Becos da memória

Becos da memória Conceição Evaristo




Resenhas - Becos da memória


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Thamirys.Morais 17/08/2024

Eu não dava nada e entregou tudo!
Comecei a ler por causa da escola, já que ele é um clássico. O jeito em que a história se desenvolve é muito bom, tratando de de assuntos "pesados" Conceição de Evaristo conseguiu nos trazer uma nota que poucos livros românticos trazem, e se tratando que é uma obra baseada em fatos reais, deixa a leitura ainda melhor. Enfim o livro é muito bom, então pra quem curte os clássicos é uma boa pegada!
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Virginia.Laurindo 30/07/2024

Se você já leu "Quarto de Despejo: diário de uma favelada", de Carolina Maria de Jesus, também deve ler "Becos da Memória", de Conceição Evaristo.
Os personagens complexos desta narrativa nos ajudam a compreender as favelas e os favelados.
Esta é uma obra que, sem dúvida, mexe com os nossos sentimentos e o nosso olhar para o mundo e para os nossos privilégios.
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Manu 16/07/2024

"Do coração enorme de Vó Rita, nasceu a humanidade inteira."
Uma narrativa arrebatadora, visceral, profunda e apoteótica. De maneira gradativa essa história vai te conquistar e vai te deixar aos prantos, ao final. Esse livro foi uma surpresa estonteante.

Constituído de memórias da favela que vão sendo contadas na visão de um narrador em primeira pessoa, vai costurando visões dos moradores da favela, submetidos a desfavelização, e o período de escravidão e alforria. Uma explosão de sentimentos da autora que, indiscutivelmente, demonstra o quanto a favela, aquele pedaço de terra, foi um lar para a personagem narradora, que vem a ser Maria-Nova.

Esse livro te coloca em acesso direto com a dor, as mazelas, as perdas e o luto, as injustiças, o choro entalado na garganta, o ódio encarnado nos pensamentos e no corpo, e com a resiliência do povo negro da favela. É arrebatador o quanto a esperança permaneceu viva em Maria-Nova. Mas não só isso: a história também traz um retrato muito afetuoso da diversidade, cuidado, alegria e respeito entre os moradores daquela comunidade. O livro, em si, traz uma profunda conexão com o conceito, mais amplo, de comunidade.

Que poder tem uma palavra? E uma palavra escrita advinda de uma escuta atenta? Quanta esperança cabe dentro da sobrevivência humana?

Conceição Evaristo trouxe TANTAS frases, expostas através de falas dos personagens, que colocaram em cheque a minha inércia quanto ao sistema em que vivemos. É preciso causar essa dor sim, é preciso afundar o dedo nessa ferida sim. Como foi que deixamos as coisas acontecerem da maneira que aconteceram?

Para finalizar o livro, foi preciso mais de quatro tentativas, pois em todas as vezes eu chorei. Chorei muito por vergonha também, tamanha minha alienação com a realidade brasileira. Atingi um ápice de emoção com esta escrita que não irei superar tão cedo. Entrou para os favoritos da vida. Muito obrigado Conceição, por tamanho acesso as suas memórias.

Sem dó, de maneira crua e sincera, o livro nos mostra que identidade é memória.
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Literalíngua 01/07/2024

Fatos da memória são cavalos selvagens sobre os quais montam os fatos do tempo presente, numa galopada incansável. 

A memória não desiste de se atualizar, seja para o sujeito, seja para um grupo social, sempre dialogicamente. Do 'um' para o todo, do todo para o 'um'. 

Conceição Evaristo é cavaleira astuta e não só sabe montar nesses cavalos como sabe nos conduzir junto. Gosta de enganar o leitor: finge contar histórias particulares quando, na verdade, inaugura sempre uma nova história do povo brasileiro. Ainda que você não se reconheça em suas personagens, será obrigado a admitir que as conhece de algum lugar, de algum modo. 

Esse lugar é um Brasil teimoso em se fazer sobrescrever. Reescrever seria apagar a história oficial da carochinha que ainda povoam páginas de livros e o imaginário social. 

Sobrescrever, para Conceição, seria literalmente escrever sem descartar o que escreveram até então. Seria manter o fantasma, mas escrever literalmente sobre sua superfície, seria um escrever translúcido, filológico, por cima um passado ainda estranho; do infamiliar brasileiro.

Becos da memória é o primeiro romance da autora, no qual ainda somos surpreendidos por alguns clichês de sentenças literárias, mas isso é muito pouco ou quase nada perto da Literatura Historiográfica que a autora parece empreender sozinha entre os pares que se aventuram no fazer literário no Brasil. 
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lendocombeatrizz 21/06/2024

?Havia a ilusão para se aguentar a viver.?
O livro "Becos da memória", escrito por Conceição Evaristo, é um dos romances memorialistas mais respeitados da contemporaneidade, considerando muitos aspectos da formação da sociedade brasileira e traduzindo muito da complexidade humana em uma denuncia social. A obra é escrita no formato de prosa, com uma dose de lirismo e drama, mas também com um conteúdo inspirado em experiências reais e resgatadas da vida da própria autora e de sua família ? apresentado no prefácio como um texto ficcional con(fundindo) escrita e vida.

A narrativa é feita em primeira pessoa, com um narrador que é considerado desconhecido até o final do livro. No entanto, algumas pistas são apresentadas com o passar das páginas, ou seja, conseguimos chegar à conclusão de que a narradora é Maria-Nova, a personagem principal que dá vida às memórias do beco. Maria é uma pré-adolescente que vive em uma favela ficcional que está sofrendo com as ações do homem, um processo real apresentado por Conceição como ?desfavelamento?, que consiste na aniquilação desses assentamentos.

Nesse contexto, a narradora nos apresenta, de forma gradativa e dinâmica, as histórias de alguns moradores da favela, como Bondade, Negro Alírio, Vó Rita e entre outros. Os testemunhos, que vão de encontro com a realidade, percorrem desde a violência doméstica até o período pós abolição da escravatura no Brasil. E, apesar dos relatos serem fatídicos, naqueles becos que ainda não haviam virado memórias, habitavam os afetos e a resistência de um povo que vivia à margem, compartilhando não só uma realidade semelhante, mas também o coração de Vó Rita.

Evaristo buscou com o enredo trazer o significado de lar para a favela, valorizando o que normalmente é esquecido e excluído, uma vez que, de acordo com o Instituto Locomotiva em parceria com o Data Favela e a Central Única das Favelas (Cufa), 67% da população presente na favela são negras. Portanto, ainda que em Becos da memória o processo de ?desfavelamento? tenha sido concreto, a realidade pode ser diferente, pois enquanto morar, viver e comer for privilégio, ocupar é direito (Mafort, 2022).
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Manu Junqueira 13/06/2024

Conceição Evaristo nos presenteia com várias histórias de uma comunidade, onde seus personagens lutam para encontrar forças para sobreviver, mesmo quando parece que lhes faltam. As vivências desses personagens se entrelaçam, formando um retrato sensível e doloroso de como é viver ? ou melhor, sobreviver ? em um contexto marginalizado, marcado pela violência, miséria e o sentimento de não pertencimento que pesa sobre eles.

Ao longo da obra, acompanhamos o doloroso processo de desfavelamento de uma comunidade inteira. Essas pessoas, que já haviam colocado seus sonhos e esperanças em segundo plano para tentar suprir as necessidades básicas de suas famílias, agora se veem totalmente sem futuro e sem esperança, sendo obrigadas a abandonar seus lares com o pouco que possuem.

O título do livro se torna presente durante a narrativa, pois são as memórias dos mais velhos que revelam as histórias de cada beco da favela. Com uma linguagem áspera e direta, Conceição Evaristo nos oferece uma obra que permanece relevante e crítica, refletindo uma realidade que pouco mudou.

Um aspecto a se destacar em livros como este é que a autora não coloca o racismo, a pobreza, a miséria e o sentimento de não pertencimento como temas centrais. Essas questões permeiam a vida dos personagens, na qual esses indivíduos são empurrados a esse contexto de maneira inevitável, e o
leitor, ao se envolver com a leitura, percebe e sente essas questões de forma profunda.
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Raí 18/05/2024

   Becos da Memória é um livro essencial para todos. O livro narra diversas histórias de diversos membros (principalmente os mais velhos, filhos de escravos), conta como estes chegaram até a favela, as mazelas vividas por eles, suas dores e perdas ao longo da vida.
  A autora traz como pauta o desfavelamento, mas outras pautas são debatidas, como, por exemplo, fome, precariedade da saúde (coisa que é muito evidente na narrativa de Maria-nova), a falta dos órgãos governamentais, a desigualdade econômica, a apartação social, entre outros.
  Maria-nova (narradora em primeira pessoa) nos passa uma visão muito ampla das dificuldades vividas por todos que vivem na favela, mas o que me toca é a não perda da esperança diante de tantas dificuldades passadas. A alegria, união, respeito e a diversidade é evidente.
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Paulina.Godtsfriedt 16/05/2024

Leitura obrigatória para entender a formação da sociedade brasileira
Não é só favela, é COMUNIDADE, isso fica evidente ao ler sobre essas vidas tão desprovidas de aplicabilidade de direitos. Uma sociedade esquecida com personagens inesquecíveis. Eles só não são esquecíveis quando há interesses nos territórios que os personagens habitam. Essa questão territorial é tanto externa, na terra em si, quanto interna: quais são os papéis que eles ocupam dentro dessa sociedade e como a falta de acesso a outras realidades os condicionam. Um livro com uma pegada de crônica, cada capítulo conhecemos melhor algum personagem e eles são tão encantadores que fiquei esperando algo de realismo mágico, mas era a realidade nua e crua e acima de tudo absurda. Amei esse livro, e recomendo o formato do audiolivro para quem gosta, pois foi uma produção muito bem feita, contando com o prefácio narrado pela própria Conceição Evaristo.
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Mano Beto 13/05/2024

Becos de várias histórias...
Que geralmente são de sobrevivência, mas tem seus momentos de alegria. O livro foi escrito em 1986, mas somente em 2006 foi publicado. Isto só mostra o quão difícil é, ainda mais naquela época, a publicação de um livro deste, ainda mais vindo de uma mulher preta. Aí vem um outro choque de tristeza realista: o livro, infelizmente ainda é muito atual. Os becos que percorremos (a diagramação ajuda passando esta sensação de estarmos por entres os becos das varias histórias). Os personagens são tão ricos em emoções que nem parecem personagens (será que são só personagens?). Como não ficar com o coração apertado com tio Totó? E pelo que Ditinha passou? A forma como Conceição escreve essas histórias é direta, sem ensaios em atingir nossa alma e coração. E como atingem nossa alma e coração.

Tio Totó tem vários momentos marcantes. Destaco este aqui:

"Um dia, ele, depois de juntar as letras e as palavras, leu isto:
Mais vale um cachorro amigo do que um amigo cachorro"

Este trecho também é muito especial:

"Um dia, agora ela já sabia qual seria a sua ferramenta, a escrita. Um dia, ela haveria de narrar, de fazer soar, de soltar as vozes, os murmúrios, os silêncios, o grito abafado que existia, que era de cada um e de todos."

Livro incrível, de verdade.
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oliviaghetti 11/05/2024

Becos da memória, um Quarto de despejo e 2 autoras incríveis
Nesse livro a incrível e super talentosa Conceição Evaristo relembra (e ficciona) o momento em que ela, sua família e todos os seus vizinhos tiveram que abandonar a favela em que viviam em Belo Horizonte.
Como sempre, a escrevivência da autora toma conta de tudo, de nossos sentidos, de nossas emoções, e nos envolve completamente, como se fizéssemos parte da história que nos está sendo contada.
Percebi uma troca, uma conversa entre Becos da Memória e Quarto de Despejo. Não que um tenha se inspirado no outro, mas porque a vivência de ambas as autoras apresenta algumas semelhanças e, ainda, porque a escrita fez diferença na vida de ambas.
Evaristo é uma das maiores escritoras da atualidade no mundo! Eu indico tudo o que ela escreve, de olhos fechados!
Favoritado!
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@pinhanh 07/05/2024

Vivências entre becos...
Que livro! Que leitura! Não posso deixar de negar que no começo eu estava tendo um pouco de dificuldade para dar continuidade na leitura, e que mais ou menos 60% do livro eu optei em escutar o áudiobook. Porém, mesmo com esses nuances, que livro bom!

Nele vamos ver um processo de desfavelamento de uma comunidade, e ao mesmo tempo, veremos os relatos, vivências, memórias, dos moradores, sendo eles, mulheres, crianças, homens, dessa comunidade. Vamos ver as suas dores, lutas, desafios, preconceitos, violências, sofridos ao longo do livro. Nesta escrita, de mais de 30 anos, iremos ver a realidade que perpetua até dos dias atuais. Racismo; abuso físico, sexual, moral; alcoolismo; preconceitos; violência; é a realidade de muitas pessoas fora e dentro deste livro.

Que narrativa comovente, cheia de poesia e maestria. Os livros de Conceição são tão incríveis e cheios de escrevivências que fazem as pessoas refletirem, se emocionarem sempre.
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Wacinom 05/05/2024

Esta edição traz reflexões sobre como estabelecer na cidade um Novo modernismo, cujo eixo nasce nas periferias, com diversas expressões culturais originais e significativas para um novo pacto civilizatorio.
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Spolaor 30/04/2024

Belo
Escrita maravilhosa. A dor, o sofrimento e a angústia vistos de uma forma poética e delicada. Uma beleza dolorida.
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Paula.Campos 28/04/2024

E gu a
Que escrita maravilhosa da Conceição Evaristo. Cada livro que eu leio dela me apaixono um pouco mais. Relatos sensíveis e muito reais, de um lado tão deprimente do nosso país. Que maestria pra conseguir descrever tão lindamente algo tão desesperador.
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oliveiralauras 25/04/2024

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Espetacular!! Evaristo tem o dom de escrever o sofrimento com tons de poesia. Histórias tristes que transparecem a realidade das pessoas marginalizadas.
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