Tamara 06/10/2017
*Resenha postada originalmente e na íntegra em: http://www.rillismo.com/2017/10/resenha-um-diario-para-melissa-por.html
Eu gosto muito de livros que são escritos em forma de diário, e o fato de ter essa palavra, no título dessa obra, foi o que me chamou atenção inicialmente para ele, aliado a sinopse, que descobri logo depois, e que também me fez ter bastante interesse. Porém, infelizmente, quando tive a oportunidade de ler, o livro acabou se mostrando diferente do que eu imaginava. É uma história bonita, instigante e que nos toca, mas ainda assim, não conseguiu mexer comigo como eu esperava que o faria.
Na verdade, o mais adequado para definir essa leitura é que ele tem uma ideia maravilhosa, mas que não foi tão bem executada. Com uma narração dividida entre os capítulos do passado, quando Eleanor descobriu o câncer, e o presente, quando Melissa recebe o diário, ele me deixou entre extremos. Nos momentos de Eleanor, eu me sentia apaixonada e encantada por tudo o que encontrava. Já nos momentos de Melissa, eu só pensava em finalizá-lo de uma vez.
E esse ponto da personagem Melissa talvez tenha sido o mais incômodo para mim. Não encontro uma palavra melhor para defini-la senão "confusa". Talvez, posso chamá-la também de "irritante" e confesso que em alguns momentos a achei desagradável com toda as suas dúvidas e dilemas. Logo nos primeiros parágrafos, descobrimos que a personagem foi pedida em casamento pelo namorado, Sam, e mesmo querendo, ela declara que não acha necessário no momento, e começa a afastar o rapaz. Isso é justificado pelo fato de ela ser traumatizada com a perda da mãe, mas, o que não me fez ter empatia por ela ocorreu porque em nenhum momento ela demonstra ser afetada por essa perda e por esses traumas, e somente soa alguém que não sabe o que quer. Além disso, tudo pareceu morno demais para mim, até mesmo o final que foi bonito, mas que não conseguiu me empolgar ou marcar.
Por outro lado, a minha empatia nessa obra foi toda dedicada a Eleanor, e esse foi, para mim, o ponto mais positivo da história. É possível sentirmos fluindo das páginas o carinho com o qual Eleanor escreveu o diário, e até mesmo conseguimos visualizar quando ela conta à filha suas incursões na cozinha, seus passeios pela praia e todas as coisas que ela fez, só para ver um sorriso no rosto de sua garotinha. Ainda, achei bonito o amor entre Eleanor e Max, e gostei muito do rumo que a vida dele tomou na obra.
Já falei bastante a respeito da personagem Melissa, e a conclusão é que eu não gostei dela. Mas, o namorado da protagonista, Sam, foi um homem que me cativou e que nos deixa com vontade de abraçá-lo, por ser fofo, romântico e daqueles que sonham em construir uma família. Max também foi alguém que gostei muito, e que dava para sentir efetivamente os seus sofrimentos, dilemas e dúvidas. Além disso, temos alguns coadjuvantes, como colegas de trabalho de Max, que são importantes para a história. E tem Eleanor, a mãe de Melissa, que pelo que vemos pelo diário, é uma personagem que nos desperta muito amor.
Narrado em terceira pessoa, o livro é dividido em trinta e oito capítulos de tamanho curto, e que são fáceis de serem lidos. As visões são alternadas pelo ponto de vista de Eleanor, Max, Melissa e Sam, sendo que os homens tem poucos capítulos, e a predominância é a narrativa de mãe e filha. Além disso, realizei a leitura em ebook, e não encontrei erros nas 320 páginas que compõem essa obra.
Recomendo essa leitura para aqueles que desejam uma história leve, daquelas para serem lidas em uma tarde chuvosa. Este é um livro que nos faz pensar nas nossas próprias histórias com nossas mães, e também na importância das coisas simples que fazem parte do nosso dia a dia.
site: http://www.rillismo.com/2017/10/resenha-um-diario-para-melissa-por.html