica dos indivíduos apresentam interesse secundário, quando se trata de avaliar a exata significação da política que punham em prática. Precisamente por ter chegado a se tornar um movimento de massas, o fascismo não pode deixar de ter mobilizado (e não pode deixar de continuar a mobilizar) gente de toda espécie. Fixar unilateralmente a atenção nos indivíduos é um modo de perder de vista o social. Um daqueles casos em que, como dizia Hegel, as árvores impedem de enxergar a floresta.”
*
*
Mais do blog Lista de Livros em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com/2022/06/introducao-ao-fascismo-parte-iii-de.html
comentários(0)comente



Fatima.Caitano 27/07/2020

Cada tempo histórico tem sua forma de reavivar e transformar o Fascismo, o autor traz alguns momentos como exemplo e ressalta algumas contradições no exame e uso do termo Fascismo. É de extrema importância a análise desse tema, esse movimento que historicamente deixa rastros de destruição, mas que o sistema econômico vigente não o deixa extinguir, pois é para ele fonte de obtenção de lucro e poder.
comentários(0)comente



Rodolfo | @_rodolfo92 01/06/2022

Em "Introdução ao Fascismo", Leandro Konder nos chama a atenção sobre as singularidades dos regimes fascistas clássicos e as diversas faces com que essa ideia se apresentou (e vem se apresentando) depois da década de 30. Além de dar sua definição sobre o que vem a ser o fascismo já no começo do livro, Konder analisa um número considerável de abordagens distintas e nos alerta sobre os vários equívocos (propositais ou não) cometidos por autores e teóricos de diferentes momentos da história que falavam/publicavam sobre o tema. Um erro bastante comum era o de reduzir o fascismo a uma simples ideia violenta e totalitária, o que servia de munição para disseminar a falsa equivalência entre o fascismo de Mussolini e Hitler e o comunismo de Stalin. Esse tipo de abordagem não permitia entender profundamente sobre como surgiram os regimes fascistas e como foram mantidos e é esse um dos pontos que Konder nos abre a mente e nos insere nesse tema através de uma escrita bem simples e didática.

A primeira edição deste título publicada pela editora Graal é de 1977, mas a forma que Konder analisa e explica o tema o torna interessante e importante de ser estudado ainda hoje. Principalmente porque depois da queda do fascismo clássico, o fascismo precisou se adaptar a outras realidades no decorrer da história e assim vem sendo até os dias atuais. Ler esta obra, neste momento, a torna ainda mais importante e bastante atual.
comentários(0)comente



Rafi.guarda 18/10/2022

Uma leitura para um começo de estudo
É um ótimo livro de introdução ao Estudo do Fascismo, uma linguagem não tanto rebuscada, mas por vezes sentir dificuldade de entender alguns períodos.
Interessante pensar no Fascismo e como que é um tipo de sistema político muito bem construído!
É muito interessante pensar como as grandes civilizações são fagocitadas nesses sistemas totalitários que rodam pelo mundo a fora.
Pensei sobre o Brasil e em vários momento sinto que caminhamos para o mesmo rumo, com frases de efeito particularmente parecidas, que remetem ao Nazismo de Hitler.
Vejo que nesse período as pessoas combatem O socialismo e o comunismo, mas não estudam sobre isso! É como se uma fosse uma força externa que ataca a NAÇÃO! (Um dos princípios do fascismo)

O Neofascismo é aqui e a agora.

A História se repete, em seus mais variados eixos.

Recomendo a leitura!
comentários(0)comente



msarmentovaz 16/01/2021

leitura simples, mas não deixa a desejar. uma boa introdução para quem se interessa pelo assunto!
comentários(0)comente



Oibaf 15/01/2023

"Não é por sentirem saudades dos tempos do capitalismo liberal que os grandes capitalistas torcem o nariz ante a crescente intervenção do Estado na economia (embora reconheçam que ela é necessária): é porque percebem que, se as forças populares chegarem a se apoderar revolucionariamente do aparelho do Estado, será mais fácil para elas servirem-se dele, agora, na transformação eficiente da estrutura da sociedade."(p. 175)
"Mesmo que a tomada do poder por partes das forças populares não lhes pareça estar na ordem do dia, os grandes capitalistas percebem, apreensivos, que o aparelho do Estado não é imune às pressões e infiltrações. O número de capitalistas diminui, ao passo que o número de assalariados aumenta. E o conteúdo de classe do Estado não basta para vaciná-lo contra a contaminação de impulsos políticos provenientes da massa cada vez mais ampla e mais densa das camadas populares. Quanto mais importante se torna o controle do Estado, mais os grandes capitalistas são levados a lutar para 'limpá-lo' de 'incrustações democráticas', empenhando-o cada vez mais radicalmente em funções repressivas e antipopulares. Daí a tentação do fascismo." (p.175)

comentários(0)comente



Mandy 18/08/2020

Ótima introdução
É um guia bem simples e fácil de entender, recomendo a todos.
comentários(0)comente



Humberto.Cunha 29/01/2022

Uma conversa sobre marxismo e alienação - temas quentes ! ?
Leandro Konder nos alerta, logo no início de seu livro sobre o tema, que a compreensão do fascismo é um dos "temas quentes" da ciência social e aquele que se aventura na "selva de papel" - composta pelas inúmeras produções que tentaram compreender suas origens e determinações, para defendê-lo, combatê-lo ou utilizá-lo para os seus fins próprios, - corre o risco de sofrer graves queimaduras, ou, ainda, de perder-se na selva de palavras que desorientam a percepção e impedem que se veja o horizonte.

No momento em que a Editora Expressão Popular homenageia esse importante intelectual comunista com a reedição de 4 livros de sua vasta e significativa produção (A derrota, marxismo e alienação, O marxismo na batalha das ideias e esse), nos pareceu oportuna a possibilidade de tornar acessível aos nossos leitores as reflexões profundamente didáticas e, embora datada, atuais e úteis de Leandro Konder nesse trabalho clássico.
comentários(0)comente



Stefane 21/09/2023

“a direita é um gênero de que o fascismo é espécie”
O sistema capitalista na fase imperialista passou a controlar não só a produção, mas também a conduta do consumidor mediante o uso da propaganda enquanto mecanismo de formação ideológica. Konder conceitua o fascismo da seguinte maneira: “é um movimento chauvinista, antiliberal, antidemocrático, antissocialista, antioperário”(KONDER, 2009, p. 53. Ele pressupõe direcionamento ideológico, a existência da sociedade de massas, de consumo dirigido e a existência da “fusão do capital bancário com o capital industrial, isto é a existência do capital financeiro” (KONDER, 2009, p. 53). O fascismo surge na fase imperialista do capital e implantação do capitalismo monopolista de Estado. Sendo ainda, “um movimento político de conteúdo social conservador, guiado pela ideologia de um pragmatismo radical, servindo-se de mitos irracionalistas e conciliando-os com racionalistas-formais de tipo manipulatório” (KONDER, 2009, p. 53). O autor conclui apontando que os movimentos de “demonização” do socialismo corroboram para perpetuar regimes conservadores - apoiados pelo capital financeiro -. Sendo a intervenção do Estado na economia cada vez maior, para o Konder a continuidade do sistema imperialista faz emergir no sistema capitalista monopolista de Estado à tendência cada vez maior ao fascismo.
comentários(0)comente



Ingrid.Pardinho 12/12/2020

Uma ótima introdução
Um livro que traz uma boa base sobre o fascismo. A linguagem simples e as notas de rodapé colaboram para que ele seja facilmente compreendido.
comentários(0)comente



Camila1856 20/06/2022

Essencial
Ótimo livro e essencial para quem estuda o Fascismo ou quer entendê-lo enquanto movimento social. É um livro introdutório e bem objetivo, mas não deixa de ser profundo em suas análises. A leitura é bem fluída e tranquila, ideal pra quem está mesmo iniciando nos estudos sobre o tema.
Recomendo fortemente a leitura.
comentários(0)comente



Amelie 18/02/2023

Esse livro é essencial pra iniciar nesse longo e complexo assunto que é o fascismo. é como uma bússola num mar de tanta teoria política muitas vezes rasa ou idealista. Konder tem uma escrita muito didática e simples, mas cheia de conteúdo. me lembra a escrita de Lenin, que conseguia explicar assuntos mais difíceis de uma maneira clara.
enfim, recomendo demais! não se rende ao economicismo, levando a luta de classes como força política elementar no processo de fascização, e analisa com ótimas críticas as análises de diversos teóricos (especialmente os da Escola de Frankfurt). gosto também como Konder reitera o seguinte: o fascismo é um movimento político, não a manifestação de "loucura" de uma figura como Hitler e Mussolini. é um não à personalização do fascismo, que acaba escondendo o grande financiador do movimento: o grande capital, a burguesia monopolista.
comentários(0)comente



12 encontrados | exibindo 1 a 12


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR