Becos da memória

Becos da memória Conceição Evaristo




Resenhas - Becos da memória


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Lais.Lagreca 08/07/2021

Um livro que nos conduz pelos becos das memórias de personagens fortes e bem construídos
Este foi o primeiro romance de Conceição Evaristo que li, pois eu só tinha lido seus contos (maravilhosos!) em “Olhos d’água”. Nossa! Fiquei encantada com esta obra!

Em “Becos da memória”, somos apresentados a histórias de pessoas que moram em uma favela que está passando por processo de desfavelamento. Assim, seus moradores, que levam uma vida muito humilde, em habitações precárias, com pouquíssimos recursos, veem-se numa situação ainda pior: a favela precisa ser desocupada, galera, vamos arrumar para vocês todo o apoio necessário, um caminhão (serve, né?) para jogar vocês, quer dizer, transportar vocês até sua nova localidade residencial.
Partindo, então, desse problema central: a desocupação da favela, nós meio que vamos, através da linguagem precisa e poética de Conceição, sendo guiados entre os becos da favela, conhecendo as moradias e as vidas das pessoas, ao mesmo tempo que atravessamos os becos das memórias dessas pessoas. Desse modo, nós conhecemos suas dores, seus amores, seus problemas... vemos o abandono, a fome, a violência. Vemos também a solidariedade exercida por quem tem tão pouco para os seus irmãos que têm tão menos... vemos pessoas dispostas a lutar por melhorias para os seus...

Gente, este livro nos mostra bem o que Conceição quer dizer com o termo “escrevivência”, sabiamente cunhado por ela para dizer sobre sua literatura, vemos, por meio do que lemos, a vida escrevendo a vivência das personagens.

Que escritora!

Leia Becos da memória!
Leia Conceição Evaristo!
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Ellen Fontana 03/07/2021

Profundo, delicado e dolorido
Conceição é, na minha humildissima opinião, a maior escritora brasileira viva. A escrita dela é tão poética e única que toca o nosso coração. Lendo os livros dela sinto como se estivesse ouvindo alguém mais velho contar as histórias. O tio Totó me lembrou muito o meu avô. Um senhor negro, de cabelos brancos e que contava histórias do passado. O livro me trouxe muitas memórias de minha infância.
No livro, Conceição trata todas as histórias contadas com tanto carinho e amor, não julga as personagens, acolhe a todos com o coração tão grande quanto o de Vó Rita. Assim ela reconstrói essas narrativas sem cair no estereótipo das narrativas negras que colocam as personagens em situação de subalternos, povo oprimido e a sociedade branca como os verdadeiros protagonistas.
Em Becos da Memória as personagens são um povo assolado pela escravidão e suas eternas consequências, mas um povo forte, que foge desse lugar de submissão e buscam a autonomia e o protagonismo de suas próprias vidas e histórias.
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Ailson 30/06/2021

Becos
Eu talvez nunca consiga descrever o que sinto quando leio Conceição, mas eu sei que acontece algo mágico, uma força, na escrita, na narrativa, por vezes sinto que conheco os personagens descritos, sinto os lugares, os cheiros. Inexplicáve.
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Fe 27/06/2021

Atemporal e necessário
Conceição tem o dom de contar histórias e vivências extremamente contemporâneas, que independentemente do momento em que produziu a escrita, retratam a vida de milhares de brasileires. A potência de seus textos está em retratar por meio da narrativa diversos conceitos, provando que para além de teorias sociais, há vidas.
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Elisana 26/06/2021

Simplesmente Conceição Evaristo
A partir da menina Maria-nova, vemos a realidade e dificuldades de uma população moradora de uma invasão e que em determinado momento começou a ser expulsa e "desfavelada".
Conhecemos muitos personagens que moram nessa favela, além de um pouco de suas histórias de vida.
Como a própria escritora defende, a vivência se confunde com a escrita e a intenção não é dizer o que realmente foi verdade ou ficção, mas sim o trabalho de escrita maravilhoso que nos entrega essa obra, escrita há muitas décadas e publicada apenas em 2006.
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Carolina.Viegas 21/06/2021

Fantástico
Conceição Evaristo nos transporta para os becos de sua memória, fictícia ou não, nos apresenta personagens fantásticos e cheios de histórias reais! Favoritado
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Nado 18/06/2021

Esse livro é considerado um romance memorialista e tem uma grande importância dentro da literatura brasileira devido ao tema retratado que deve sempre ser discutido e difundido. Inacreditável que uma obra dessa potência levou mais de 20 anos para ser aceita e publicada por uma editora.
Durante a leitura de uma trama repleta de personagens e cuidadosamente entrelaçados pela autora, o leitor vai acompanhar a narrativa de Maria-Nova, que conta a história dela e de outras pessoas que moravam em uma favela prestes a ser desocupada. De forma categórica, @conceicaoevaristooficial joga diversos personagens no colo de quem está lendo, junto com histórias densas e fatos que caberá ao leitor absorver cada uma dessas partes e juntá-las como um todo. Afinal, aqui são narradas as memórias de toda uma comunidade e a sua mescla de individualidades.
O interessante dessa obra e ter também o peso de um prefácio bem minucioso o qual nos alerta que nenhuma dessas histórias são verdadeiras ou falsas, pois o intuito da autora é usar a sua peculiar forma de narrar um fato fictício com toda uma verdade que precisa ser cada vez mais levada ao conhecimento público.
Vale destacar aqui a forma com que Conceição Evaristo retrata as mulheres pretas com suas vivências e suas vozes como protagonistas, diferindo de uma infinidade de obras da literatura nacional que retrata essas mulheres com uma saturação de estereótipos inaceitáveis.
Confesso que as primeiras páginas me deixaram um tanto confuso devido a quantidade de personagens, mas no decorrer das páginas foi possível perceber pontos fundamentais costurados pela autora no qual era construída uma história única.
Felipe 18/06/2021minha estante
Nossa!! Eu fiquei tão chocado com esse livro. Uma das melhores leituras da vida!!


Nado 18/06/2021minha estante
Fantástico!!


Sinésio 18/06/2021minha estante
bela resenha
livro anotado!


Nado 18/06/2021minha estante
Obrigado!




@eu_rafaprado 18/06/2021

Clube do livro
Estamos lendo um livro por mês no clube, lendo mulheres Nacionais.
Este será o livro de amanhã 19/06, vamos conversar pelo Google Meet as 20:00.
Mais informações no meu insta
@Eu_rafaprado
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tscissa 17/06/2021

A materialização dos rastros da escravização
Os becos da memória de Conceição Evaristo nos permitem caminhar com ela e (re)visitar lugares e histórias que nos tocam, encantam e sensibilizam.

Ela traz uma crítica racial associada ao lirismo e poesia que tecem a história e arquitetam a escrevivência de Conceição. Ao longo da narrativa vamos percebendo como as consequências do processo escravagista se materializa de alguma forma em cada um dos personagens.

Maria-Nova, a menina narradora que recolhe histórias para contar depois, guarda esse banzo no peito, colecionando dores, questionamentos e esperança.

Magnífico como todas as obras de Conceição, ele é um livro preciso, certeiro, doloroso e contundente. “Becos da memória” nos norteia e dá a ideia de como se deu o despertar da escrita de Conceição, através da oralidade e escuta, para então escrever sobre as suas vivências: as suas escrevivências.

@digaaopovoquelivro
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Joao.Alfredo 09/06/2021

Surpreendente
Nunca havia lido Conceição Evaristo. A narrativa conduz o leitor pela vida na favela e nas relações que lá se desenvolvem. Os muitos personagens representam, também, a multiplicidade da vida e dos sofrimentos do povo. É um livro forte, triste e que faz pensar mas, principalmente, faz sentir! ??
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Rodrigo 09/06/2021

Cruel e lírico
Conceição Evaristo consegue nos transportar para o seio de uma favela e permite que possamos percorrer cada beco, barraco, coração de forma visceral. Personagens lindas, construídas de um jeito fascinante e com tamanha intensidade.
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Stefânea 04/06/2021

Simplesmente não sei
Ainda não sei falar desse livro. Para mim parece errado tentar classificar e colocar ele numa caixa de bom ou ruim. É simplesmente necessário.

Minha experiência no começo não foi boa, tive dificuldade de me adaptar à narrativa e ao estilo do livro, mesmo já tendo lido outras duas obras da autora. Ela consegue ser muito diversa na exploração de sua escrita.

Porém, depois que foi FOI. Fluiu de um jeito incrível e eu li num dia só, quase que em uma sentada. Levei pro coração a dor desses personagens e acho que vou levar comigo para sempre.

Acho que o personagem principal desse livro é a favela em si, quase como em O Cortiço. E foi muito interessante ver a autora desenrolando histórias e mais histórias ali. Cada vivência sendo única, porém todas marcadas por uma mesma coisa, por uma mesma dor, por uma mesma exclusão.

Recomendo demais essa leitura para qualquer pessoa, sem tirar nem por.
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João Carlos 06/05/2021

Uma Geografia dos Afetos ou Uma Pathografia
Obra Indispensável!
O social é o "individual", as memórias não são marcas diretas do vivido, mas um enquadre fantasmático das experiências vivenciadas pela autora
Contanto, os becos não são lugares de passagem em si, mas os vazios e os convites para se deparar com o particular da vida. Onde o nome deixa de ser a-nônimo ( pela invisibilidade social) potencializado pela história dos fragmentos narrativos que se transforma em estória.
Esta obra é um anteparo para lermos o "Preto" em relação à favela-senzala e as misérias de toda a humanidade, pelo destrato e pela ambição por meio da desfavelização.
É uma obra que deve falar por si própria, pois ela guarda uma grande potência de envolvimento poético sincrônico com a vida de cada leitor. LEIAM!
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Aisiel 05/05/2021

Uma cartografia do pós-escravidão ficcionalizada pela escrevivente-semente, a esmerante Conceição Evaristo e a força da palavra. Existe um paralelo, um diálogo e uma complementaridade nas obras: Ponciá Vicêncio, Becos da Memória e Olhos D'água.
Em "Ponciá Vicêncio": o transito senzala-campesinato; em "Becos da Memória": senzala-favela; e em "Olhos D'água": o retrato da periferia atual. Registros apagados da nossa história, e fundamentais para compreendermos o Brasil.
Em "Becos da Memória" a personagem principal e narradora do romance é uma menina de 13 anos, Maria-Nova, que viveu e conviveu as cenas recorrentes do sofrimento dos familiares e moradores locais no processo de desfavelamento numa das periferias de Belo Horizonte. A menina confrontava os ensinos da escravidão na escola, a oralitura e a vivência onde morava; no romance Maria-Nova pensava a necessidade de uma escrita de si, e das agruras que os seus sofreram fazendo uma crítica ao sistema educacional; uma personagem para pensarmos o fruto geracional.
Nesse transito entre passado e presente escrito em 1986-88, me chamou a atenção a figura do Negro Alírio; um trabalhador que discutia legislação trabalhista no Posto de Santos, um líder sindicalista; um personagem que me transmuta para João Cândido, João Pedro Teixeira, para as ligas camponesas, para a reforma agrária, e para muitos outros processos históricos, que desconsideraram o protagonismo dos negros na luta classista brasileira. A Literatura é uma ciência a ser desvendada.
"Becos Da Memória" (Conceição Evaristo), publicado em 2006; escrito em 1986-1988.
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sekaihon 04/05/2021

todas as estrelas do mundo pra esse livro
a escrita da Conceição é espetacular. ela é fluida e acessível e poética de uma maneira que nunca li antes. e a construção desse romance é feito tal como uma colcha que se conta um pedaço depois se conta outro e aos poucos esses retalhos vão se juntando e criando uma história completa e profunda. é absurdo o quanto de sentimento que tem no que ela escreve. e o quanto de tristeza também. porque é triste. e é real. e o que mais me impressiona é o quanto esse livro diz "você não pode fingir que não está vendo essa realidade e ignorar como meu povo vive. eu to te mostrando, não vou deixar você fingir que isso não tem importância". e acredito que seja exatamente o objetivo do livro. mostrar. contar. e ela faz isso muito bem. Conceição Evaristo é absolutamente necessária na literatura brasileira. esse livro é incrível.
tomperadinha 04/05/2021minha estante
CONCEIÇÃO EVARISTO SUPREMACY




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