Bruno Oliveira 27/03/2024
O FIEL RETRATO DE UM PAÍS QUE AMARELA E NÃO SE ALTERA
O que dizer deste Triste fim de Policarpo Quaresma, do carioca Lima Barreto? Dizer que é triste, é pouco, é deveras desolador... Como não se identificar com esse personagem tão único, tão singular e tão miseravelmente humano (brasileiro)? Meio patriótico, meio ufanista, tolo, ingênuo e tão gente como a gente mesmo, né? Quaresma é um pouco de nós, classe média, que sabe o que tem de ser feito para melhorar as coisas e, com o que pode, com o que dispõe, tenta-o fazer. Mas este mundinho (brasileiro) capitalista, tirano, atrasado e mesquinho o mina, o destrói por todos os lados. A ironia de Lima Barreto é implacável na obra, nem o seu herói, tragicômico herói, se salva dela; aliás, poucos personagens passam incólumes por ela. Este Triste fim... ainda é o fiel retrato de um país que não se leva a sério.