Lari 27/05/2017
Amor é guerra. Só o forte sobrevive e a rendição é inevitável.
Com uma frase tão tocante como essa no início, foi impossível não querer me jogar e devorar a estória de Ellie e Jake. Sem contar que saber que Spence era uma criança autista me fez lembrar de O Resgate, do grande Nicholas Sparks que me deixou apaixonada, pois também aborda o tema. Então, como não dar uma chance a Toward The Sound of Chaos?
Estava há tanto tempo em abstinência literária, que me senti de encontro a um oásis no meio de um deserto. Acredito que não poderia ter escolhido um livro melhor. Em capítulos narrados em primeira pessoa alternados entre os mocinhos, somos apresentados a Ellie e Jake. Os dois passaram por tantas situações difíceis e estão tão quebrados que me perguntei diversas vezes no decorrer da leitura como os dois poderiam se encaixar. Jake, um ex fuzileiro naval durante nove anos e de volta a sua cidade há um tem traumas demais pra lidar e vive uma luta diária com as suas lembranças, tendo seu cão Nuke como única companhia. Ellie, mãe solteira de uma criança autista, vive para o pequeno Spence e não teve as melhores experiências em relacionamentos amorosos. Seu dia a dia se resume a lidar com os colapsos mentais do filho e cuidar para que ele enfrente as situações diárias da melhor maneira possível, tendo também que lutar com os olhares de repulsa e os julgamentos da vizinhança sobre o comportamento do garoto, seu mais precioso bem.
"Ele é a minha felicidade, Jake. Ele é o que importa. Todo o resto é apenas a cereja no bolo."
Os dois já se conheciam de vista mas começam a se relacionar depois de uma situação inesperada. No começo há uma resistência entre os dois, mas a atração que um sente pelo outro é inevitável. Tudo me encantou nessa estória, a forma como a autora retratou brilhantemente o autismo de Spence, a luta incansável de Ellie para entender e conviver com a doença do filho e suas inseguranças em relação ao mesmo. A relação de amizade entre Spence e o cãozinho de Jake é linda e o mocinho mesmo quebrado conseguiu me fascinar, pois mesmo tendo certo receio em manter uma relação mais próxima com Ellie e seu filho, não conseguia ficar distante deles e sentia uma necessidade imensa de protegê-los.
"Eu sobrevivi a guerra, eu sobrevivi tortura nas mãos do Talibã, mas não vou sobreviver a Ellie Mason, e não sei como o meu coração ainda está intacto."
Primeira obra da autora que tive a oportunidade de ler e já me pego desejando conhecer outras, a intensidade que o livro transmite e os sentimentos que me proporcionou foram tão grandes que escrevi a resenha sem ao menos terminar a última página, mas creio que o desfecho será como o resto da estória: cheio de sensibilidade e emoção.