docarmo_ 08/09/2024
O Rei da Vela
"prole é de proletariado. A família requer a propriedade e vice-versa. Quem não tem propriedades deve ter prole. Para trabalhar, os filhos são a fortuna do pobre"
Esse livro é um espetáculo, totalmente dentro do tom ter sido escolhido pelo Oficina. Literalmente um grito de esquerda contra modelos capitalistas e a burguesia brasileira.
Na peça somos apresentados ao Abelardo I, um @giot@ que em plena crise de 29 enriquece as custas de juros estratosféricos de clientes pobre e com necessidades financeiras, além de fabricar velas a fim de ganhar muito dinheiro com as mortes cada vez mais recorrentes no país em decorrência da crise. Esse personagem escancara tudo que existe de mais nojento e asqueroso na burguesia e seu ego gigantesco, principalmente em uma cena onde Abelardo I nega mais prazo a um cliente devedor que acaba de adquirir novas despesas com o nascimento do filho, perca do emprego e esposa doente. Abelardo também se mostra outras características questionáveis como a infidelidade á futura esposa e a adoração da figura estadunidense.
A peça conta também, além da crítica ao capitalismo, temas muito criticados como a homossexualidade, o que dificultou que fosse apresentada em sua época.
É uma narrativa antiga mas extremamente atual, percebemos então que não mudamos muito de lá pra cá