Am'oonchild 26/01/2021
Vênus e Marte de Loretta Chase
Vou aproveitar que a obra de Botticelli tem uma grande relevância na história e usá-la na minha resenha. Posso definir assim que como muitos demoram para entender porque a obra em questão é bonita e tem seu valor, também foi assim para mim esse livro.
A autora peca muito na introdução, acho que faltou tato para apresentar Lisburne e senti que poderia ter elaborado melhor a questão dele com a morte do pai. As 100 primeiras páginas me foram custosas, mas uma vez estabelecida a trama e as interações entre o casal começando a fazer sentido eu me rendi.
Uma boa aposta é sempre interessante quando os dois lados estão a par das coisas, a certeza dela de que acabaria ganhando o quadro era louvável e fiquei ansiosa para saber de Lady Gladys ia conseguir superar suas inseguranças. Eu rachava com ela dando respostas "mal criadas" e ver seu desabrochar foi lindo. Leonie estava certíssima de se garantir na vitória.
A outra parte da história que ligava o casal, Swanton e o escândalo que manchou o nome da Maison Noirot, também me pegou, tava doida para saber como seria resolvido e admito até que me surpreendi por aquela mulher ter uma filha com o Meffat. Não tinha me ocorrido essa possibilidade, achei que ela só queria passar a perna no poeta, porém muito me aliviou o desfecho. Adorei a forma como conseguiram encurralar Meffat e Theaker e que a dama ainda pode sair por cima.
E tudo que ocorreu entre Leonie e Simon no desenrolar desses acontecimentos foi lindo. Não tenho palavras para descrever como senti a intensidade da primeira vez dos dois. Ela cansada de se manter forte, cedendo e se entregando e da parte dele, sempre tão averso a poemas e "zombando" do primo estava de repente citando Romeu e Julieta, recitando frases doces e devotando Leonie quase sem se dar conta.
Muito me divertiu que o interesse de Swanton por Gladys e seu consequente pedido de casamento foi o que fez Lisburne perder a aposta com Leonie e também o fez perceber que a amava. A cena dele se declarando eu não sabia se ria ou chorava. Ela se negando a aceitar, ele arrastando ela pra casa e a pondo de frente com papéis e lápis para fazer uma lista, porque sabia o quão metódica ela é, o quanto aquilo a faria ver as coisas com mais clareza.
"Alguém precisava manter os pés no chão e ajudá-la a recolocar os seus pés no chão".
Achei mais fofo ainda que quando ele retorna a sala, ela mostra as lista de pros e contras, mas se lança nele e diz que o ama e que não se pode medir o amor....
O desfecho para loja também achei genial, os maridos se juntando para convencer elas a "largarem a loja" KkKkk foi um plano engenhoso criar a revista e o projeto envolta dela, fez total sentido e as irmãs ainda vão poder usar seus dons.
Aliás, quando Simon conclui dizendo "ofereço a ela a posição de marquesa de Lisburne e a administração de minhas várias propriedades e interesse financeiros" eu me derreti toda. Ele praticamente gritou: Mulher, eu te amo. Estou pronto para te entregar tudo de mim.
Então, fico feliz de ter enfrentado o começo confuso e arrastado, pois o resto do livro me causou risadas, um apego agradável e eu amei. Sei bem que tem mais um livro com foco em Lady Clara, porém aqui que se encerrou a jornada das irmãs Noirot, cada uma enfim teve seu final feliz por assim dizer. E mais do que merecidos. Principalmente, para Leonie que precisava se permitir voar com a certeza de que alguém a traria de volta.