Pela boca da baleia

Pela boca da baleia Sjón




Resenhas - Pela Boca da Baleia


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Claudio 12/08/2017

O tempo, o espaço e os mitos
Exilado (desterrado) sozinho em uma ilha, Jonas conversa com um passarinho sobre sua vida.

Aos sessenta e poucos anos, em um tempo em que medicina, religião e bruxarismo são meio que a mesma coisa, abandonado por muito tempo sozinho em uma terra fria, Jonas revive momentos e tem visões de quando exorcizou um morto-vivo, de quando conheceu a esposa durante um evento "cataclísmico" e quando presenciou uma barbárie humana em seu auge.

Com uma mistura entre lembranças de uma vida de aventuras, visões alucinantes de um mundo de mistérios e uma realidade instigante, um pouco da mitologia islandesa é apresentada e dissecada nas páginas em uma linda viagem no tempo, espaço e nos mitos!

Fora isso, é preciso dizer o quanto a capa desse livro é linda e, uma observação: mesmo que você seja um autor fantástico, não faz bem ao escrever cinco páginas com um único parágrafo... nunca!
Gustavo.Campello 21/12/2017minha estante
Hahahahahahaha, senti a mesma coisa.... os parágrafos gigantes travam a leitura... o livro fica truncado, difícil de ler.


Claudio 30/12/2017minha estante
Exatamente isso Gustavo. Eu me perdia no texto porque não há espaço de ?respiro?, aí tinha que começar de novo...




Núbia Esther 18/01/2018

“(…) Naquele instante, percebi que aquela boca jamais cessaria de devorar, que aquelas mandíbulas jamais parariam de mastigar e que aquela língua jamais se cansaria de ser banhada no sangue de outros seres viventes. Então, teus lábios se mexeram. Esforçavas-te para dizer tua primeira palavra. E a palavra seria “eu”. Porém, o pai te cortou a palavra, dirigindo-se a mim com aquela voz ao mesmo tempo cordial e dominadora:

– Lúcifer, eis o homem! Deves obedecê-lo da mesma forma que teus irmãos…

(…)

Como é sabido de todos, não me curvei perante aquele novo bicho de estimação do pai, e por isso fui defenestrado do reino dos céus, junto com aqueles que quiseram me seguir. E a ti, criatura, lego-te, como um adeus, minha visão de ti. ”(Página 14)

É com esse prelúdio que Sjón entrega o prenúncio de sua obra. Um prenúncio um tanto pretensioso demais? Foi com essa sensação que adentrei à história de Jónas Pálmason. Inspirado por sua formação musical (talvez), Sjón é letrista e assinou canções de um álbum da Björk e de um dos filmes do diretor Lars von Trier, ele estruturou sua obra quase como uma peça musical: um prelúdio, seguido de dois movimentos, um intervalo, mais dois movimentos e a conclusão. Sem dúvidas, essa estruturação vestiu a obra de uma grandeza exacerbada. A impressão que tive é que no final das contas não havia tanto a contar sobre a história de Jónas e que todo esse rebuscamento empreendido por Sjón longe de potencializar sua história, faz é afastar o leitor que acaba não sendo cativado. Não duvido nada de que muita gente deva ter abandonado Jónas pelo caminho.

Em Pela Boca da Baleia encontramos Jónas Pálmason durante o equinócio de outono em 1635. Há quatro anos ele já está em seu exílio forçado em uma ilha isolada da Islândia. É ali, com os olhos presos no horizonte em busca do continente que lhe é proibido, que ele nos convida a enveredar-nos pelos meandros de suas reminiscências. Por que ele foi parar na ilha? Quais os seus pecados? Quais foram os interesses das pessoas que lhe impingiram o desterro? Seu fascínio pelos bezoares, que o levava a empreender caçadas por carcaças de corvos ainda em sua tenra idade? Suas leituras e a curiosidade pouco ortodoxa que o tornaram um entendedor dos males femininos e um bom curador deles? Suas experiências como exorcista que lhe renderam grande renome? Suas inúmeras incursões pelos vastos caminhos desconhecidos da ciência, pelos sagrados costumes da religião e pelas histórias fantásticas da mitologia? Toda essa mistura incongruente que está na essência da formação do povo islandês é enaltecida por Sjón enquanto amealhamos as memórias de Jónas.

Eu escolhi ler o livro do Sjón por causa do projeto “Volta ao Mundo em 198 Livros”. Imaginei que seria um bom representante para Islândia, uma obra que propiciaria um maior contato com a história e a cultura do país. Mas, ainda que haja vislumbres da história da formação do povo islandês e sua cultura, eles são borrados pela aura de misticismo exacerbada. O título ainda continuará como primeira escolha para representar o país, mas irei atrás de outras obras e autores que consigam me apresentar mais da Islândia. Mística (ou melhor, mitológica) sim, mas não só isso. É frustrante quando você percebe que um autor inglês obteve mais sucesso em apresentar o país (Onde as Sombras se Deitam – Michael Ridpath) do que um autor nacional.

No final das contas, a história de Sjón provocou sentimentos díspares. Ainda que em alguns momentos a história e as reminiscências de Jónas consigam fornecer um retrato místico e lendário da Islândia e que Sjón tenha conseguido fazer construções que são poesia pura, em vários outros a estruturação de seu texto em parágrafos realmente longos não contribuiu para a fluidez da leitura. Ainda que eles façam todo o sentido com a sensação que Sjón parece querer provocar, i. e., exprimir a sensação de um fluxo de reminiscências desenfreadas, única atividade que restou à Jónas em meio à solidão forçada; eles emperram a leitura deixando o texto muitas vezes bastante soporífero. O romance pode até ser curto, mas a impressão é que se está a ler muitas e muitas páginas a mais. Não foi ruim de todo, mas esperava mais e Sjón infelizmente decepcionou.

[Blablabla Aleatório]

site: https://blablablaaleatorio.com/2018/01/14/pela-boca-da-baleia-sjon/
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Lusia.Nicolino 09/01/2020

É preciso quebrar o gelo
Talvez eu não tenha conseguido quebrar o gelo e alcançar os idos de 1635, na Islândia, para encontrar o Jonas de Sjón.
Ele, Jonas, poeta e curandeiro, casado, pai de quatro filhos dos quais apenas um sobrevive, exilado em uma ilha gelada por heresia, deixou-me à deriva em sua história cheia de metáforas e significados. E, sim, tem muito do mito cristão do profeta Jonas, o sábio que se isola nas entranhas de um grande peixe.
Tira-nos o fôlego quando, em suas lembranças, descreve o episódio dos baleeiros espanhóis e nos conta sem entrelinhas que bons e maus, ah, esses existem desde sempre.
É preciso desapego ao convencional para cruzar esse oceano e atravessar essa leitura. Eu sofri um pouco, não me senti nessa época, principalmente pelo linguajar mais contemporâneo. Mas, espero que tenha melhor sorte e que possa me contar qual foi a sua impressão.

Quote: “Assistir a um livro ser queimado é algo que me dói nos olhos… Nas chamas crepitantes, ouço o suspiro de quem compôs o texto, de quem reproduziu aquelas palavras, letra por letra, e o suspiro de quem as leu… Ouço como essa trindade respira como um único ser, inspirando e expirando, até que o fogo trague o fôlego dos pulmões e assim acabe com a união daquele ser que o livro nutrira, como o solo do qual emergem galhos de flores mais diversas…”

site: https://www.facebook.com/lunicolinole
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Ceci 27/03/2020

Começo lendo e maçante, fica mais interessante na metade uma vez que nos é apresentado elementos da mitologia islandesa, mas muito cansativo de se ler uma vez que o autor fica mais de uma página escrevendo um único parágrafo
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R...... 09/06/2020

História com divagações e devaneios de Jonas, sexagenário islândes do século17, em percepção sobre sua cultura ancestral e novos conceitos ideológicos que se introduziam, expressos principalmente na chegada do cristianismo, que também tem em si confrontos ideológicos (católicos e protestantes).

A região descrita tem natureza visceral e aparentes mistérios instigantes ao misticismo, como a crença em unicórnios, e característica interessante da obra é que entre as divagações e relatos de Jonas o autor introduz também pareceres diversos sobre a fauna, flora e costumes. Por exemplo, quando Jonas fala sobre unicórnios, há registro em seguida sobre os narvais, e quando fala sobre o temor local a certas baleias, como a Jubarte, vemos descrições sobre o cetáceo que nunca imaginaria, pautadas nos relatos de quem tem essa convivência. A beluga foi outra baleia mencionada, com fama de inteligentíssima e vingativa.
Não sei se esses registros à parte são essencialmente científicos ou apenas em valorização ao imaginário, mas certamente são detalhes enriquecedores à leitura.

Se para o autor, supostamente esclarecido com o pensamento moderno, existe a visceralidade da terra impactando, imagine para as personagens do contexto de Jonas. A religião nesse meio é altamente influente na percepção de mundo e nas determinações para interação. Por cultivar hábitos que destoam, exercendo medicina como curandeiro, o protagonista foi desterrado.

A terra em sua visceralidade, a ancestralidade interpretativa e a religião em sua reformulação do pensamento são os aspectos em que se pautam a obra.

Por vezes parece haver sincretismo na interpretação, como na percepção titânica sobre Adão e Eva, numa visão confusa, tendo elementos do misticismo local.
O início traz história metafórica sobre incompreensão e negação de Lúcifer aos desígnios divinos, tal qual o protagonista que acompanhamos nessa obra em relação à nova religião. É como uma mensagem de que vivia-se em conceitos pré-estabelecidos e, diante de proposta nova, ocorreu a não aceitação, a oposição.

O título revela muita coisa da história também, tendo duas justificativas.
Em analogia ao Jonas bíblico, o protagonista de mesmo nome dá vazão ao pensamento existencial em momento solitário no exílio, como ocorrera com o profeta na boca da baleia, quando reflete sobre sua missão, sua existência.
Também no relato do protagonista ter sido engolido por uma baleia cinzenta e passado três dias em sua boca, saindo dessa experiência convertido ao cristianismo. Só não sei se foi mais um de seus devaneios, porém, exprime essa transformação...

O livro não se resume nisso, foram os aspectos que marcaram minha leitura.

Quarentena em Macapá... É quarentena ainda, mas o povo, já que falei de incompreensão e oposição, está confundido o início da flexibilização nas medidas do isolamento, num contexto propício, como liberalidade a tudo, rebelando-se ao senso comum orientado. Que Deus nos proteja!
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Garcia 15/06/2020

QUE LEITURA FASCINANTE
“Assistir a um livro ser queimado é algo que me dói nos olhos… Nas chamas crepitantes, ouço o suspiro de quem compôs o texto, de quem reproduziu aquelas palavras, letra por letra, e o suspiro de quem as leu… Ouço como essa trindade respira como um único ser, inspirando e expirando, até que o fogo trague o fôlego dos pulmões e assim acabe com a união daquele ser que o livro nutrira, como o solo do qual emergem galhos de flores mais diversas…”

Jónas Pálmason, mais conhecido como "Jónas, o Erudito" vive em exílio no próprio país, a Islândia. Condenado pela prática das “artes mágicas”, viaja de um canto ao outro com sua família e é enxotado desses mesmos lugares, uma vez que em sua pena, é proibido de receber ajuda dos habitantes locais. Jónas conta sua história, a infância aprendendo os ofícios da medicina, os dramas da vida envolvendo as mortes dos filhos, a época da caça às baleias, o exorcismo de um cadáver e o obscurantismo de uma Islândia dos anos 1630.
Com uma prosa poética recheada de magia, misticismo e ciência, Sjón entrega um livro surpreendente. Narrativa densa e muitas vezes lenta, Pela boca da baleia é narrado em primeira pessoa e nos mostra um personagem de muito conhecimento e esperteza. Jónas é um estudioso da medicina, artes, línguas e muitos outros temas, compilando em seus cadernos os aprendizados de outros livros e pessoas, além das próprias descobertas. Sendo julgado como feiticeiro, é obrigado a viajar por vários destinos dentro de seu país e no caminho perde três de seus quatro filhos e um pouco da sanidade. O personagem discorre sobre sua vida em uma cronologia aparentemente aleatória e narra os momentos mais importantes de sua trajetória. Entre parágrafos, deixa observações sobre suas descobertas científicas e finaliza sua história em uma epifania na ilha em que vive os últimos dias do exílio.
É uma leitura que demanda paciência, uma vez que as frases misturando momentos místicos e as memórias de Jónas podem parecer um pouco confusas, porém, vale muito a pena pela maneira poética como o livro é escrito. 5/5 ✮.

site: https://www.instagram.com/p/CAGhr3HBLCk/
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Mário 02/08/2020

Nota 7
O livro tem uma boa estória e a escrita do autor é bela. Porém o desenvolvimento da estória é lento e descompassado, o que provoca a perda de interesse no livro diversas vezes. Os personagens também não são cativantes. Enfim, vale a pena por alguns trechos bonitos, a boa escrita e alguns bons capítulos. Porém, no geral, o livro fica devendo.
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Oré 01/11/2020

Literatura Islandesa... Taí, nunca pensei que leria alguma obra da Islândia um dia...
Foi com imensa curiosidade que iniciei a leitura da vida de Jonas, o Erudito, me perdendo por sua vida de acontecimentos fantásticos e seu passado trágico. E o "me perdendo" vale para descrever muito da leitura.
Em momentos me perdi no belo da escrita da Sjòn (como letrista, não deixou a desejar... composição estética que realmente traz muito de musical e poético em alguns momentos); me perdi com as visões por vezes até psicodélicas trazidas pelas descrições de seres, lugares e sensações do personagemprincipal; me perdi com o realismo fantástico mesclado ao folclore daquela Islândia medieval e pouco esclarecida (um contraponto muito interessante a toda iluminação intelectual de Jonas)...
Mas infelizmente o pior de tudo foi me perder nos parágrafos enormes e praticamente intermináveis e nas idas e vindas que quebram total a linearidade da trama (mas que em muito somam e fazem sentido ao imaginário de rememoração dos pensamentos conflituosos de um trágico e sábio exilado em solidão numa ilha deserta). Essa forma de escrita deixa o texto lento e acabei me vendo, em ocasiões mais que o julgado por aceitável, voltando a ler trechos anteriores para me situar novamente, tal qual as rememorações do protagonista (se foi intencional, parabéns! Hahaha). Esse constante ir e vir aliado aos parágrafos muito extensos tirou muito do brilho da obra, que desnecessariamente acaba se tornando mais cansativa.
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Letícia 02/11/2020

Uma odisseia na Islândia
Esse é um livro sobre as desgraças de um estudioso islandês no século XVII, Jonas Palmasson.
A história é meio arrastada, demorei para acabar apesar de curta, mas conta bastante sobre a origem da Islândia, costumes e religião no período medieval. É uma leitura interessante.
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Daiana.Klauck 01/04/2022

Não é pra todo mundo
Basicamente, a história conta passagens da vida de Jonas Palmasson, o Erudito. A história se passa na Islândia do século XVII, onde as noções sobre religião, ciências e medicina eram muito diferentes das de hoje, e por vezes também eram conflitantes.
Nossa personagem principal acabou sendo julgado por "prática de magia" e acabou sendo exilado em uma ilha.
É nessa ilha que ele faz reflexões sobre sua vida, sua infância, e relembra passagens que o fizeram chegar até aquela situação.
Tem vários nomes nórdicos que dificultam um pouco a leitura, e o texto como um todo tem uma linguagem bem figurativa, então não é uma leitura que vai agradar a todos.
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Ãlvaro.lis 08/04/2022

Pela boca da baleia
Olha esse é o tipo de livro que vc tem que ler todo ano, para cada vez pegar uma mensagem diferente. Li ele pois quero começar a estudar um pouco de filosofia

HISTÓRIA:
Sim, esse não é o tipo de livro que te faz vc se apegar ao personagem, mas sim a sua história, as suas dores, problemas e persepçoes.
As vezes fica confuso, por o livro é escrito em 3 perspectivas, o do Jonas contando histórias do passado, o Jonas de atualmente e o Jonas filósofo. E como não tem nenhum tipo de separação, ou aviso prévio sobre qualquer uma dessas persepçoes vc se confundi. Gostei da história em si, a filosofia foi bem viajada. Mas compensa ler.

Não vou dizer que esse foi um livro muito bom, mas não foi péssimo. Terminei ele do mesmo jeito que comecei, não tive agregação em nada nem mesmo na história, que como já disse não te faz vc se apegar aos personagens. Então deixo em branco esse livro, apesar de como já disse gostei da história

CRÍTICAS

O autor bem que podia dar uma trabalhada na organização dos pontos de vista, porque vc fica bem confuso, quando começa um, quando termina outro. E o sentido do nome do livro só veio nas últimas duas páginas, o final é apressado, mas só pela história vale a pena a leitura ?
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romulorocha 25/05/2022

Pela boca da baleia, de Sjón 9/10
Publicado em 2008 na Islândia, Pela boca da baleia foi finalista do Independent Foreign Fiction Prize, prêmio inglês que deu lugar ao Man Booker International Prize, e do Icelandic Literary Prize.

Neste livro, conhecemos a história de Jónas Pálmason, um poeta e curandeiro que é condenado ao exílio por heresia, depois de entrar em conflito com o magistrado local por atrever-se a curar certas “doenças femininas". Em uma trama muito bem escrita, mas que algumas vezes nos deixa desatentos ou entediados, o autor nos coloca na mente deste personagem, em seus pensamentos e conflitos interiores, sobretudos, conectados com os medos de sua época. Sem dúvidas, o autor merece créditos pela capacidade de dar vida a um personagem histórico e nos colocar em contato com a época que este homem viveu.

Trata-se de uma leitura arrastada, com foco no interior do personagem, então minha sugestão é que se você espera ação ou fluidez na leitura, não recomendo a leitura.

Trechos do livro:
"Sim, eis aí que, não importa se te sentas nos assentos mais altos ou nos mais baixos, se és um guerreiro robusto no campo de batalha ou um novilho descarnado, quando acaba teu tempo nesta Terra, serás um saco de pele sem conteúdo: tua alma terá partido, e sem ela não passas de mero invólucro de couro e ossos, nem mais nem menos.""

#ResenhasDoRomulo
#LiteraturaIslandesa
#Sjón
#PelaBocaDaBaleia


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Ramon Diego 05/10/2022

Dá pro gasto mas nem tanto...!
Não posso dizer que o livro de Sjón é, em si, ruim. Além disso, trata-se de uma história real, de uma espécie de monge/erudito chamado Jonas, que é exilado numa ilha na Islândia, no período da idade média, por opor-se a determinados desmandos de senhores feudais.

Acompanha-se então, a solidão e o profundo observar do tempo de um sujeito lançado a própria sorte e, é justamente nessa poética da solidão que o livro prende o leitor. Possui ricas descrições metafóricas e cheias de imagens riquíssimas sobre o tempo e o correr da vida.

No quesito originalidade narrativa, contudo, acredito que o enredo poderia ter ousado mais, no fundo fiquei com a impressão de mais do mesmo. Uma vez que temos, na literatura universal, uma série de narrativas com homens de meia idade se lamentando da solidão que sentem diante da vida. Faltou ousadia criativa ao Sjón, o que ele parece ter de sobra, por outro lado, enquanto compositor das letras da Björk. No fim, fiquei com a sensação de: "é, até que não é ruim" e me dei por satisfeito.
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