Thais Oliveira 19/07/2021Ele bate de frenteComo um dos seus últimos livros, "Crepúsculo dos Ídolos" foi escrito em 1888 enquanto o autor não estava tão bem de saúde, a obra é conhecida por suas tantas críticas argumentadas e como modelo de introdução aos livros do autor.
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Nietzsche me deixou deliberadamente desconfortável, suas posições me fizeram oscilar, ao mesmo tempo que discordava do que ele dizia, por outro lado, alguns detalhes faziam sentido. Todavia, julgo que me senti encorajada a cogitar algumas de suas observações.
Considerada uma obra introdutória e uma boa sugestão para estrear a leitura de Nietzsche, no meu primeiro contato com sua escrita já senti sua complexidade e como ela é dotada de aforismo, que a princípio senti um tanto complicada, entretanto aos poucos fui me adaptando.
Confrontar, criticar e questionar, é assim que Nietzsche usa suas palavras para se dirigir aos grandes pensadores, a moralidade, a razão e outros tópicos em geral como cristianismo, política, ciência etc. É dessa forma que ele provoca e também incomoda, pois à medida que fui me aprofundando em suas palavras, seu tom agressivo e orgulhoso foi me acompanhando e me inquietando. Já o título nada mais é que uma alusão a ópera de Richard Wagner "Crepúsculo dos Deuses", logo mais o subtítulo "a filosofia a golpes de martelo", Nietzsche tem como finalidade martelar com palavras aqueles que são vistos como ídolos da filosofia e mais.
Para mim foi uma experiência nova e diferenciada ler Friedrich Nietzsche, é algo que me libertou dos estilos que estou acostumada e isso foi algo que adorei experimentar. Além do mais, com esta edição atual dos "clássicos de ouro" da editora Nova Fronteira, a leitura se tornou bem acessível e interessante.